No planeta restam mais de uma centena de comunidades indígenas sem contato, espalhadas por Amazônia, Papua Nova Guiné e Índia
"Um documentário da Survival International mostra imagens inéditas de um povoado indígena isolado do estado brasileiro do Acre, perto da fronteira com o Peru"
Os sentineleses, a etnia que habita há milênios a ilha de Sentinela do Norte, no arquipélago indiano de Andamã e Nicobar, se tornaram há um mês protagonistas das primeiras páginas dos jornais internacionais depois que alguns de seus membros supostamente assassinaram John Allen Chau, de 26 anos. O missionário norte-americano pretendia chegar ao pequeno território protegido com a intenção de evangelizar seus habitantes, um dos povos em isolamento voluntário que existem no mundo. Como os sentineleses, calcula-se que no planeta haja pelo menos cem comunidades indígenas que vivem sem contato algum com outras civilizações.
A ditadura decorrente do golpe de 1964 nunca acabou. O que ocorreu no período 1985 e 2002 foi uma trégua porque o comando do país ficou nas mãos de conservadores, da direita.
A partir de 2002 foi iniciado o processo de retomada do poder. Iniciou-se com o Mensalão Petista (o original que foi Mensalão Tucano, foi solenemente ignorado como todos os escândalos da direita).
O governo Lula estava bombando interna e externamente, o que obrigou a um arrefecimento no processo, mas o plano de desconstrução do PT continuou em andamento.
Com a eleição de Dilma e posteriormente, sua reeleição, a retomada do poder só mostrou um via: o golpe de estado. Acelerado em 2013/2014, ele foi formalizado em 2016, travestido de impeachment.
A demonização de Lula e o PT, a prisão e o impedimento da candidatura de Lula, não é outro golpe e nem o golpe dentro do golpe.
São apenas medidas tomadas ao longo de todo o processo político pelas "armas" da Elite Burguesa que é o aparelhamento e a cooptação dos políticos conservadores, dos procuradores e promotores de Justiça, da Polícia Federal, dos Magistrados e das Forças Armadas, mais a decisiva colaboração da Grande Mídia, que neste caso, é integrante da Elite Burguesa.
Ao contrário dos demais países que passaram por um golpe de estado e um posterior período de ditadura civil-militar de direita, nenhum militar foi julgado e muito menos condenador pelo golpe e pela ditadura.
A inexistência de uma democracia fica evidente quando nem os torturadores e colaboradores da tortura, com assassinatos em decorrência das torturas ou não, que se caracterizam em crimes contra a humanidade, foram julgados e responderam por seus crimes.
O autoritarismo sob o comando da elite burguesa nacional, executada através do aparelhamento do estado e a consequente cooptação desses altos funcionários do estado, permaneceu por todo o tempo. Mais recentemente, o protagonismo do autoritarismo com ações discricionárias, inconstitucionais é o judiciário.
O último episódio, após a prisão e o impedimento da participação nas eleições, Lula, o virtual vencedor, foram as fraudes eleitorais, através de financiamento corporativo e uso do Whatsapp para virilização de fake news contra os candidatos do PT/PCdoB.
Mais uma vez o regramento legal do país foi rasgado descaradamente, pois esse episódio, além de ser crime eleitoral por uso de financiamento corporativo, proibido por lei, foi usado o caixa2, que caracteriza corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
A democracia no Brasil, continua sendo um sonho.
Liminar suspende ação penal contra médico denunciado por tortura durante regime militar
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o trâmite do processo em curso na 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro no qual o médico Ricardo Agnese Fayad, general reformado do Exército, foi denunciado pelo crime de lesão corporal qualificada cometido durante a ditadura militar contra Espedito de Freitas, membro da organização política denominada Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Com isso, está suspensa a audiência que estava designada para ocorrer nesta terça-feira (27), às 13h, por videoconferência.
O relator estendeu a Fayad os efeitos da liminar concedida na Reclamação (RCL) 18686, por meio da qual o ministro Teori Zavascki (falecido) suspendeu a ação penal contra os cinco militares acusados de envolvimento no desaparecimento e na morte do deputado federal Rubens Paiva, em janeiro de 1971. Ao receber a denúncia contra o médico, o juízo da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro afastou a aplicação da Lei da Anistia (Lei 6.683/1979) ao fundamento de que os atos de tortura constituem crime contra a humanidade, sendo, portanto, imprescritíveis segundo o Direito Penal Internacional.
Para o ministro Alexandre de Moraes, no caso em questão, não há como negar que a decisão do juízo da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro é incompatível com o que decidiu o Supremo Tribunal Federal na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 153, na qual, por maioria de votos, os ministros afirmaram a constitucionalidade da Lei da Anistia e definido o âmbito de sua incidência de modo a alcançar crimes políticos e conexos cometidos no período de 2 de setembro de 1961 a 15 de agosto de 1979, entre outros.
Naquele julgamento, o STF negou o pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para que a lei fosse revista. Como ressaltou o ministro Alexandre de Moraes, a decisão proferida pelo STF na ADPF 153 é dotada de eficácia erga omnes (alcança todos os cidadãos) e tem efeito vinculante (devendo ser observada pelos juízes e tribunais do País). A suspensão do processo contra o médico Ricardo Agnese Fayad perdurará até a decisão de mérito na RCL 18686.
Denúncia
De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), entre os dias 10 e 22 de novembro de 1970, nas dependências do Destacamento de Operações de Informações (DOI) do 1º Exército, Espedito de Freitas foi torturado durante o interrogatório em que os agentes buscavam informações sobre o paradeiro do capitão dissidente Carlos Lamarca. Segundo o MPF, por ordem do médico, foi aplicada em Espedito uma injeção para que pudesse suportar o prosseguimento das torturas. A denúncia afirma que Fayad omitiu-se do dever funcional de impedir que a integridade corporal e a saúde da vítima fossem ofendidas pelos demais autores do delito.
Aulas sobre educação sexual começam já no ensino primário. Pais que impedem presença dos filhos podem ir para a prisão. Todos os 16 estados do país integram o ensino sobre o tema em várias disciplinas.
Na Alemanha, a responsabilidade de ensinar as crianças sobre a vida sexual não é um papel exclusivo da família, mas um dever do Estado. A partir do ensino primário, os alunos começam a ter aulas sobre educação sexual.
O fotógrafo acredita, porém, que o País ainda está longe de uma ditadura e que as Forças Armadas não estão completamente fechadas com Jair Bolsonaro
Salgado: o Brasil com traços de insanidade
Em entrevista à rádio francesa France Inter, o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, que fugiu da ditadura nos anos 1960 no Brasil para morar na França, falou sobre a vitória de Jair Bolsonaro e o fatores que levaram a extrema-direita ao poder no País.
Para o premiado fotógrafo brasileiro, entrevistado pela apresentadora Lea Salamé, “o Brasil ficou louco”, mas já estava dando sinais de insanidade.
“Quando Dilma Rousseff, eleita democraticamente, foi destituída, praticamente em um golpe de Estado, e um governo totalmente corrupto foi colocado no lugar, começamos a perder o controle do
Texto: Andrea DiP | Fotos: José Cícero da Silva | Colaboração: Carolina Zanatta
Acompanhamos o julgamento que decidiu pela prescrição de ação movida pela família de um jornalista vítima do coronel Ustra – o herói de Bolsonaro – e entrevistamos sobreviventes e familiares de outras vítimas da ditadura militar
Quando as portas da imponente sala do Tribunal de Justiça de São Paulo se abriram na manhã daquela quarta-feira 17 de outubro em São Paulo, cada centímetro do pequeno espaço destinado ao público foi rapidamente preenchido por jornalistas, defensores de direitos humanos, amigos e familiares do jornalista Luiz Eduardo Merlino. Torturado e assassinado sob o comando do então coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, em julho de 1971, como reconheceu decisão judicial de 2012, o coronel recorreu contra a sentença ainda em 2012 – antes de morrer em 2015. O processo aguardava julgamento da apelação desde então. Nos corredores comentava-se a coincidência do julgamento ter sido marcado inesperadamente entre o primeiro e o segundo turno da primeira eleição, desde a redemocratização, em que a ditadura militar compareceu com força no debate eleitoral. Defendida como necessária por um dos candidatos à Presidência, que tem um general como vice, e relativizada por estrelas da Justiça, como o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal o risco de uma nova ditadura também foi apontado por muitos dos que viveram o esmagamento da democracia – de políticos a artistas, juristas e intelectuais.
Por isso, de uma forma ou de outra, a sessão seria importante e simbólica. O objetivo era julgar a apelação da defesa do coronel Ustra contra a determinação da 20ª Vara Cível de São Paulo de pagar
"Um menino de dois anos de idade deu um tiro no peito no Natal, depois de pegar a arma que seu pai havia deixado sobre a mesa da sala de estar. E, um outro menino, de 11 anos, foi baleado no pescoço enquanto tentava tirar a arma de perto de seus irmãos menores."
Um relatório de um grupo que pede controle mais rígido de armas de fogo nos Estados Unidos revelou a escalada impressionante de tiros acidentais, que vem matando 100 crianças por ano.
Em média, duas crianças são mortas por semana. Os acidentes acontecem principalmente na casa da família ou em um carro pertencente a um parente.
Muitas das tragédias no ano passado aconteceram por falhas de segurança, com crianças e adolescentes tendo acesso fácil a armas.
Um menino de dois anos de idade deu um tiro no peito no Natal, depois de pegar a arma que seu pai
O fator D é "a tendência geral a maximizar a utilidade individual sem levar em conta ou provocar de forma mal-intencionada a falta de utilidade para os outros, isso tudo acompanhado de crenças que servem como justificativas" Essa tendência costuma vir acompanhada de desculpas ou justificativas que servem para evitar sentimentos de culpa ou vergonha.
Segundo um novo estudo, o fator D está presente nos traços mais obscuros da nossa personalidade.
Há mais de 100 anos, Charles Spearman disse que a inteligência é composta pelo chamado fator G.Segundo a teoria do psicólogo inglês, o fator G explica por que é provável que as pessoas que tiram notas altas em um tipo específico de provas também se saiam bem em outros testes.
Um século depois, especialistas dizem que essa mesma tendência também pode ser usada para explicar a "malevolência" ou o "lado obscuro" das pessoas.
E também lhe deram um nome. Trata-se do "fator D".
Uma nova pesquisa conduzida por uma equipe de psicólogos da Alemanha e da Dinamarca sugere que características como egoísmo, rancor e sadismo têm um mesmo denominador comum.
Ainda que nos pareça mais normal que uma pessoa seja egoísta e não psicopata, o certo é que o estudo demonstra que todos os aspectos obscuros da personalidade humana estão relacionados e se baseiam numa mesma tendência.
Em outras palavras, se você tem um desses traços, é provável que desenvolva os outros.
Segundo o estudo, o egoísmo tem um denominador com outros traços de personalidade,
como o rancor e o narcisismo.
Isso significa, segundo os pesquisadores, que se uma pessoa exibe um comportamento maldoso específico (como o gosto por humilhar os outros), terá maior probabilidade de fazer outras coisas maldosas, como enganar, mentir ou roubar.
"Os traços obscuros têm muito mais em comum do que coisas que os diferenciam. O conhecimento sobre esse 'núcleo obscuro' pode ter um papel crucial para os terapeutas que trabalham com pessoas com essas características", disse Ingo Zettler, um dos pesquisadores e professor de psicologia na Universidade de Copenhage, na Dinamarca.
"Vemos isso, por exemplo, em casos de violência extrema, descumprimento de normas, mentiras. O conhecimento sobre o fator D de uma pessoa pode ser uma ferramenta útil para avaliar a probabilidade de que ela volte e cometer o ato ou faça coisas ainda mais graves", afirmou.
Colocar nossos objetivos em primeiro lugar
O fator D é "a tendência geral a maximizar a utilidade individual sem levar em conta ou provocar de forma mal-intencionada a falta de utilidade para os outros, isso tudo acompanhado de crenças que servem como justificativas", diz o relatório.
Dito de outro modo, o fator D é o hábito de colocar nossos próprios objetivos e interesses na frente dos de outras pessoas, sentindo até prazer pelo fato de fazer mal aos outros.
Essa tendência costuma vir acompanhada de desculpas ou justificativas que servem para evitar sentimentos de culpa ou vergonha.
O fator D é o hábito de colocar nossos próprios objetivos e interesses na frente dos de outras
pessoas, sentindo até prazer pelo fato de fazer mal aos outros.
No estudo, que acaba de ser publicado na revista Psychological Review, os pesquisadores perguntaram a mais de 2.500 pessoas até que ponto se mostravam de acordo com afirmações como "às vezes vale a pela sofrer um pouco para ver alguém sofrer o castigo que merece" e "sei que sou especial porque todos dizem isso."
Também perguntaram aos participantes sobre sua agressividade, impulsividade e comportamento egoísta ou pouco ético.
A pesquisa demonstra que os traços obscuros em geral podem ser compreendidos como exemplos de um núcleo comum, ainda que aspectos diferentes possam predominar. Por exemplo, o aspecto das justificativas é muito forte no narcisista, enquanto que o aspecto da falta de utilidade provocada maldosamente é a característica principal do sádico.
O fator D também está presente no comportamento relacionado ao rancor.
Segundo os especialistas, sua pesquisa demonstra como o fator D está presente em nove traços obscuros de personalidade mais estudados:
Egoísmo: preocupação excessiva com as próprias vantagens à custa das dos outros.
Maquiavelismo: atitude manipuladora e insensível e a crença de que os fins justificam os meios.
Desconexão moral: estilo de processamento cognitivo que permite que as pessoas se comportem sem ética e sem sentir angústia.
Narcisismo: excessivo ensimesmamento e uma sensação de superioridade e extrema necessidade de receber atenção dos demais.
Direito psicológico: crença recorrente de que é melhor que os outros e merece um tratamento melhor.
Psicopatia: falta de empatia e autocontrole, combinadas com um comportamento impulsivo.
Sadismo: desejo de causar dano mental ou físico a outra pessoa para seu próprio prazer ou para se beneficiar.
Interesse próprio: desejo de promover e ressaltar seu próprio status social e financeiro.
Rancor: disposição para causar danos ou destruir outras pessoas, mesmo se machucar a si mesmo no processo.
Não cabe mais discutir golpe e ditadura. Ambos já são passíveis de reconhecimento de todos aqueles que acompanham o cenário político do país.
A fraude eleitoral, se ocorrer, seria apenas mais uma das medidas protetivas do processo ditatorial, assim como vem ocorrendo as inúmeras inconstitucionalidades com relação ao PT e ao Lula.
O impedimento de Lula, o primeiro colocado nas pesquisas eleitorais, com possibilidade de vitória já no primeiro turno, foi o ato mais evidente e inquestionável, do processo golpista.
O importante, quando já estamos há poucos dias para as eleições, é constatar o que vem acontecendo nos últimos dias.
É importante considerar o quanto os institutos de pesquisas vinculados direta ou indiretamente, à grande mídia, tem usado as pesquisas eleitorais como arma para influenciar ou fraudar o processo eleitoral no Brasil.
No golpe de 1964, uma das grandes falácias que propagaram para a sociedade é que João Goulart (Jango) seria um presidente fraco, sem apoio popular e que seria, então, manipulado pelos comunistas da China e URSS, sem forças internas para dominar a situação.
Hoje sabemos, por uma divulgação recente, a quase 50 anos depois, que o IBOPE e a Globo, escondeu os resultados de uma pesquisa onde mostrou que o povo apoiava o governo jango e a suas propostas de reformas, conhecidas como "Reformas de Base".
Essas pesquisas podem ser consultadas no departamento de história da UNICAMP que recebeu todo o material em questão.
Em 1982, tivemos o vergonhoso caso Proconsult, onde havia o plano de fraudar a apuração dos votos, e impedir a eleição de Leonel Brizola. O plano consistia em manipular os resultados das pesquisas para escamotear a fraude física.
Por sorte o sistema foi denunciado e o PDT e Brizola, usou um sistema de pesquisas paralelo onde mostrava a realidade dos fatos, ou seja, sua virtual vitória, o que foi confirmado, após o aborto do crime eleitoral, sem punições, é claro.
Em 1989 tivemos o episódio, não menos criminoso, onde a Globo fez toda um trabalho meticuloso para levantar Collor e derrubar Lula naquela eleição. E conseguiu.
Em 2002, numa conversa divulgada posteriormente, Montenegro conversou com Roberto Marinho, confessando que nada poderiam fazer para tirar a vitória de Lula. A luta estava perdida.
Mais recentemente temos o episódio do Mensalão, onde o PSDB - seu criador, foi ignorado pela Mìdia e pelo Judiciário, atacando especificamente o PT, com o objetivo fundamental e derrubar Lula do Poder. Só não aconteceu isso, porque Lula tem um poder monumental na opinião pública dentro e fora do país e se governo vinha sendo um dos melhores do país nos últimos tempos e era reconhecido pelos governos e demais instituições internacionais.
A mídia e os institutos de pesquisas continuou seu trabalho de desconstrução do partido progressista mais forte até os dias de hoje.
O GATO SUBIU NO TELHADO
Quatro fatos ocorreram ontem e hoje, que aumentam nossa desconfiança que pode ter um plano fraudulento já forjado para impedir a vitória do PT.
O PRIMEIRO foi as duas últimas pesquisas divulgados, a da DMA, contratada pela CNT e a do IBOPE, contratada pela Globo. O resultado de uma e de outra é muito sugestivo que algo estranho está acontecendo. Uma pesquisa é o espelho da outra. Uma é exatamente o inverso da outra, em relação aos 2 principais candidatos Bolsonaro e Haddad.
Vejamos o gráfico abaixo, onde foram plotados os resultados para o primeiro turno da pesquisa estimulada, considerando para análise, somente esses dois candidatos e os 2 últimos levantamentos.
Na pesquisa realizada pela DMA, Bolsonaro se manteve constante e Haddad cresceu. Na pesquisa realizada pelo IBOPE, foi divulgado exatamente o inverso, ou seja, Bolsonaro cresceu e Haddad se manteve constante.
É natural que haja divergências entre as pesquisas, por "n" razões. Normalmente contidas nas margens de erro de cada uma delas. Mas à medida que as divergências vão crescendo, a confiabilidade nos resultados, seja por motivos de erros no planejamento ou na apuração dos dados e tabulação dos dados brutos, vai diminuindo.
Neste caso específico, não trata-se, somente de erros operacionais, mas de divergência gritante, já que mostra tendências divergentes num prazo praticamente idênticos.
Essa discrepância é sim um forte indicativo de que possa estar havendo alguma ocorrência intencional, algum procedimento planejado. Para saber, teria que analisar todo o processo da pesquisa, desde o planejamento até a apresentação ao cliente (CNT e Globo).
O SEGUNDO fato foi a autorização da divulgação extemporânea de "trechos" da delação premiada de Palocci, pelo polêmico juiz Sérgio Moro. Esse fato, ocorrente a poucos dias da eleição, denota com toda a clareza que o objetivo é puramente eleitoral e contra o candidato Haddad, do PT.
Essa delação tem sido muito badalada, sempre envolvendo a participação da grande mídia, gerando especulações na opinião pública. Inicialmente diz-se que a delação havia sido rejeitada pelo Juiz Moro por não oferecer material suficiente para a credibilidade das narrativas.
Portanto, esse evento é sim um sinal de que possa haver algum movimento orquestrado para impedir uma vitória do candidato petista.
O TERCEIRO fato que chama a atenção é o combate entre ministros STF, se atropelando, cometendo absurdos, sem nenhum pudor, para censurar, mais uma vez o ex-presidente Lula.
A percepção que se passa é que o STF está fortemente amordaçado, sem poder expressar o que determina a nossa lei maior, a CF, diante de tantas aberrações que temos vivido, nos útimos tempos.
O QUARTO fato que me chama a atenção, não é exatamente algo no sentido de fraudar o processo democrático, mas como um indicador poderoso, do que ocorre no primeiro escalão do poder da nação (que está acima dos 3 poderes)
Após os eventos ocorridos ontem, o mercado de ações abriu em forte alta, com as ações da Petrobras batendo 9% de alta em Wall Street, apesar dos preços do petróleo, seu maior referencial, ficar estagnado, com variação irrelevante.
É bom entender que os preços dos principais papéis das empresas brasileiras não são determinados na Bovespa, mas sim na NYSE, nos EUA. O Brasil caminha a reboque.
CONCLUSÃO
Diante deste cenário tão conturbado, com tantas intervenções indevidas no processo, de uma impunidade daqueles que cometem fraudes, diante das manifestações da PF, do MPF, do Judiciário, dos militares, dos políticos conservadores, da conduta da grande mídia, da influência norte-americana nos países latino-americanos, seria prudente por parte dos partidos progressistas, principalmente, o PT, a elaboração de um plano de contingência, de controle do processo, de vigilância concreta.
Seria, também, muito interessante que houvesse a participação de observadores internacionais isentos do processo geo-político na região e também a auditoria de empresas especializada em auditoria de sistemas, para dar mais confiabilidade ao processo eleitoral.
Por Tariq Ali, Chris Williamson , Ken Levingstone, Benjamin Sofonias, John Gledhill e outros
Apesar de não ter mandato legitimo, o governo reverteu os programas sociais que tiraram 40 milhões de pessoas da pobreza, escrevem políticos, sindicalistas, acadêmicos e outros.
Leia a íntegra do texto e veja abaixo os signatários.
As políticas radicais de Michel Temer estão arruinando o Brasil
31 de agosto marca dois anos desde a destituição de Dilma Rousseff como presidente do Brasil, quando 61 senadores esmagaram a vontade política expressa nas urnas por 54 milhões de brasileiros que a elegeram. Desde então, o governo ilegítimo liderado por Michel Temer mostrou suas verdadeiras cores com políticas rígidas de austeridade.
Apesar de não ter sido eleito, o governo reverteu os programas sociais que tiraram 40 milhões de pessoas da pobreza. Suas políticas mergulharam a economia em uma crise mais profunda, prejudicando os serviços públicos e o padrão de vida de milhões de pessoas.
Isso tem sido acompanhado pela perseguição ao ex-presidente Lula e pelo aumento da violência e da repressão contra sindicatos, movimentos sociais e outras forças progressistas.
Talvez não seja surpreendente, portanto, que os índices de aprovação de Temer estejam em números únicos. Estamos ao lado dos milhões de brasileiros que resistem a esses ataques contínuos à democracia e ao progresso social.
Assinam a carta:
Colin Burgon Presidente honorário, Trabalhistas Amigos do Progressivo América Latina Chris Williamson MP (Trabalhista) Matt Willgress Editor, No Coup no Brasil Tariq Ali Escritor e historiador Benjamin Zephaniah Poeta Lowkey Rapper Victoria Brittain Jornalista e escritora Andy de la Tour Ator e escritor Baronesa Jean Corston (Trabalho) Neil Findley MSP (Trabalho) Lord Nicholas Rea (Trabalho) Tony Burke e Steve Turner Assistente do secretário geral, Unite the Union Steve Turner Assistente do secretário geral, Unite the Union
Kiri Tunks Presidente, Sindicato Nacional da Educação (NUT) Doug Nicholls Secretário geral, Federação Geral dos Sindicatos Manuel Cortes Secretário Geral, TSSA Ronnie Draper Secretário Geral, BFAWU Zita Holbourne Presidente Nacional, Barac UK Lindsey Coordenador Alemão , Stop the War Coalition Editora Sue Branford , Secretaria de América Latina Ken Livingstone Ex-prefeito de Londres Dr. Francisco Dominguez Diretor de estudos latino-americanos, professor da Universidade de Middlesex Prof John Gledhill Professor emérito, Universidade de Manchester Dr. Marina Prentoulis Universidade de East Anglia Rachel Garnham Membro do partido trabalhista NEC
31 August marks two years since Dilma Rousseff’s removal as president of Brazil when 61 senators trampled on the political will expressed at the ballot box by the 54 million Brazilians who had elected her. Since then, the illegitimate Michel Temer-led government has shown its true colours with hardline austerity policies.
Despite having no mandate, the government has reversed social programmes that took 40 million people out of poverty. Its policies have plunged the economy into deeper crisis, damaged public services, and hurt the living standards of millions.
This is has been accompanied by the ongoing persecution of former president Lula and an increase in violence and repression against trade unions, social movements and other progressive forces.
It is perhaps not surprising therefore that Temer’s approval ratings are in single figures. We stand with the millions of Brazilians resisting these ongoing attacks on democracy and social progress.
A crise na Venezuela, nos mostra como muitas outras nos países periféricos que sua essência está no confronto entre forças políticas com interesses diferentes.
A experiência Venezuelana serve de exemplo, de ilustração do que vem ocorrendo no Brasil, onde uma crise institucional, política e econômica foi criada para abortar um governo progressista que, agradando a sociedade, sinalizava a permanência de um longo tempo no poder.
Um governo progressista numa país periférico, proprietário das maiores reservas de petróleo do mundo, vai de contra os interesses das forças conservadoras, diametralmente opostas.
A crise econômica nesses casos, na verdade é uma crise conjuntural decorrente da verdadeira crise que é o confronto de poder entre o progressismo e o conservadorismo, domestico e internacional.
Veja esse vídeo, com o roteiro e a apresentação de João Paulo Charleaux, como originou e evoluiu a crise na Venezuela.
"Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade."
(Edson Marques)
O regime cubano decidiu dizer adeus formalmente ao comunismo. O conceito foi eliminado no anteprojeto de reforma constitucional em andamento, segundo informaram neste sábado os veículos oficiais da ilha. Imerso num processo de liberalização controlada do modelo econômico, o Governo de Cuba inclui no novo texto o reconhecimento da propriedade privada e se desprende da referência à ideologia comunista, embora enfatize que o socialismo continue sendo política de Estado.
A Constituição vigente, promulgada em 1976 e redigida à imagem e semelhança das Cartas do bloco socialista, prevê, em seu artigo 5, o objetivo do “avanço rumo à sociedade comunista”. Com a reforma constitucional, essa ideia desapareceria. Uma mudança de enorme importância histórica, que o Governo apresenta como mera adaptação da linguagem à nova fase de continuidade revolucionária. “Não quer dizer que vamos abrir mão das nossas ideias, e sim que, em nossa visão, pensamos num país socialista, soberano, independente, próspero e sustentável”, disse na sexta-feira o presidente da Assembleia Nacional, Esteban Lazo.
O Parlamento unicameral cubano abriu neste sábado uma sessão que se estende até segunda-feira e na qual os deputados debaterão o texto da reforma, para que seja depois submetido a consulta popular. Ideologicamente, Cuba ficará na paradoxal situação de se apartar da ideia do comunismo em sua Constituição sem deixar de reconhecer o Partido Comunista como máximo órgão de direção do país. O anteprojeto de reforma, segundo o jornal oficial Granma, “ratifica o caráter socialista da Revolução e o papel dirigente do Partido”, além da “irrevogabilidade do modelo político e econômico”.
O Governo começou a remodelar o modelo econômico – e a contenção da narrativa comunista – em 2011, com a elaboração das chamadas Diretrizes da Política Econômica e Social do VI Congresso do Partido Comunista de Cuba. Os 313 pontos do documento refletiam a ordem de Raúl Castro de iniciar uma guinada do sistema que permitisse dinamizar a raquítica economia cubana, dando maior espaço ao trabalho por conta própria e abrindo o país aos investimentos estrangeiros. O raulismo marcou uma mudança rumo a um maior pragmatismo em relação à linha imposta durante décadas por Fidel Castro, muito refratário à abertura ao mercado e aferrado até sua saída do poder (por doença) à narrativa marxista-leninista.
Um gabinete de continuidade
Cuba caminha rumo à era pós-Castro sob a égide da continuidade. O presidente Miguel Díaz-Canel, de 58 anos, nascido depois da revolução de 1959 e a quem Raúl Castro, 87, cedeu o cargo em abril, após prepará-lo durante anos como leal sucessor, formou um Conselho de Ministros que mantém os desígnios de seu mentor. A Assembleia deu sua aprovação neste sábado ao novo Gabinete, que conserva 20 dos 34 ministros do general. Castro permanecerá até 2021 como secretário-geral do PC cubano, máxima autoridade da ilha, acima do Executivo.
A principal novidade no Gabinete foi a nomeação de outro ministro da Economia, Alejandro Gil, até agora vice-ministro. Desde que assumiu o comando, em 2008, Raúl iniciou uma lenta adaptação do sistema socialista ao mercado e aos investimentos estrangeiros, que Díaz-Canel terá que acelerar se quiser tirar o país de sua perpétua situação de carestia e reverter os índices quase nulos de crescimento. Gil terá a missão de agitar o complicado coquetel de estatismo e liberação. Membro da nova geração da alta burocracia cubana, o novo ministro da Economia substitui um funcionário da velha guarda, Ricardo Cabrisas, 81, que será um dos quatro vice-presidentes do Conselho de Ministros – onde permanece Ramiro Valdés, 86, do núcleo duro histórico.
Quando assumiu a presidência, em abril, Díaz-Canel – um tecnocrata com reputação pró-abertura mas que há dois anos adotou um discurso cada vez mais rígido e conservador – deixou claro que seu norte era a “continuidade”, hoje conceito-chave do status quo cubano. Em sua equipe seguirão ao seu lado pesos-pesados do sistema, como o chanceler e cérebro das relações com os Estados Unidos Bruno Rodríguez, 60; Leopoldo Cintra, 77, militar do círculo mais próximo de Raúl Castro, como ministro das Forças Armadas; e o vice-almirante Julio Césa Gandarilla, 75, responsável pelo poderoso Ministério do Interior. Os Ministérios do Comércio e Investimentos Estrangeiros e do Turismo, duas pastas de especial relevância pela necessidade urgente de Cuba de atrair capital, continuarão nas mãos de Rodrigo Malmierca e Manuel Marrero. O Gabinete, com uma média de idade de 60 anos, é formado por 26 homens e oito mulheres.
Sinal verde para o casamento gay
O texto da nova Constituição abre a possibilidade de legalização do casamento homossexual em Cuba. Segundo afirmou na Assembleia Nacional Homero Costa, secretário do Conselho de Estado, o artigo 68 define o casamento como a união “entre duas pessoas (...) e não diz de qual sexo”. A atual Constituição, de 1976, só contempla a união matrimonial entre homem e mulher. A legalização do casamento homossexual é uma reivindicação cada vez mais imperiosa da comunidade LGBT cubana. É defendida por Mariela Castro, filha de Raúl e diretora do Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba. Grupos evangélicos se manifestaram na ilha, nos últimos dias, ante a perspectiva da mudança legal.
No dia do centenário de nascimento de Nelson Mandela, os principais momentos da vida do primeiro presidente negro da África do Sul, em imagens
O presidente do partido Congresso Nacional Africano da África do Sul, Nelson Mandela, no dia de seu casamento com Winnie Mandela, em maio de 1958.
No dia 16 de junho de 1964, oito homens, entre eles o líder antiapartheid e membro do Congresso Nacional Africano (ANC), Nelson Mandela, foi sentenciado à prisão perpétua no julgamento de Rivonia. Eles deixam o Palácio da Justiça em Pretória com os punhos erguidos através das janelas gradeadas do carro da prisão.
“Moro goza de total impunidade. Estou convencido de que ele é um agente norte-americano”. (Fábio Konder Comparato)
O parecer do subprocurador-geral da república Nívio de Freitas Silva Filho sobre a parcialidade de Sergio Moro é um das peças jurídicas que entrarão para a história como o relatório do coronel Job Lorena de Santana sobre o atentado do Riocentro, em 1981.
Segundo o coronel, não eram os militares que explodiriam uma bomba no show onde havia milhares de pessoas. Na verdade, eles estavam ali para garantir a segurança do espetáculo e acabaram alvo de um atentado realizado por organizações de esquerda.
Para Nívio de Freitas Silva Filho, no processo em que a defesa de Lula pede o afastamento do juiz
Será que teremos de ser coniventes com a brutalidade, o atropelo das leis e a subtração de direitos praticados por funcionários públicos? Tudo isso é muito parecido com aquilo que a escritora Hannah Arendt definiu como a banalidade do mal ao escrever sobre o julgamento de Adolf Eichmann ocorrido em 1961.
Mordaça. Substantivo feminino. O mesmo que açaimo ou focinheira. Pano ou qualquer objeto que se põe na boca para impedir alguém de falar ou gritar. Usar a força e a coerção para impedir alguém de falar. A definição curta e precisa do Aurélio revela ser a mordaça irmã da brutalidade e filha do autoritarismo com a intolerância. No último dia 2, o advogado Renato Moraes publicou no jornal O Globo artigo no qual expõe a dura realidade de um Brasil onde a Justiça tem dado o mau exemplo de desprezar as leis e a Constituição. Escreveu o brilhante jurista: “Chegamos à beira do precipício autoritário. Há quem esboce, sem pudor, o raciocínio de que entre a Constituição e uma indistinta vontade popular se deve ficar com o povo. Como se não fosse a Constituição o único abrigo contra o autoritarismo”.
Como acreditar que defendemos que o lugar de corruptos e corruptores seja cadeia dando crédito a este engodo?
Cresci vendo o Brasil ser tri-campeão em 70.
Em 74, apesar da tristeza, fomos competitivos.
Em 78, apesar da decepção, fomos brilhantes.
Em 82, apesar do desalento, vibramos.
Ciscamos em 86… 90… até que em 94… ufa!
De 2002 em diante passamos a acreditar que estaríamos sempre lá, ao lado dos grandes.
Até que veio 2014.
Até que grandes interesses deram as caras.
Como confiar numa Copa organizada pela FIFA?
Como confiar em patrocinadores como a Nike, a Coca-Cola e tantas outras transnacionais?
Como confiar na CBF, seus cartolas e suas negociatas?
Como confiar numa seleção em que o craque joga interessado apenas nele, e no seu futuro contrato?
Como confiar em uma transmissão cujo os direitos foram comprados comprovadamente na base de corrupção, de propina?
Como acreditar que defendemos que o lugar de corruptos e corruptores seja cadeia dando crédito a este engodo?
Meu desinteresse por esta Copa não é mi-mi-mi.
Meu desinteresse é porque para mim não tem gosto gostar assim.
Meu desinteresse só não é maior porque tenho filho pequeno.
E filho pequeno ainda sonha.
Filho pequeno acredita em jogos de regras, sem cartas marcadas, sem trapaças.
Assim como papai Noel, ele deve desacreditar sozinho, aos poucos.
Quando for adulto vai descobrir que regras servem apenas para serem violadas.
Violadas pelos amigos do rei, pelo mais espertos.
Assim é a vida, um amontoado de ilusões, doces ou não.
Quando a gente sabe como o mágico faz o truque perde toda a graça.
"Sonho ser o presidente de um País em que todos tenham direitos e ninguém tenha privilégios."
"Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum. Há dois meses estou impedido de percorrer o País que amo, levando a mensagem de esperança num Brasil melhor e mais justo, com oportunidades para todos, como sempre fiz em 45 anos de vida pública.
Fui privado de conviver diariamente com meus filhos e minha filha, meus netos e netas, minha bisneta, meus amigos e companheiros. Mas não tenho dúvida de que me puseram aqui para me impedir de conviver com minha grande família: o povo brasileiro. Isso é o que mais me angustia, pois sei que, do lado de fora, a cada dia mais e mais famílias voltam a viver nas ruas, abandonadas pelo estado que deveria protegê-las.
De onde me encontro, quero renovar a mensagem de fé no Brasil e em nosso povo. Juntos, soubemos superar momentos difíceis, graves crises econômicas, políticas e sociais. Juntos, no meu governo, vencemos a fome, o desemprego, a recessão, as enormes pressões do capital internacional e de seus representantes no País. Juntos, reduzimos a secular doença da desigualdade social que marcou a formação do Brasil: o genocídio dos indígenas, a escravidão dos negros e a exploração dos trabalhadores da cidade e do campo.
Combatemos sem tréguas as injustiças. De cabeça erguida, chegamos a ser considerados o povo mais otimista do mundo. Aprofundamos nossa democracia e por isso conquistamos protagonismo internacional, com a criação da Unasul, da Celac, dos BRICS e a nossa relação solidária com os países africanos. Nossa voz foi ouvida no G-8 e nos mais importantes fóruns mundiais.
Tenho certeza que podemos reconstruir este País e voltar a sonhar com uma grande nação. Isso é o que me anima a seguir lutando.
Não posso me conformar com o sofrimento dos mais pobres e o castigo que está se abatendo sobre a nossa classe trabalhadora, assim como não me conformo com minha situação.
Os que me acusaram na Lava Jato sabem que mentiram, pois nunca fui dono, nunca tive a posse, nunca passei uma noite no tal apartamento do Guarujá. Os que me condenaram, Sérgio Moro e os desembargadores do TRF-4, sabem que armaram uma farsa judicial para me prender, pois demonstrei minha inocência no processo e eles não conseguiram apresentar a prova do crime de que me acusam.
Até hoje me pergunto: onde está a prova?
Não fui tratado pelos procuradores da Lava Jato, por Moro e pelo TRF-4 como um cidadão igual aos demais. Fui tratado sempre como inimigo.
Não cultivo ódio ou rancor, mas duvido que meus algozes possam dormir com a consciência tranquila.
Contra todas as injustiças, tenho o direito constitucional de recorrer em liberdade, mas esse direito me tem sido negado, até agora, pelo único motivo de que me chamo Luiz Inácio Lula da Silva.
Por isso me considero um preso político em meu país.
Quando ficou claro que iriam me prender à força, sem crime nem provas, decidi ficar no Brasil e enfrentar meus algozes. Sei do meu lugar na história e sei qual é o lugar reservado aos que hoje me perseguem. Tenho certeza de que a Justiça fará prevalecer a verdade.
Nas caravanas que fiz recentemente pelo Brasil, vi a esperança nos olhos das pessoas. E também vi a angústia de quem está sofrendo com a volta da fome e do desemprego, a desnutrição, o abandono escolar, os direitos roubados aos trabalhadores, a destruição das políticas de inclusão social constitucionalmente garantidas e agora negadas na prática.
É para acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República.
Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projeto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projeto de integração latino-americana.
Sou candidato porque acredito, sinceramente, que a Justiça Eleitoral manterá a coerência com seus precedentes de jurisprudência, desde 2002, não se curvando à chantagem da exceção só para ferir meu direito e o direito dos eleitores de votar em quem melhor os representa.
Tive muitas candidaturas em minha trajetória, mas esta é diferente: é o compromisso da minha vida. Quem teve o privilégio de ver o Brasil avançar em benefício dos mais pobres, depois de séculos de exclusão e abandono, não pode se omitir na hora mais difícil para a nossa gente.
Sei que minha candidatura representa a esperança, e vamos levá-la até as últimas consequências, porque temos ao nosso lado a força do povo.
Temos o direito de sonhar novamente, depois do pesadelo que nos foi imposto pelo golpe de 2016.
Mentiram para derrubar a presidenta Dilma Rousseff, legitimamente eleita. Mentiram que o país iria melhorar se o PT saísse do governo; que haveria mais empregos e mais desenvolvimento. Mentiram para impor o programa derrotado nas urnas em 2014. Mentiram para destruir o projeto de erradicação da miséria que colocamos em curso a partir do meu governo. Mentiram para entregar as riquezas nacionais e favorecer os detentores do poder econômico e financeiro, numa escandalosa traição à vontade do povo, manifestada em 2002, 2006, 2010 e 2014, de modo claro e inequívoco.
Está chegando a hora da verdade.
Quero ser presidente do Brasil novamente porque já provei que é possível construir um Brasil melhor para o nosso povo. Provamos que o País pode crescer, em benefício de todos, quando o governo coloca os trabalhadores e os mais pobres no centro das atenções, e não se torna escravo dos interesses dos ricos e poderosos. E provamos que somente a inclusão de milhões de pobres pode fazer a economia crescer e se recuperar.
Governamos para o povo e não para o mercado. É o contrário do que faz o governo dos nossosadversários, a serviço dos financistas e das multinacionais, que suprimiu direitos históricos dos trabalhadores, reduziu o salário real, cortou os investimentos em saúde e educação e está destruindo programas como o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida, o Pronaf, Luz Pra Todos, Prouni e Fies, entre tantas ações voltadas para a justiça social.
Sonho ser presidente do Brasil para acabar com o sofrimento de quem não tem mais dinheiro para comprar o botijão de gás, que voltou a usar a lenha para cozinhar ou, pior ainda, usam álcool e se tornam vítimas de graves acidentes e queimaduras. Este é um dos mais cruéis retrocessos provocados pela política de destruição da Petrobrás e da soberania nacional, conduzida pelos entreguistas do PSDB que apoiaram o golpe de 2016.
A Petrobrás não foi criada para gerar ganhos para os especuladores de Wall Street, em Nova Iorque, mas para garantir a autossuficiência de petróleo no Brasil, a preços compatíveis com a economia popular. A Petrobrás tem de voltar a ser brasileira. Podem estar certos que nós vamos acabar com essa história de vender seus ativos. Ela não será mais refém das multinacionais do petróleo. Voltará a exercer papel estratégico no desenvolvimento do País, inclusive no direcionamento dos recursos do pré-sal para a educação, nosso passaporte para o futuro.
Podem estar certos também de que impediremos a privatização da Eletrobrás, do Banco do Brasil e da Caixa, o esvaziamento do BNDES e de todos os instrumentos de que o País dispõe para promover o desenvolvimento e o bem-estar social.
Sonho ser o presidente de um País em que o julgador preste mais atenção à Constituição e menos às manchetes dos jornais.
Em que o estado de direito seja a regra, sem medidas de exceção.
Sonho com um país em que a democracia prevaleça sobre o arbítrio, o monopólio da mídia, o preconceito e a discriminação.
Sonho ser o presidente de um País em que todos tenham direitos e ninguém tenha privilégios.
Um País em que todos possam fazer novamente três refeições por dia; em que as crianças possam frequentar a escola, em que todos tenham direito ao trabalho com salário digno e proteção da lei. Um país em que todo trabalhador rural volte a ter acesso à terra para produzir, com financiamento e assistência técnica.
Um país em que as pessoas voltem a ter confiança no presente e esperança no futuro. E que por isso mesmo volte a ser respeitado internacionalmente, volte a promover a integração latino-americana e a cooperação com a África, e que exerça uma posição soberana nos diálogos internacionais sobre o comércio e o meio ambiente, pela paz e a amizade entre os povos.
Nós sabemos qual é o caminho para concretizar esses sonhos. Hoje ele passa pela realização de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas, sem regras de exceção para impedir apenas determinado candidato.
Só assim teremos um governo com legitimidade para enfrentar os grandes desafios, que poderá dialogar com todos os setores da nação respaldado pelo voto popular. É a esta missão que me proponho ao aceitar a candidatura presidencial pelo Partido dos Trabalhadores.
Já mostramos que é possível fazer um governo de pacificação nacional, em que o Brasil caminhe ao encontro dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e dos trabalhadores.
Fiz um governo em que os pobres foram incluídos no orçamento da União, com mais distribuição de renda e menos fome; com mais saúde e menos mortalidade infantil; com mais respeito e afirmação dos direitos das mulheres, dos negros e à diversidade, e com menos violência; com mais educação em todos os níveis e menos crianças fora da escola; com mais acesso às universidades e ao ensino técnico e menos jovens excluídos do futuro; com mais habitação popular e menos conflitos de ocupações nas cidades; com mais assentamentos e distribuição de terras e menos conflitos de ocupações no campo; com mais respeito às populações indígenas e quilombolas, com mais ganhos salariais e garantia dos direitos dos trabalhadores, com mais diálogo com os sindicatos, movimentos sociais e organizações empresarias e menos conflitos sociais.
Foi um tempo de paz e prosperidade, como nunca antes tivemos na história.
Acredito, do fundo do coração, que o Brasil pode voltar a ser feliz. E pode avançar muito mais do que conquistamos juntos, quando o governo era do povo.
Para alcançar este objetivo, temos de unir as forçasdemocráticas de todo o Brasil, respeitando a autonomia dos partidos e dos movimentos, mas sempre tendo como referência um projeto de País mais solidário e mais justo, que resgate a dignidade e a esperança da nossa gente sofrida. Tenho certeza de que estaremos juntos ao final da caminhada.
Daqui onde estou, com a solidariedade e as energias que vêm de todos os cantos do Brasil e do mundo,posso assegurar que continuarei trabalhando para transformar nossos sonhos em realidade. E assim vou me preparando, com fé em Deus e muita confiança,para o dia do reencontro com o querido povo brasileiro.
E esse reencontro só não ocorrerá se a vida me faltar.
Até breve, minha gente
Viva o Brasil! Viva a Democracia! Viva o Povo Brasileiro!
"É algo bom para a economia, é ótimo para o mercado de emprego, é bom para quem consumia cannabis e tinha medo de ser preso. E será um tremendo benefício para os pacientes."
"Alguns dos meus amigos e familiares acharam que eu estava ficando louca", diz Hilary Bishop sobre sua decisão, há 20 anos, de não ir para faculdade e, em vez disso, vender maconha para pessoas que estavam doentes.
Hoje, ela é uma das diretoras da Canopy Growth, o maior produtor de cannabis para fins medicinais do Canadá.
Esse tipo de uso para a maconha já é permitido no país, onde a expectativa é que o Senado aprove nesta quinta-feira um projeto que legaliza o consumo recreacional da droga.
Na empresa para a qual Bishop trabalha, 180 funcionários cuidam de 300 mil plantas de cannabis mantidas em 4 hectares de estufas.
Os frutos desta plantação são usados para aliviar sintomas como dor, náuseas, tremores e convulsões.
Bishop, que sempre advogou pela legalização da maconha, provavelmente verá isso se tornar uma realidade. A lei prevê que qualquer um com mais de 18 anos poderá comprar e cultivar pequenas quantidades da planta.
"É algo bom para a economia, é ótimo para o mercado de emprego, é bom para quem consumia cannabis e tinha medo de ser preso. E será um tremendo benefício para os pacientes."
Mas o que Hilary diria a quem está preocupado com os efeitos disso sobre os jovens?
"O mais importante é que os jovens precisam ter acesso a uma educação baseada em evidências para que possam tomar decisões bem informadas sobre o consumo de cannabis e isso não acontece em um ambiente com a proibição."
"Talvez aquele para quem estes sinos dobram esteja tão mal que ele sequer sabe que dobram por ele. E talvez eu possa me achar muito melhor do que sou, como fazem aqueles que me rodeiam, e ao ver o meu estado podem tê-lo feito dobrar por mim, e eu nem saiba disso."
A Igreja é católica, universal, e assim são todas as suas ações; tudo o que ela faz pertence a todos. Quando batiza uma criança, esta ação diz respeito a mim, pois esta criança é ligada a essa cabeça que também é a minha, enxertada neste corpo do qual sou um membro. E quando a Igreja enterra um homem, esta ação também me diz respeito; toda a humanidade provém de um autor, e forma um único livro; quando um homem morre, um capítulo não é arrancado do livro mas traduzido para uma linguagem melhor, e cada capítulo deve ser assim traduzido; Deus emprega inúmeros tradutores; algumas peças são traduzidas pela idade, algumas pela doença, algumas pela guerra, algumas pela justiça, mas a mão de Deus está em cada tradução, e sua mão reunirá outra vez todas as nossas folhas espalhadas formando a biblioteca onde cada livro deverá permanecer aberto aos outros, da mesma maneira que, quando o sino toca chamando para o sermão, não exorta apenas o pregador mas também toda a congregação; nos chama a todos, e ainda mais a mim, que sou trazido para perto da porta por esta doença.
Houve uma disputa e mesmo um processo (onde se misturaram piedade e dignidade, religião e opinião) sobre qual ordem religiosa deveria tocar primeiro chamando para as orações no início da manhã, e foi determinado que tocaria primeiro aquela que acordou mais cedo. Se entendermos bem a dignidade deste sino, dessas badaladas para a nossa oração da noite, ficaríamos felizes tornando-as nossas, madrugando, nessa aplicação, que poderia ser nossa e também sua, como de fato é. O sino toca por ele, e pelas coisas que fez; e embora intermitente, ainda nesse minuto, como no momento em que tocou sobre ele, ele já está unido a Deus. Quem não levanta seu olhar para o sol quando ele nasce? Mas quem tira o olho de um cometa quando irrompe no céu? Que não inclina seu ouvido a qualquer sino, que toca em qualquer ocasião? Mas quem pode removê-lo desse sino no momento em que um pedaço de si próprio está passando para fora deste mundo?
Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um amigo teu, ou o teu próprio. A morte de qualquer homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso, nunca mandes perguntar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.
Nem podemos chamar isso de mendicância de miséria, ou empréstimo de miséria, como se não fossemos nós mesmos suficientemente miseráveis, mas precisássemos buscar mais na casa ao lado e tomar para nós a miséria dos nossos vizinhos. Na verdade esta seria uma cobiça desculpável, se o fizéssemos, pois a desgraça é um tesouro do qual poucos homens têm o suficiente. Nenhum homem tem desgraças o suficiente, eles não são amadurecidos e aprimorados por elas, e apelam a Deus por essa aflição. Se um homem levar um tesouro em ouro maciço ou em barras, mas não tiver algum cunhado em moeda atual, seu tesouro não vai custeá-lo durante sua viagem. A atribulação é tesouro em sua natureza, mas não é moeda corrente em seu uso, exceto se ficarmos mais próximos e mais próximos de nossa moradia, o céu, por meio dela. Uma outra pessoa pode estar doente também, à beira da morte, e esta aflição pode estar em suas entranhas, como o ouro numa mina, e não ser de uso para ela; mas este sino que me conta sobre a sua aflição, desenterra este ouro e aplica-o em mim: se por esta consideração sobre o perigo que outro corre, tomo o meu próprio em contemplação, me asseguro a mim mesmo e faço o meu recurso a meu Deus, que é a nossa única segurança.
____________________ FONTE: Blog Trapiche dos Outros. "Nunc Lento Sonitu Dicunt, Morieris" , Meditação 17, do escritor e pastor anglicano John Donne, em 1624.