Por Marco Aurélio Mello
Como acreditar que defendemos que o lugar de corruptos e corruptores seja cadeia dando crédito a este engodo?
Cresci vendo o Brasil ser tri-campeão em 70.
Em 74, apesar da tristeza, fomos competitivos.
Em 78, apesar da decepção, fomos brilhantes.
Em 82, apesar do desalento, vibramos.
Em 74, apesar da tristeza, fomos competitivos.
Em 78, apesar da decepção, fomos brilhantes.
Em 82, apesar do desalento, vibramos.
De 2002 em diante passamos a acreditar que estaríamos sempre lá, ao lado dos grandes.
Até que veio 2014.
Até que grandes interesses deram as caras.
Como confiar numa Copa organizada pela FIFA?
Como confiar em patrocinadores como a Nike, a Coca-Cola e tantas outras transnacionais?
Como confiar na CBF, seus cartolas e suas negociatas?
Como confiar numa seleção em que o craque joga interessado apenas nele, e no seu futuro contrato?
Como confiar em uma transmissão cujo os direitos foram comprados comprovadamente na base de corrupção, de propina?
Como acreditar que defendemos que o lugar de corruptos e corruptores seja cadeia dando crédito a este engodo?
Meu desinteresse por esta Copa não é mi-mi-mi.
Meu desinteresse é porque para mim não tem gosto gostar assim.
Meu desinteresse só não é maior porque tenho filho pequeno.
E filho pequeno ainda sonha.
Filho pequeno acredita em jogos de regras, sem cartas marcadas, sem trapaças.
Assim como papai Noel, ele deve desacreditar sozinho, aos poucos.
Quando for adulto vai descobrir que regras servem apenas para serem violadas.
Violadas pelos amigos do rei, pelo mais espertos.
Assim é a vida, um amontoado de ilusões, doces ou não.
Quando a gente sabe como o mágico faz o truque perde toda a graça.
Este circo não me interessa mais.
É triste, mas o que posso fazer?
Um circo que terá a entediante duração de um mês.
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Fonte: Viomundo
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