O governo FHC, para Veríssimo, atrasou o país, adotando uma politica neo-liberal, com um programa exagerado de privatizações e até entreguismo. O governo do PT mesmo sendo melhor do que o governo do PSDB, também decepcionou com o Mensalão e as concessões feitas à direita conservadora.
Video com a entrevista no final do artigo |
Veríssimo fala sobre sua história, sua formação intelectual, musical, política e profissional. Fala também sobre a influência de seu pai, que segundo ele mesmo era uma socialista democrático.
No campo da política eu destaquei algumas colocações de Verissimo que considerei relevante para entender não só sua opinião sobre o que vem acontecendo no país nestes últimos tempos, bem como sua visão e seu entendimento quanto às soluções políticas, sociais e econômicos para a sociedade.
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Para o escritor, não estão claramente definindas, ainda, o rumo que as manifestações de rua estão tomando, do ponto de vista político e ideológico. O lamentável, segundo ele, seria a repetição de um golpe de estado, e a volta de um governo totalitário, aproveitando-se da cobrança da falta de ética e dignidade dos políticos.
O forte avanço da distribuição de renda que ocorreu ao longo desses últimos 10 anos, com a migração dos mais de 30 milhões de brasileiros, para classes superiores, não foi acompanhada de uma melhora, no mesmo nível, dos serviços públicos. Essas pessoas estão, então, cobrando dos governos essa paridade.
Fernando Henrique (FHC) foi um homem que sempre admirei, disse ele. Foi sempre identificado, pelo seu histórico, como um homem de esquerda. Mas seu governo foi decepcionante, adotando a política neo-liberal, com um exagerada programa de privatizações e até entreguismo, como muitos dizem. O governo FHC, para Veríssimo, atrasou o país.
Veríssimo mostrou decepção também, com o PT. O Mensalão não ficou bem explicado, segundo ele. Quanto ao governo, sem dúvida, tanto o governo Lula como o governo Dilma foram melhores e fez na pratica a distribuição de rendas.
Infelizmente (ou não dependendo do ponto de vista) o governo PT não foi tão esquerdista como se esperava. Veríssimo aponta como contraditório os lucros tão altos dos Bancos. A justificativa de que esse seria o preço cobrado pela burguesia dominante no país para que fosse permitido um governo de "esquerda" e a necessidade de se fazer alianças para se governar, não é bem digerida pelo escritor. "A ida de Lula à casa de Maluf e abraçando-o em frente às câmaras parece-me um exagero injustificável".
Na visão de Veríssimo, o Brasil precisa de um governo mais à esquerda do que o adotado pelo PT atualmente.
Apesar dessas fragilidades apresentados pelo PT, Veríssimo deixa claro que o governo do PT tem sido melhor do que o governo do PSDB.
Quanto a postura da grande imprensa Veríssimo deixou claro que há dois pesos e duas medidas quanto ao PT e ao PSDB. O escritor interpreta uma antipatia, um pré-conceito da grande mídia em relação tanto ao PT, quanto à Lula.
É sabido por todos, disse Veríssimo, que a grande imprensa pertence a grandes empresas, tem seus interesses, sua ideologia. Todavia, é muito bom saber, que alguns desses grandes veículos estão noticiando o opisódio da corrupção do metro em SP.
Quanto ao Lula especificamente, Veríssimo acha que há o preconceito social. Ele, neste caso, lembra Brizola, que dizia "A burguesia brasileira vai ter que engolir esse sapo barbudo". Brizola estaria feliz ao considerar que o conservadorismo brasileiro teria que engolir aquele sapo barbudo. Pelo visto, esse sapo barbudo ainda foi digerido pelos conservadores. Um mecânico torneiro, inculto e que não fez um governo catastrófico, ao contrário fez um bom governo fica difícil de digerir, enfatizou Veríssimo.
Fez ainda a ressalva de que, a imprensa brasileira, do ponto de vista técnico, é uma das melhores do mundo.
Quanto às eleições de 2014, ele não vê, pelo menos por enquanto, nada fora de um confronto entre PT e PSDB, as duas grandes forças políticas. Sua opinião sobre cada um dos candidatos são:
- Marina Silva é uma figura louvável, mão não conseguirá ter uma consequência política maior.
- Aécio fez um bom governo em Minas, mas parece ser um pouco imaturo, não têm substância política suficiente.
- Serra é também uma figura admirável, mas já tem um certo estigma de perdedor. Já se configura como um perdedor no imaginário coletivo.
- Joaquim Barbosa está construindo uma imagem de seriedade, mas também, está construindo uma imagem antipática, autoritária de dono da verdade. Coisas que conspiram contra ele politicamente
- A volta de Lula seria um erro, eu acredito que seja "continua Dilma".
A avaliação do governo Dilma, resvala na reputação de pessoa autoritária, que segundo ele conspira contra ela, mas não vê grande erros no seu governo. Veríssimo destaca que gostou do inicio de seu governo, quando ela mostrou atitudes firmes contra a corrupção, inclusive demitindo ministros. Parece que esse ímpeto deiminuiu um pouco mas continua num bom caminho.
Veríssimo, indagado, se posicionou quanto à questão da redução da maioridade. Em sua opinião essa medida deveria ser a última a ser tomada. Antes outras medidas, mais obvias, deveriam ser tomadas, como por exemplo, melhorar o nível social, um maior controle de armas.
Sobre a liberação da maconha ele apoia a posição de FHC e quanto à Ditadura Militar ele considerou um atraso para o Brasil.
Veja a entrevista na integra:
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