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sábado, 25 de março de 2017

25 DE MARÇO: Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão

Por Paulo Franco


Em 17 de Dezembro de 2007, a Assembleia Geral da ONU declarou 25 de março o Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos, para ser observado anualmente.



Como pode ser visto no documentário abaixo, "A Rota do Escravo - A Alma da Resistência", produzido pela UNESCO, a prática escravocrata acompanha a história da humanidade desde muito cedo. 

No início o escravismo era decorrência de guerras, onde o vencedor escravizava o vencido. Mas
nesse modelo, não havia comércio de escravos e o objetivo não era a exploração econômica do escravizado. 

A prática escravocrata foi comum em toda a Europa e Oriente Médio, até por volta do século X.  As maiores vitimas da escravidão, naquela época, eram os eslavos, que aliás deu origem à palavra escravo.

A escravidão ganhou vulto com as grandes navegações, com as nações europeias construindo fortes militares em toda a costa africana,  sendo eles usados como postos de comercio (escambo) de escravos, que eram trocados por armas, especiarias e outros bens.

O comércio de escravos africanos foi tão fértil, promissor que foram criadas ou fortalecidas muitas Cias Marítimas de Comercio, tendo no comércio de escravos sua principal, muitas vezes única, receita. 

Destacam-se entre as principais empresas: Companhia de Cacheu (1675), Companhia de Cabo Verde e Cacheu de Negócios de Pretos (1690), Companhia Real de Guiné e das Índias (1693) e Companhia das Índias Ocidentais (1636). No Brasil, devido ao êxito do empreendimento, deu-se a criação da Companhia Geral do Comércio do Brasil (1649).


Os judeus teve participação importante nesse comercio, sejam através de participações nessas cias, ou através de seus próprios navios. 

Grande parte da América Latina e os EUA foram destinos dos africanos escravizados. No Brasil estima-se que vieram cerca 5 milhões de africanos escravizados. Além dos negros importados da África, os indígenas também foram capturados e escravizados, no Brasil.

O uso da mão de obra escrava alavancou os lucros dos latifundiários, tornando a escravatura um modelo econômico de sucesso econômico.

Com o fim da escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888, inicia-se o período de escravidão clandestina e semi-escravidão (trabalho análogo à escravidão) que perdura até hoje, por latifundiários inescrupulosos e gananciosos.

Em 2004, a Assembleia Geral da ONU já havia declarado 02 de dezembro, como o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, a ser lembrado anualmente. 

No Rio de Janeiro, o Cemitério dos Pretos Novos, localizado na Gamboa,  é um memorial do passado escravocrata brasileiro, onde funciona o Instituto Pretos Novos, de pesquisa sobre o tema e um centro cultural, com biblioteca e galeria de arte.

Segundo a diretora da instituição, Merced Guimarães, neste sitio arqueológico, há no local “mais de 50 mil crianças e jovens que faleceram por uma ganância”.


A ONU Brasil produziu o vídeo (2'12")  sobre o Memorial no Rio de Janeiro, lembrando o Dia Internacional da Abolição da Escravatura, dia 02 de dezembro. 




A ONU Brasil produziu o vídeo (3'04") resgatando informações sobre o quilombo urbano, no Rio de Janeiro.




Documentário "A Rota do Escravo - A Alma da Resistência", produzido pela UNESCO


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Fonte: ONU

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