“Não sabia se tinha filmado uma conferência de nazis ou uns tipos banais a jantar”: a realizadora que teve acesso inédito a Bannon
Alison Klayman no Festival Sundance 2019 |
Aparece aquela imagem de Auschwitz, aquela em que se vê uma placa em ferro forjado que diz que o trabalho traz a liberdade apesar de naquele espaço só trazer fome e morte. Aparece o portão e a frase e o complexo que é o auge da arquitetura industrial e aparece Steve Bannon, o homem a quem a esquerda atribuiu a solitária culpa pela estratégia que levou Donald Trump à Casa Branca, a elogiar a engenharia alemã. A precisão com que os alemães desenharam um lugar para “cometer assassínio em massa” é uma coisa que o fascina. E foram pessoas comuns que fizeram aquilo acontecer. “Pensa nisto” - começa Bannon - “algures na História houve alemães, pessoas boas, normais, que se sentaram a uma mesa, como acontece nas reuniões de qualquer empresa, até consigo imaginar os cafés em cima da mesa; houve pessoas a pensar aquilo em detalhe, capazes de se separarem do horror moral”.