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domingo, 15 de dezembro de 2019

10 ancestrais que contribuíram com a evolução humana

Por Guilherme de Souza


Milhões de anos e incontáveis mudanças separam os humanos atuais dos primeiros primatas. A seguir, você conhecerá 10 espécies que fizeram boas “contribuições” nessa jornada que chamada de Evolução Humana!

10 – Sahelanthropus tchadensis (6 – 7 milhões de anos atrás)



Há cerca de 5,4 milhões de anos começou nossa separação em relação aos grandes primatas e muitos pesquisadores acreditam que o S. tchadensis seria o “elo inicial” deste processo. Em 2001, foi encontrado no Deserto de Djurab (República do Chade) um crânio fragmentado que supostamente era de um S. tchadensis e, ao analisar a parte do crânio que se conectava ao pescoço, imagina-se que o animal era bípede.

Contudo, há quem acredite que não se tratava de um elo evolutivo, pois a caixa craniana era menor (350 cm³) do que a dos chimpanzés (390 cm³). Outros argumentam que o crânio era distorcido demais para ser de uma espécie mais próxima dos humanos do que dos grandes primatas.

9 – Kenyanthropus platyops (3,5 milhões de anos atrás)



Foi encontrado no Lago Turkana (Quênia) em 1999 um crânio capaz de suportar um cérebro um pouco maior (400 cm³) que o dos chimpanzés, e com dentes que indicavam mastigação dos alimentos. Outra diferença do K. platyops era sua face mais achatada, possível sinal de adaptação a novos ambientes.

8 – Australopithecus afarensis (3 – 3,9 milhões de anos atrás)



Uma descoberta feita em Hadar (Etiópia) em 1974 ganhou destaque em veículos de comunicação do mundo todo: 40% (uma porcentagem considerável) do esqueleto de uma criatura que foi carinhosamente apelidada de “Lucy”. A anatomia sugere que Lucy tinha cerca de 1 metro de altura e pesava 30 kg, era bípede, passava o dia em terra e dormia sobre as árvores.

Outro esqueleto de A. afarensis, que ficou conhecido como “Selam”, sugere que a criatura tinha um cérebro de cerca de 440 cm³. Além do tamanho, outro diferencial seria um sulco dividindo o lobo occipital (ligado à visão) do resto do cérebro, presente em chimpanzés, mas não em humanos: o de Selam, de acordo com modelos baseados em seu esqueleto, seria menor do que o dos chimpanzés, um “passo” na escala evolutiva.

7 – Paranthropus boisei (1,4 – 2,3 milhões de anos atrás)



Criatura bípede e com um cérebro de 500 a 550 cm³ (44% do de um ser humano), o P. boisei ganhou o apelido de “Quebra-nozes” (“Nutcracker Man”) porque seria capaz de comer alimentos duros, como nozes, sementes e tubérculos (dentes grandes e maxilares fortes davam conta do recado). Acredita-se que essa dieta era suficiente para o gasto energético de seu cérebro, maior que o dos seus ancestrais.

6 – Homo habilis (1,6 – 2,5 milhões de anos atrás)



O H. habilis, até onde sabemos, foi o primeiro entre nossos ancestrais a usar pedras como ferramentas, e por isso é também chamado de “Handyman” (em português, algo como “Faz-tudo”). Seus polegares eram relativamente largos, o que garantia uma certa destreza na hora de criar e usar ferramentas. Além disso, ele teria vivido em uma época de intensas mudanças climáticas (em “apenas” alguns milhares de anos, lagos se tornavam desertos, e depois voltavam a ser inundados), algo que o forçou a se adaptar muito para sobreviver.

5 – Homo ergaster (1,5 – 1,8 milhões de anos atrás)



Em relação ao tamanho do cérebro, o H. ergaster estava “chegando lá” (850 cm³, ou 71% do tamanho do cérebro humano moderno) e pode ter sido a primeira espécie a dominar o fogo, além de criar instrumentos de pedra mais sofisticados. Ao contrário do que ocorria nas espécies anteriores, macho e fêmea não eram muito diferentes (havia menos “dimorfismo sexual”) e há evidências de que o H. ergaster tinha uma forma primitiva de comunicação por símbolos.

4 – Homo erectus (0,4 – 1,8 milhões de anos atrás)



Em 1984, foi encontrado próximo ao Lago Turkana (Quênia) o esqueleto de um “menino” (entre 8 e 11 anos de idade) da raça H. erectus, que dominava o fogo, construía ferramentas e vivia em pequenas comunidades – ao abandonar a vida nas árvores, esses ancestrais precisavam manter predadores afastados, algo que seria mais fácil com a vida comunitária.

O cérebro do “Menino de Turkana” tinha 900 cm³ (75% do tamanho do cérebro de um ser humano moderno) e há evidências de que possuía uma área de memória e fala altamente desenvolvida. Um cérebro maior demandava mais energia, um problema com o qual o H. erectus podia lidar com certa facilidade: caminhando sobre duas pernas e com menos pelos no corpo, ele era capaz de caçar certos animais de modo eficiente, obtendo na carne a energia de que precisava.

3 – Homo heidelbergensis (0,2 – 0,6 milhões de anos atrás)



Há evidências de que o H. heidelbergensis enterrava seus mortos de modo ritualístico (uma espécie de cemitério no norte da Espanha reúne vários restos mortais da espécie), possivelmente com oferendas para um deus ou para ajudar o morto numa “vida além-túmulo”.

Possivelmente, esse ancestral tinha um cérebro maior que o nosso (1.100 a 1.400 cm³), era capaz de planejar, se comunicar de modo simbólico e construir abrigos elaborados. Algumas tribos teriam viajado para o continente europeu (entre 300 mil e 400 mil anos atrás) e evoluído para o Homo neanderthalensis, enquanto as que permaneceram na África deram origem ao Homo Sapiens.

2 – Homo neanderthalensis (0,03 – 0,3 milhões de anos atrás)



Mesmo com um cérebro maior que o do Homo Sapiens, o H. neanderthalensis teria habilidade de manipular objetos, raciocínio e memória menos desenvolvidos. Suas armas (facas e lanças) exigiam que se aproximassem de suas presas, o que explicaria por que tantos esqueletos da espécie foram encontrados com fraturas. Sua dieta era extremamente rica em carne, independentemente do ambiente em que a espécie se encontrava, o que sugere uma baixa capacidade de adaptação.

1 – Homo sapiens (0,2 milhões de anos atrás – presente)



Depois de uma longa caminhada, aqui estamos nós. Embora guerras, preconceitos e outros problemas possam às vezes nos levar a pensar o contrário, o H. sapiens é uma espécie evoluída: com domínio do fogo e uma grande habilidade de se adaptar, sobreviveu a uma grande seca na África há 140 mil anos que quase extinguiu a espécie. Corpos mais esguios exigiam menos calorias, e armas como arco-e-flecha e lanças de arremesso tornavam as caçadas mais seguras. E, naturalmente, cultura falada e escrita ajudaram a passar conhecimentos essenciais para as futuras gerações.
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Fonte: Hypecience

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