PÁGINAS

domingo, 27 de outubro de 2019

THE BRINK: Steve Bannon e a propagação da extrema direita

Por Ana França


“Não sabia se tinha filmado uma conferência de nazis ou uns tipos banais a jantar”: a realizadora que teve acesso inédito a Bannon


Alison Klayman no Festival Sundance 2019

Aparece aquela imagem de Auschwitz, aquela em que se vê uma placa em ferro forjado que diz que o trabalho traz a liberdade apesar de naquele espaço só trazer fome e morte. Aparece o portão e a frase e o complexo que é o auge da arquitetura industrial e aparece Steve Bannon, o homem a quem a esquerda atribuiu a solitária culpa pela estratégia que levou Donald Trump à Casa Branca, a elogiar a engenharia alemã. A precisão com que os alemães desenharam um lugar para “cometer assassínio em massa” é uma coisa que o fascina. E foram pessoas comuns que fizeram aquilo acontecer. “Pensa nisto” - começa Bannon - “algures na História houve alemães, pessoas boas, normais, que se sentaram a uma mesa, como acontece nas reuniões de qualquer empresa, até consigo imaginar os cafés em cima da mesa; houve pessoas a pensar aquilo em detalhe, capazes de se separarem do horror moral”.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Brasil é semifinalista na ‘Copa da Desigualdade’

Por José Eustáquio Diniz Alves


Assim como futebol, país tem histórico de destaque no ranking da concentração de renda


O Brasil é o único país que participou de todas as copas do mundo de futebol e quase sempre ocupou um lugar no alto do ranking das melhores seleções do planeta. Mas esse não é o único destaque do país, pois, também no campo da concentração de renda, o Brasil nunca deixou de estar presente no pódio das nações mais desiguais do globo.

Assim como no futebol, onde temos rivais poderosos em nossas fronteiras, a excepcionalidade brasileira na distribuição de renda é compartilhada pelos vizinhos da América Latina e Caribe (ALC), reconhecidamente, o continente mais desigual do mundo. O gráfico abaixo, disponibilizado no site “Our World in Data”, mostra que a ALC é a região do mundo com os maiores índices de desigualdade de renda, quando medido pelo Índice de Gini, que varia entre zero (nenhuma desigualdade) e um (desigualdade total).

Nota-se que a América Latina, com Gini em torno de 0,50, está no topo da má distribuição de renda durante todo o período compreendido entre 1988 e 2013. A África Subsaariana vem em segundo

terça-feira, 1 de outubro de 2019

A falsificação nas contas oficiais da Reforma da Previdência: o caso do Regime Geral de Previdência Social

  • Pedro Paulo Zahluth Bastos, 
  • Ricardo Knudsen, 
  • André Luiz Passos Santos, 
  • Henrique Sá Earp



RESUMO 

• Obtivemos a planilha com cálculos oficiais do Ministério da Economia sobre a Reforma da Previdência, até então em sigilo, através da Lei de Acesso à Informações (LAI). Auditamos e encontramos indícios de falsificação ou, no mínimo, incompetência inexplicável. Os cálculos manipulam os dados sem respeitar a legislação e inflam o custo fiscal das aposentadorias atuais para justificar a reforma e exagerar a economia fiscal e o impacto positivo (inexistente) sobre a redução da desigualdade da Nova Previdência. 

• Refazendo os cálculos oficiais com o uso das normas vigentes legalmente, demonstramos que, para o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o subsídio para as aposentadorias dos trabalhadores