quarta-feira, 17 de outubro de 2018

Acidentes domésticos com armas de fogo matam 100 crianças por ano nos EUA

Por Lizzie Dearden

"Um menino de dois anos de idade deu um tiro no peito no Natal, depois de pegar a arma que seu pai havia deixado sobre a mesa da sala de estar. E, um outro menino, de 11 anos, foi baleado no pescoço enquanto tentava tirar a arma de perto de seus irmãos menores."


Um relatório de um grupo que pede controle mais rígido de armas de fogo nos Estados Unidos revelou a escalada impressionante de tiros acidentais, que vem matando 100 crianças por ano.

Em média, duas crianças são mortas por semana. Os acidentes acontecem principalmente na casa da família ou em um carro pertencente a um parente.

Muitas das tragédias no ano passado aconteceram por falhas de segurança, com crianças e adolescentes tendo acesso fácil a armas.

Um menino de dois anos de idade deu um tiro no peito no Natal, depois de pegar a arma que seu pai
havia deixado sobre a mesa da sala de estar. E, um outro menino, de 11 anos, foi baleado no pescoço enquanto tentava tirar a arma de perto de seus irmãos menores.

Shannon Watts, fundadora da associação “Moms Demand Action for Gun Sense”, que lançou a campanha com a associação “Everytown for Gun Safety” disse que a maioria das mortes poderia ter sido impedida.

— Quando uma criança morre ou é ferida por causa de uma arma deixada ao seu alcance não é um acidente.


De acordo com o relatório, nominado "Innocents Lost: a year of unintentional child gun deaths” (Perdas Inocentes: Um ano de não intencional mortes de crianças por armas), cerca de um terço das crianças americanas vive em lares com armas de fogo e 43% dessas casas tem pelo menos uma arma ao alcance de um menor.

Isso faz com que dois milhões de crianças americanas tenham acesso a armas de fogos.

Crianças entre 2 e 4 anos correm maior risco de atirarem em si mesmas, constatou a pesquisa, enquanto que entre crianças de 12 a 14 anos é mais provável que sejam baleadas por outra da mesma idade.

Os meninos são três vezes mais vítimas do que as meninas e são 10 vezes mais propensos também de serem os atiradores.

Em 58% dos casos, examinados de dezembro de 2012 a dezembro de 2013, a vítima foi morta por outra pessoa, e em 36% atirou em si mesma.

O sobrinho de Ava Frisinger foi morto acidentalmente por outra criança. — Infelizmente, vemos quase duas vezes por semana acidentes fatais. Precisamos fazer mais para manter as crianças longe de armas de fogo.


Os grupos pediram leis mais rígidas e a possibilidade de acusação criminal em todos os Estados americanos contra proprietários de armas que deixarem ao alcance de crianças. Também recomendaram a obrigação de um armazenamento mais seguro, tecnologia de "arma inteligente" para evitar acidentes e mais educação para crianças sobre armas de fogos.

John Feinblatt, presidente da “Everytown for Gun Safety” afirmou que o lobby pró armas havia tentado proibir médicos de falarem às vítimas, de tiros acidentais, de como evitar o acidente.

Sensatas medidas podem impedir o armazenamento irresponsável de armas de fogo, o direito dos proprietários e ao mesmo tempo proteger nossos filhos do perigo.
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Fonte:  O GLOBO

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