Por definição ideológica, a esquerda está com Lula e a direita ultra conservadora está com Bolsonaro. E nesse vácuo, a direita mais light vai ficar com qual opção?
A cada dia que passa, mais vai se consolidando quais os candidatos que se enfrentação no segundo turno das eleições de 2018. Do lado da esquerda, temos o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, do PT (Partido dos Trabalhadores) e do lado da direita, temos o deputado federal, Jair Messias Bolsonaro.
LULA
Lula, como todos já sabemos é um legítimo representante da classe trabalhadora, tem sua trajetória baseada no sindicalismo, fundamentalmente defendendo a livre negociação entre patrões e empregados, via sindicato, sem a tutela do estado.
As bandeiras que o PT e Lula defendem são a diminuição das injustiças sociais, a queda das desigualdade, a inclusão social, tendo como principal instrumento de suporte à essas políticas, o crescimento econômico e a geração de empregos.
Por enquanto Lula e o PT não defendeu outros instrumentos fundamentais para corrigir a concentração de rendas do país (uma das maiores do mundo, senão a maior), como por exemplo a tributação.
BOLSONARO
Bolsonaro, como também é do conhecimento de todos, é representante das idéias militares do golpe de 1964 e da consequente ditadura. Defende políticas mais radicais no campo político, econômico, social, ambiental, étnico e religioso. Sua postura enérgica, inflexível e radical gerou frase famosas e impactantes, tais como:
- Se eu fosse eleito, eu daria um golpe de estado hoje mesmo.
- A Democracia não resolve nada.
- Sou a favor da tortura.
- A ditadura não matou nada, só uns 300, todos bandidos, mercenários, ladrões, vagabundos.
- Um erro da ditadura foi torturar e não matar.
- Para consertar o Brasil, seria preciso matar uns 30.000 a começar com FHC. Vai morrer inocentes, mas tudo bem.
- Se eleito, vou dar carta branca para a polícia matar.
- Se eleito, todo brasileiro poderá ter seu fuzil.
- A sociedade brasileira não gosta de homossexual.
- Refugiados do Haiti e da Síria são a escória do mundo.
- Ela não merece ser estuprada, é muito ruim, muito feia.
- Os negros dos quilombolas não servem nem para procriar.
- Se eleito, vou acabar com todas as reservas indígenas.
Bolsonaro, por outro lado, defende uma política quase que antagônica à do PT. Para ele quanto maiores as vantagens e benefícios aos empresários e as empresas, maior o benefício para a sociedade.
Ele acredita nisso, mesmo adotando medidas que diretamente afetam prejudiquem o trabalhador e as classes sociais mais baixas, mais vulneráveis. Medidas como, por exemplo, a retirada de direitos trabalhistas, a liberação para terceirização de forma ampla e total, o fim dos reajustes do salário mínimo e também de aposentadorias.
Defende também, o aumento das dificuldades para a aposentadoria e diminuição do valor do beneficio com o objetivo de diminuir as despesas da Previdência, o fim do sindicalismo como instrumento de luta dos trabalhadores por gerar baderna e prejudicar as empresas e a economia.
O DILEMA
Dois segmentos da sociedade tem posições definidas por uma questão ideológica, que são as seguintes: a esquerda apoia Lula, de forma definida e sem chance de mudança. A extrema direita, a mais conservadora apoia Bolsonaro, de forma taxativa e definitiva.
A dúvida está justamente naquela parte da sociedade que tem um posicionamento ideológico e político entre os dois segmentos acima.
Para esse segmento intermediário, apoiar Lula seria motivada por uma gestão eficiente, com um histórico positivo no Brasil e no exterior, com uma política nitidamente desenvolvimentista, cuja essência é a geração de empregos e inclusão social e diminuição da concentração de rendas.
O risco, no caso, é mais subjetivo e não menos importante: abrir espaço para o avanço de agendas progressistas, considerado um avanço da esquerda, colocando em risco a os benefícios e privilégios proporcionados pela secular hegemonia e supremacia da elite burguesa.
No outro lado da balança, apoiar Bolsonaro significaria, ao contrario do risco de avanço da esquerda com suas consequências já descritas, mas a vantagem de, não só conter, mas reprimir e retroceder o avanço da esquerda e as bandeiras progressistas garantindo a manutenção do "status quo".
O risco envolvido nessa opção é, num primeiro momento, o baixo conhecimento e a inexistência de experiência em gestão de Bolsonaro. Num segundo momento, e mais grave, é sua postura extremamente radical, tanto no campo ideológico quanto no comportamento intransigente e agressivo.
Sua eleição poderia agravar a crise institucional, aumentando o risco de uma intervenção militar com a consequente implantação de uma ditadura militar por prazo indefinido (ou definido, mas sem garantia de cumprimento). As consequências tanto econômicas, como políticas e sociais seriam imprevisíveis. E se tem uma coisa que empresário odeia é incerteza.
CONCLUSÃO
Portanto, a direita moderada e liberal está numa "sinuca de bico": Lula ou Bolsonaro?
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