PÁGINAS

sábado, 21 de dezembro de 2013

Desafio do Brasil: Crescimento x Inflação

Por PAULO FRANCO


(atualizado com o ipca de novembro/2013)


Após um longo período de taxas declinantes, desde janeiro, o IPCA, a partir de agosto inverteu a curva e segue numa trajetória de alta mensal. A taxa de novembro foi de 0,54% um pouco inferior a outubro (0,57%) mas nada relevante. Alem do mais, as prévias já sinalizam para dezembro uma taxa maior que a de novembro.

Inflação 2013

Para que a inflação oficial, medida pelo IPCA, mantenha o mesmo valor de 2012, de 5,84%, a taxa mensal de dezembro poderá ser de até 0,84%, o que parece plausível. Todavia se a taxa do mês de dezembro ficar em torno de 0,75%, portanto ainda acima dos 0,54% de novembro, fecharemos o ano com a inflação em torno de 5,70%, como pode ser visualizado no gráfico abaixo.



Comportamento Sazonal

No período pós Plano Real, o IPCA tem assumido um comportamento cíclico anual conforme o gráfico abaixo. Esse gráfico mostra um regressão, uma tendência, uma linha onde os valores giram em torno dela. Desconsiderando fatores da conjuntura atual, é razoável pensar que há uma grande chance do índice vir maior ainda em janeiro de 2014. Talvez em fevereiro ou março, haja um inflexão na curva iniciando um período declinante com oscilações mensais.
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As pressões altistas nos preços, mais severas deverão ocorrer às vésperas das eleições do primeiro turno, em setembro/outubro. Também tem sido registrados com um certa frequência picos de alta nos preços em junho/julho, variando de ano para ano.








PIB

Essa volatilidadade nos preços, decorre basicamente do desequilíbrio entre a oferta e a demanda no front interno, que associada à pressão externa derivada da retirada paulatina dos incentivos monetários da economia norte-americana e de uma possível deterioração das economias da zona do euro, exige uma gestão muito severa, que continuará, ao que tudo indica, limitando o potencial de crescimento da economia. A China continua sendo o driver mais importante, desse embróglio econômico, mas não temos condições no momento de prever se haverá realmente, como se preve,  uma redução do seu ritmo de crescimento e de quanto seria essa redução. Neste cenário nebuloso, qualquer previsão de crescimento que não seja inferior a 3% para 2014, seria excesso de otimismo. Para 2013, o mais provável é que o crescimento fique entre 2,3% e 2,6%.

sábado, 14 de dezembro de 2013

Desmatamento na Amazônia caiu 70% entre Agosto e Novembro









Desmatamento na Amazônia caiu 70% entre agosto e novembro em relação ao mesmo período de 2012
Dados são de ONG. Madeireiros e pecuaristas vão para o interior da floresta


Por RENATO GRANDELLE de O Globo


RIO — Um estudo apresentado nesta quinta-feira mostrou mais uma face do desmatamento da Amazônia. Segundo a ONG Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), o desflorestamento caiu 70% entre agosto e novembro deste ano, em relação ao mesmo período em 2012. Parece contradizer os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados com exclusividade pelo GLOBO, que indicaram um aumento de 28% do desmatamento entre agosto de 2012 a julho deste ano. No entanto, os estudos retrataram diferentes dimensões da perda da floresta.

Enquanto a análise do Inpe é mais completa e cobriu um ano inteiro, a do Imazon focou nos grandes desmatadores e analisou um período menor.

Ambos os levantamentos, porém, apontam a dificuldade para acompanhar como a Amazônia é invadida por agricultores e madeireiros, além de ser alvo crescente da especulação imobiliária.


O sistema Prodes, usado pelo Inpe, detecta cortes superiores a 6,25 hectares. A fiscalização do Imazon, por sua vez, é menos detalhada. Suas imagens só identificam regiões cuja área devastada tem mais de dez hectares.
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Pesquisador do Imazon, Heron Martins não se surpreende com a grande redução do desmatamento:

— O aumento da fiscalização e de programas de sustentabilidade atingiu o desmatamento especulativo, a grilagem e a agroindústria. Mas ainda há o que fazer.

Pesquisa aponta migração de atividades para áreas conservadas

Segundo o Imazon, entre agosto e novembro de 2012 e o mesmo período deste ano, os índices de desmatamento caíram 88% no Mato Grosso (de 249 para 30 hectares) e 84% no Pará (613 para 98 hectares). Também foram registradas quedas em Amazonas, Rondônia e Tocantins. Em Roraima e no Acre, o desmatamento aumentou, mas de forma irrelevante (inferior a 15 hectares).

O instituto, no entanto, constatou a migração de empresas ligadas à atividade madeireira e à agropecuária do Mato Grosso para o Pará, e de Rondônia para o sul do Amazonas.

— O arco do desmatamento está avançando para o interior da floresta, à medida que alguns municípios distantes não têm mais madeira para explorar — lamenta Martins.

Vice-presidente da Conservação Internacional no Brasil, André Guimarães elogia o estudo do Imazon, mas considera que avaliar apenas o desmatamento é “olhar para o retrovisor”.

— Temos que aumentar a produtividade da agroindústria nas áreas já desmatadas e evitar a invasão a terras indígenas e a unidades de conservação.
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Matéria extraída de O Globo.

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Hoje Existem Dois EUA. Um Deles É Um Show de Horrores

Por David Simon

Em palestra no Festival of Dangerous Ideas em Sydney, o escritor e jornalista norte-americano David Simon disse que o capitalismo perdeu a visão de seu pacto social




Moradores do Brooklyn, em Nova York, recebem alimentos de missão religiosa em 5
de dezembro.   O corte de gastos por  parte do governo  federal dificultou  o acesso
de famílias mais pobres à alimentação
Os Estados Unidos são hoje um país totalmente dividido no que se refere a sociedade, economia, política. Existem definitivamente dois EUA. Eu vivo em um, em uma quadra de Baltimore, no estado de Maryland, que faz parte da versão viável dos EUA, a parte dos EUA conectada com a sua própria economia, onde existe um futuro plausível para as pessoas ali nascidas. A cerca de 20 quarteirões de distância existe outro país totalmente diferente. É incrível como temos pouco a ver uns com os outros, e, no entanto, vivemos em grande proximidade.


Não há arame farpado ao redor de Baltimore Oeste ou de Baltimore Leste, ao redor de Pimlico, áreas de minha cidade que foram totalmente divorciadas da experiência americana que conheço. Mas poderia haver. De certa forma nós conseguimos caminhar para dois futuros diferentes, e creio que estamos vendo cada vez mais disso no Ocidente. Não acho que seja exclusivo dos EUA.
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Creio que nos aperfeiçoamos muito na tragédia e estamos chegando lá mais depressa que muitos outros lugares talvez ainda um pouco mais racionais. Mas minha ideia perigosa envolve um homem que foi deixado de lado no século XX e quase parecia ser o final da piada do século XX: um homem chamado Karl Marx.

Não sou marxista no sentido de que não acredito em uma resposta clínica muito específica do marxismo

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

GUANTANAMO: Onde a Tortura Nunca Para

Por Jeffrey St. Clair, originalmente publicado em Counterpunch


Os prisioneiros de Guantánamo não têm nada para confessar. É tortura pela tortura, em um pedaço do mundo em que não se aplica nenhum limite moral ou legal.

 


Passava pouco das cinco da manhã de um domingo em abril. Os prisioneiros da ala comum do Campo 6 de Guantánamo acabavam de se reunir para as orações matinais. De repente, as luzes se apagaram, as portas das celas se fecharam e cilindros de gás lacrimogêneo irromperam.

Guardas militares entraram nas celas, disparando munição plástica com escopetas sobre os detentos amontoados. Três homens caíram no chão, contorcendo-se de dor depois de terem sido atingidos por munição “não letal”. Os outros prisioneiros, a maioria já tendo sido liberados para saírem da prisão, foram forçados a deitarem no chão sob a mira de armas apontadas para suas cabeças, e mantidos de barriga para baixo pelas três horas seguintes.

De acordo com oficiais de Guantánamo, a ação foi iniciada para deter uma rebelião entre os presos, que haviam colocado lençóis sobre as câmeras de segurança. Mas é mais provável que o ataque tenha sido uma retaliação contra presos que se encontram em greve de fome.

O ataque surpresa ocorreu horas depois de membros da Cruz Vermelha Internacional terem saído da prisão, por conta de uma investigação sobre denúncias de maus tratos a detentos que já estão em greve de fome há vinte semanas.  Um dos presos que sofreu violência física dos guardas naquela manhã foi o dissidente político marroquino Younous Chekkouri. Chekkouri está preso em Guantánamo desde 2002. Antes disso, Chekkouri passou cinco meses preso em Kandahar, onde ele foi capturado ainda nos primeiros movimentos da guerra do Afeganistão. Em todo esse tempo, Chekkouri não foi acusado de nenhum crime nem teve direito a defesa para tentar manter sua liberdade.
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A viagem de Chekkouri à Kafkalândia começou em 2001. Ele morava no subúrbio de Kabul, trabalhando para uma instituição de caridade que ajudava crianças de ascendência marroquina. Depois dos ataques de 11 de setembro, Chekkouri decidiu se mudar de volta com sua mulher para o Paquistão, onde ele fez universidade, em Islamabad. Ele enviou sua mulher antes e Chekkouri seguiu viagem alguns dias depois, mas ele foi pego na fronteira, mas ele foi pego pela rede de arrasto de caçar homens descendentes de árabes. Ele foi interrogado com brutalidade por agentes paquistaneses da ISI, que erradamente o identificaram como membro de uma rede terrorista marroquina. Ele foi jogado em uma prisão gigantesca do lado de fora da Kandahar e logo depois, enviado para a CIA.

A CIA interrogou Chekkouri por vários meses em uma prisão secreta no Afeganistão. Ele não revelou nada

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Dilma promete 10 mil escolas ecológicas e sustentáveis

Por TÂNIA MONTEIRO para Agência Estado 



A presidente Dilma Rousseff recebeu nesta terça-feira, 26, no Salão Nobre do Palácio do Planalto cerca de mil participantes da 4ª Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente, que está sendo realizada em Brasília. A presidente Dilma foi ovacionada pelos presentes, a maior parte de adolescentes.

Em breve discurso, prometeu construir até 2014 dez mil escolas ecológicas e sustentáveis no País. "O Ministério da Educação está empenhado em assegurar apoio crescente às escolas ecológicas, escolas sustentáveis e isso vai se refletir no fato que nós teremos uma meta de chegar até dez mil escolas ainda em 2014", prometeu Dilma.

A presidente fez questão de cumprimentar grande parte dos presentes e tirar foto com eles. Dilma ganhou uma "barretina", uma espécie de chapéu de folha de coqueiro, feita pelo povo Xukuru, grupo indígena de Pernambuco, e o colocou na cabeça.
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"O nosso País tem de ser comprometido com o meio ambiente e combater o desmatamento e lutar por práticas ecológicas, principalmente na produção agrícola, e defender energia renovável, proteção dos seus biomas, proteção da biodiversidade, assegurando que o Brasil seja um exemplo disso, e ser um país desenvolvido, mas verde", afirmou. A presidente tem destacado projetos nessa área e usado essas ações como contraponto à Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente de Lula.

Marina agora compõe a chapa do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), possível candidato ao Planalto e adversário de Dilma na campanha do ano que vem. A ex-ministra reiteradamente acusa o atual governo de não dar atenção ao tema "meio ambiente". Depois de citar que os países do mundo diminuíram as suas matas ao longo da história, Dilma ressaltou que "o Brasil, apesar de ter perdido muito da Mata Atlântica, tem toda uma floresta Amazônica a garantir que seja preservada e a garantir que seja essa nossa reserva". A presidente Dilma recebeu das mãos dos participantes 108 projetos para escolas sustentáveis representando 26 Estados e o Distrito Federal. 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Getúlio Vargas: A Carta-Testamento


"Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”. (Getúlio Vargas)


Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.
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Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História”. 

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

24 de agosto de 1954.

Getúlio Vargas

domingo, 8 de dezembro de 2013

Mandela e Zé Dirceu Representam a Mesma Coisa?

Por Paulo Franco

"Tal como a escravidão e o apartheid,  a pobreza não é natural, ela é feita pelo homem e pode ser erradicada pelo homem" (Nelson Mandela)

"Precisamos vencer a fome, a miséria e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar ninguém - é para salvar vidas." (Lula) 




É obvio que do ponto de vista pessoal, individual, não é a mesma coisa.   A comparação não é de Mandela com Zé Dirceu, em sua essência, sobre seus méritos e suas mazelas em si, da figura, da personagem político-social.   Mas sim do seu papel perante aos seus algozes, à  Elite Dominante que é opressora, prepotente, sectária, desumana e presente em todos os lugares do mundo e em todos os tempos já vividos pelos seres humanos. E é tristemente muito parecida, senão  igual, a despeito da distância geográfica ou temporal.   O ambiente, as circunstâncias sociais e políticas  é que determinam o quanto e de que forma a "indole" dessa Elite se manifestará.

Na França, na Itália,  como em qualquer outro país que integra nossa civilização, ela está lá também, latente, adormecida em função de um ambiente que não permite que ela expresse seu lado perverso.  Qualquer mudança no "clima" social e político que crie um ambiente favorável, a elite dominante afiará suas garras e sangrará a sociedade, oprimindo os fracos enquadrando-os no seus devido lugar econômico e social, o de explorado.
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O que define uma pessoa como herói ou bandido nem sempre são suas atitudes em sí, mas a imagem que é formada para a sociedade ou para determinado grupo em função da forma como é percebida pelos indivíduos, daquelas ações, atitudes.

Eu poderia dizer muito facilmente e de forma espontânea e instantânea: "Eu jamais consideraria Mandela um bandido, para mim ele foi um herói e sempre será.".  Lêdo engano.   Para uma pessoa branca, de origem europeia, nascida no "topo" da civilização, com um formação educacional de primeira linha, com hábitos refinados, ou seja um cidadão privilegiado na Africa do Sul, em plena década de 60 ou 70, Mandela seria (foi) sim um bandido.  Não só um bandido, mas um bandido de alta periculosidade, um terrorista.


"Primeiro porque é um negro, imundo, fedorento, nojento, bruto, rude, um subumano, um bicho.   Negro não é gente, é sombra.  Em segundo lugar, porque é esperto, malandro, um terrorista que aderiu ao uso de armas, atuando na guerrilha clandestina para destruir a estabilidade política, matando brancos e destilando seu odio animalesco, junto com um bando de criminosos e vagabundos.  Somente graças a uma polícia competente e fortemente armada conseguimos

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

"O que atrai investimento é o respeito aos contratos"

Nicola Pamplona e Octávio Costa



Presidente da britânica BG para a América do Sul, Nelson Silva, diz que os temores sobre a economia brasileira não afetam o grupo



"Ciência e tecnologia serão o legado do petróleo no Brasil"
Nos próximos cinco anos, a petroleira inglesa BG planeja investir US$ 15 bilhões na exploração de óleo e gás no Brasil. Principal parceira da Petrobras nos campos de pré-sal já em atividade, a empresa se tornará em 2014 a segunda maior produtora de petróleo do país, atrás apenas da estatal, mas bem à frente das demais concorrentes estrangeiras. O fato de não ter participado dos leilões mais recentes de Libra e de extração de gás não significa um pé no freio.

Em entrevista ao Brasil Econômico, o presidente executivo (CEO) da BG para a América do Sul, Nelson Silva, explicou que seu grupo prefere assumir riscos por conta própria, evitando entrar na disputa por reservas já conhecidas. "A BG assume o risco exploratório - risco calculado, obviamente - para entregar o valor da descoberta, quando há descoberta, ao acionista. Já existindo uma descoberta, a margem é muito pequena". Essa estratégia, segundo ele, não é afetada por prognósticos negativos sobre a economia ou pela ameaça das empresas de classificação de risco de reduzirem o rating do Brasil. "Acima de tudo, o que atrai o investimento é a segurança jurídica e o respeito aos contratos", explica o empresário, acescentando: "O ímpeto do nosso investimento no país é criado pela oportunidade e pelo arcabouço legal e institucional onde a gente opera".

A BG ficou fora da 12ª Rodada de Licitações, realizada na última quinta-feira. Por quê?


Por decisão estratégica. Nossa área de exploração está constantemente olhando várias oportunidades e cada oportunidade é comparada com outras que temos no portfólio. Como a gente não pode estar em todos os lugares, temos que priorizar. E decidimos não participar dessa rodada. Da 11ª Rodada participamos fortemente, adquirimos 10 blocos. Numa próxima rodada, dependendo das condições e do momento, podemos voltar a participar.

Alguma relação com o fato de ser uma rodada voltada para o gás natural?


Não. Tem a ver com a oportunidade em si. São vários elementos, não é só a economicidade. Nesse momento, decidimos não participar. Iremos participar de futuras rodadas no Brasil sempre que as condições da rodada em si, naquele momento, forem atrativas.