sexta-feira, 4 de abril de 2014

IBOPE + MÍDIA: A Equação e o Mapa da Fraude

Por Paulo Franco


Recebi a notícia da queda da popularidade de Dilma com certa estranheza, já que na semana anterior sua liderança na intenção de votos mantinha numa posição extremamente folgada com uma  movimentação marginal entre os demais candidatos e  todos muito distantes dela, em pesquisa feita pelo próprio IBOPE.

Ele venceria em todos os cenarios apesentados. No cenário mais provavel, considerando somente os 3 principais candidatos , Dilma manteve os 43%,  Aécio subiu de 14 para 15% e Campos também não alterou seus irrisórios 7%.  Para sacramentar a situação confortável de Dilma, no Segundo turno, nessa sondagem ele venceria com um grande foga 47% contra 20% de Aécio, ou 47% contra 16% de Campos e no pior cenário Dilma teria 45% contra 21% de Marina.  Ou seja, essa pesquisa veio ratificar o cenário eleitoral.

Quando saíu, uma semana depois o resultado da pesquisa sobre a queda da popularidade, eu divulguei na rede social a seguinte frase: "A sociedade brasileira quer mudanças, com Dilma no comando e mais ninguém".
  
Intenção de Voto
Popularidade

Uma matéria veícula no jornal eletrônico BRASIL 247,  entitulada  "O IBOPE ruim e o IBOPE bom: Tem Caroço nesse Angú", me chamou muito a atenção por algumas desconfianças e algumas informações levantadas.  Como gosto desse assunto e tenho um conhecimento técnico razoável dele, essa matéria mexeu com o desconforto e despertou minha inércia e decidi entrar mais a fundo, analisando as informações diretamente das fontes: O IBOPE e o TSE.

Da pra frente as coisas foram clareando, cada vez mais a minha sensação do quão violento será o processo eleitoral para a Presidência da República nesta ano.

ANTECEDENTES:

O Golpe de 64 e a Ditadura Civil e Midiática


Antes de fazer um relato sucinto do processo do golpe, gostaria de deixar bem claro que Jango é era muito bom de voto.  Peso pesado, coisa que muita gente não sabe, pois ele foi candidato nas duas vezes à vice e não a presidente.  Naquela época a votação para Presidente e para Vice-Presidente não era uma chapa como hoje, mas separadamente.  Em 1955, Jango, ex-ministro do Trabalho de Getúlio, candidatou-se a vice e se elegeu com uma votação maior que da Presidente eleito: Juscelino Kubischek.   Em 1960, candidatou-se novamente a Vice-Presidente e venceu a eleição, embora o seu aliado candidato à Presidencia perdera para Jânio da Coligação PDC (Partido Democrata Cristão) com a UDN (União Democrática Nacional)

Como já é sabido de todos, o golpe de 64 foi um processo em maturação desde a morte de Getúlio. Juscelino caminhou no fio da navalha em todo o seu governo.  A classe mais conservadora, capitaneada pela UDN, que já estava fora  do poder, desde Getúlio, perdera novamente para Juscelino.   Em 1960, finalmente os conservadores elegem Jânio Quadros, mas  sua renúncia alterou toda a situação e o humor político de então.  O Golpe entra então na sua faze de amadurecimento, com praticas não só de pressões políticas, mas também de atos ilegais.

Na Renúncia de Jânio, João Goulart estava na China e os Conservadores, através dos 3 chefes das FFAA não aceitaram a posse natural e democrática do vice Jango. O presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli foi empossado presidente em lugar de Jango.

Todavia essa decisão não era unânime nem entre os políticos e nem entre os militares.  A desculpa da ameaça comunista não convencia-os, totalmente.  Iniciou-se então a campanha da legalidade, liderada por Brizola e o gal. Machado Lopes, para que a CF fosse cumprida.  Entre muitas movimentações e campanhas nos jornais, o Congresso acha uma solução conciliatória: o Parlamentarismo.   Jango assumiria a Presidencia do Brasil, tendo poderes diminuindo sendo portanto somente o chefe de estado.  Aprovado, Jango assume a Presidência e Tancredo é escolhido como Primeiro-Ministro do governo Jango. Esse foi, na prática, o primeiro ato do golpe de estado, pois a CF fora de fato descumprida. 

Em julho de 1962, Tancredo exonerou-se para se candidatar às eleições a Deputado Federal.  Assumindo Brochado da Rocha que também se exonerou e depois Hermes Lima.  Jango e aliados articula a volta do presidencialismo que passa a vigorar a partir de janeiro de 1963. 

Com San Tiago Dantas na Fazenda e Celso Furtado no Planejamento, é lançado o Plano Trienal, um programa progressista e estruturante, para promover as reformas de base , que contemplava as Reformas agrária,  fiscal,  eleitoral,  urbana e  bancária.  O ambiente político e social foi ficando cada vez mais agitado, de um lado as demandas sociais pelos avanços que já haviam ocorrida na europa há tempos e de outro lado o medo de perdas da classe conservadores em função dessas reformas e o ambiente da gerra fria no seu ápice no plano internacional que inspirava preocupação dos EUA com o Brasil, tendo em vista a revolução cubana em 1959.

As classes conservadoras da época, empresários, políticos radicais de direita, militares e a imprensa, como o apoio dos EUA, o golpe é sacramentado.


Desconhecido (até então) Papel da Mídia e do IBOPE no Golpe de 64


As  grandes justificativas para o golpe, sempre foram o perigo comunista, a fraqueza de João Goulart e que a população apoiava um intervenção, um golpe e não o seu governo.  Ora engolimos isso, por 50 anos, embora essa lógica não fechava, já que o histórico eleitoral de Jango era exatamento o oposto, como ja foi dito anteriormente.  Foi eleito vice com mais voto que o próprio presidente Juscelino, em 1955.  Já em 1960, embora o Presidente vitorioso, Jânio Quadros,  tenha sido o candidato da coligação conservadora, incluindo a UDN, o vice não foi o candidato da chapa Janista, mas sim da coligação oposta, Jango novamente, tal era o seu vigor eleitoral.

Para minha surpresa e provavelmente de todo o país foi saber, agora, que a Midia contratou o IBOPE para fazer pesquisas logo antes da ocorrência do golpe final, provavelmente para se certificar do qual seria a opinião pública em relação à aprovação do governo, às reformas e à intenção de voto, caso Jango se candidatasse às próximas eleições.  Os resultados dessas pesquisas ficaram escondidas à 7 chaves, pelo IBOPE e pelas entidades que o contratou, por todos esses 50 anos.   E não era para menos, as pesquisas mostram exatamente o contrario do que era alardeado pela Mídia e pelas instituições comprometidas com o golpe.   Pelo que se sabe, o IBOPE entregou a documentação das pesquisas em 2003 para serem preservados nos Arquivos do pensador anarquista Edgard Leuenroth (AEL), do Acervo do IFCH, da UNICAMP.

Foram feiras 3 rodadas de pesquisas: A aprovação de João Goulart, a Intenção de Voto e a aprovação das Reformas de Base, proposta pelo seu governo, como já foi dito anteriormente.  Os resultados são surpreendentes. Aprovação de Jango: 69%; Intenção de Votos: 50% declararam que votariam em Jango se ele se candidatasse a Presidente e finalmente; 59% aprovaram a adoção das Reformas porpostas.

Ricardo Kotscho, jornalista e colunista do R7, levantou a seguinte questão em sua matéria que serviu de combustível para essa minha postagem:  "a divulgação destas pesquisas pela imprensa poderia ter alterado o rumo dos acontecimentos, já que para derrubar Jango um dos principais argumentos utilizados pelos golpistas foi a fragilidade do presidente e do seu governo diante do "perigo comunista" que ameaçava o país?".




O Famigerado caso Globo / Proconsult



O Caso Globo/Proconsult, sucintamente, foi uma tentativa de fraude nas eleições de 1982, para evitar a eleição para o Governo do Rio de Janeiro, por Leonel Brizola, do PDT.  Era a primeira eleição livre para governador, após o golpe de 64. O plano elaborado pelo Jornal o Globo da família Marinho e o Instituto Proconsult era, num primeiro instante,  manipular as pesquisas para mostrar que o candidato do Partido da  Extrema Direita, apoiado pelos Militares, Moreira Franco pelo PDS (ex-Arena).  A fraude eleitoral seria feita através de uma manipulação nos sistemas de apuração eletrônica, transformando uma parcela dos votos em Brizola em votos nulos e em seguida, com a transferência dos votos nulos para o candidato Moreira Franco.  Essa sequencia de programs dentro do sistema de apuração eletronica, era conhecida pelos fraudadores como "Diferencial Delta".  Naquela época a eleição é feita com uma chapa fechada verticalmente, Senador, Dep Federal, Governador, Dep Estadual, Prefeito e Vereador, portanto o nível de votos nulos era extremamente alto.  Alto o suficiente para reverter o resultado se plano não tivesse sido desvendado.  As divergências nas pesquisas com a Empresa Sysin, contrada pelo PDT, desencadeou o processo de desmanche da farsa eleitoral. 

O Ibope e seu Rico Histórico de Desvios de Conduta


O IBOPE tem um parceiria estreita com a Globo,  a Globo, como é sabido de todos é como se fosse o Comandante Geral da tropa midiática contra a classe progressista, as esquerda e principalmente ao PT, que está no poder executivo federal atualmente.  A parceria Globo/Ibope em outro nível, não é menos nociva do que a parceria Globo/Proconsult.  Aliás essa última tem sido mais eficiente e mais longa.

Por ocasião das eleições municipais em São Paulo, maior reduto municipal dos tucanos, a divulgação pela Globo se restringiu à divulgação no SPTV, sonegando a informação ao resto do país.  Mesmo sendo uma eleição municipal, dada a sua importância não só econômica como também política seria natural a divulgação nos jornais Nacional e da Globo, à noite.

Em 2010 o Senador Tucano Cláudio Humberto dennciou Carlos Augusto Montenegro, dono do IBOPE por ter solicitado um milhão de reais para fraudar resultados da pesquisa no estado.  A Ibope teve acesso à gravação mas negou que teria sido um funcionário da empresa.  Há nos TRE-Tribunais Regionais Eleitorais uma quantidade incontável de recursos contra o Ibope.

Tempos atrás, o IBOPE foi condenado pela 32ª Vara Civel de SP, a ressarcir a Rede Record em R$ 326 mil , por falha na medição de audiência gerando prejuizos à empresa em beneficio de outras, como a Globo, já que o índice de audiência medido por esse instituto é parâmetro para a distribuição de verbas publicitária para os diversos veículos de comuniação.  Cada ponto do indice Ipobe, representa milhares de reais de lucro ou prejuizo para essas empresas. 

O IBOPE também tem sido alvo de críticas e mais críticas em diversos países da America Latina, na medida em que atua de forma manipuladora no entender dos críticos locais.

Em suma, há uma infinidade de acusações e denúncias na imprensa e na justiça, contra IBOPE, seja por fraudar números, por questionamento no planejamento amostral, no dirigismo dos questionarios utilizados, a tabulação dos resultados brutos, nas distorções analíticas dos dados, na filtragem dos parâmetros a serem divulgados, conforme a conveniência, etc.

A PESQUISA ELEITORAL REALIZADA EM MARÇO DE 2014


Para entender as possíveis manipulações ou distorções existentes na sondagem da opinião pública em relação às eleições deste ano para o governo federal, colhi as informações no site do IBOPE e do TSE, para entender o que foi feito e de que forma foi feito.  

Entendendo o Processo das Pesquisas Eleitorais


Para entender melhor o processo dessa sondagem, elaborei o diagrama abaixo que ajuda a visualizar a cronologia das atividades - registro do protocolo, atividades de campo e divulgação dos resultados - nos dois principais tópicos levantados, quais sejam, (i) a inteção de votos do eleitor e (ii) a Popularidade do Governo Dilma Rousseff.  A tabulação normalmente é efetuada concomitantemente com  os trabalhos de campo a medida que os questionarios vão sendo respondidos.  A o contrario do passado, hoje a informática essa atividade ficou muito mais fácil e veloz, o input e o processamente é praticamente imediato.  O relatório, que inclue os gráficos e a apresentação final, também são gerados pelo sistema, automaticamente, ficando por conta da profissionais a gestão de detalhes e algumas alterações de formatação ou filtragem de informações relevantes, principalmente aqueles que apresentem mudanças significativas em relação ao uma medição anterior.























Dissecando as Duas Pesquisas Realizadas pelo IBOPE


Como pode ser visto, neste diagrama o registro do protocolo da sondagem da intenção de votos foi obtido no dia 14 de março, enquanto que as atividades de campo consumiram oito dias de trabalho, iniciando no dia 13 e terminando somente no dia 20.  A divulgação ao público pelo IBOPE,  foi feita logo no dia seguninte ao término da atividade de campo, precisamente, no dia 21 de março, numa sexta-feira.

Nesta mesma sexta feira, o IBOPE obteve o resgistro do Protocolo de outra sondagem, o segundo tópico em questão, a avaliação da popularidade do governo.  A divulgação desse tópico só foi feita no dia 27 de março, praticamente uma semana após a divulgação da anterior.  Até aí, nenhum problema do ponto de vista cronológico, se a aplicação dos questionarios em campo, tivessem sido feita nesta semana, após o protoco e a consequente tabulação, elaboração do relatório e divulgação, como ocorre com todas as pesquisas feitas corretamente.  O inusitado nisso tudo é que as atividades de campo já tinha sido realizadas e encerradas no dia 17, ou seja, 3 dias  antes da pesquisa sobre a intenção de votos que fora divulgada no dia 21.   Ou seja, o registro foi obtido somente 4 dias após a pesquisa de campo já terem sido encerrado.


A Análise dos Fatos e a Configuração das Fraudes


Alguns questionamentos são inevitáveis para analisarmos essas duas pesquisas e as discrepâncias dos resultados entre elas.  Principalmente com relação aqueles decorrentes da gestão de todo o processo pela IBOPE, como a manipulação das datas das atividades e pela sincronia da Mídia, como o braço responsável para levar a informação a maioria dos lares b rasileiros:
  • Porque os dois tópicos da pesquisa foram divididos em duas pesquisas distintas?
  • Porque o registro da pesquisa de popularidade foi efetuado somente 4 dias após do encerramento das atividades de campo?
  • Porque a divulgação só ocorreu uma semana após a pesquisa de intenção de votos?
  • Porque divulgar os resultados da intenção de votos antes dos resultados da pesquisa de aprovação do governo, se os trabalhos de campo desta última  foram encerrados 3 dias antes daquela?
  • Porque os resultados da popularidade somente foram divulgados uma semana depois da intenção de votos?
  • Porque os resultados da Avaliação da forma em que Dilma governa o país foi subestimada na divulgação pela mídia?
  • Porque o IBOPE e a Mídia, esconderam a pesaquisa feita em fevereiro, mostrando a queda ao público de novembro para março?
A primeira vista, os proprios questionamentos já demonstram elementos suficientes para a configuração da fraude praticada, se não no âmbito legal, pelo menos no âmbito da ética.  Fazendo uma leitura lógica dos fatos, depreende-se a partir do primeiro questionamento a separação em duas pesquisas, considerando-se que o IBOPE detectou uma discrepância nos resultados dos dois blocos.  Na intenção de votos o resultado era francamente favorável à reeleição de Dilma Roussef em qualquer cenário, já no primeiro turno. Resultado que era ratificado na pesquisa em caso de ocorrência de segundo turno, na mesma proporção, demonstrando baixo risco de perda para a reeleição.   No segundo bloco que envolvia a aprovação do governo, onde são elencadas ás areas de atuação, a pesquisa mostrou o eleitor mais exigente, com relação ao governo, portanto teoricamente mais desfavorável à Presidenta Dilma Roussef. 

Diante desse cenário, hipoteticamente, antagônico o Instituto de pesquisas, provavelmente em conluio com a contratante e a Midia, palanejaram a fraude. De que forma? Vejamos: 
  1. Separaram os dois blocos em duas pesquisas distintas propositalmente
  2. Divulgaram somente o bloco da Intenção de votos que era plenamente favorável à reeleição primeiro
  3. Planejaram a divulgação do segundo bloco somente uma semana depois para induzir uma posterioridade de tempo de coleta de dados, que não existiu, aliás foi o inverso.
  4. O prazo de uma semana seria para que o resultado ficasse mais distante e menos lembrado pela população e o segundo resultado, mostrando uma queda, ficaria mais forte, mais evidente.
  5. O registro da segunda pesquisa somente poderia ser feito com aquele atraso, para cumprir a determinação legal mínimo de 5 dias para a divulgação.
  6. O mote que foi usado por toda a mídia como sendo uma pesquisa posterior, "mais recente", indicando uma piora, uma queda na avaliação da Presidenta, o que é tecnicamete uma aberração, pois trata-se de dimensões bastante distintas, embora possa haver algumas correlações.
Antes que a euforia dos políticos da situação completasse uma semana, após a divulgação da 1ª Pesquisa, no dia 21, começou a circular nas redes sociais que o IBOPE iria divulgar uma nova pesquisa eleitoral, apresentando uma queda acentuada do favoritismo de Dilma.  A Bolsa disparou, numa resposta do Mercado Financeiro ao aumento da probabilidade de uma derrota da reeleição.  Veio a pesquisa de aprovação do governo, que confirmou um recuo.

Uma vez processados e elaborados os relatórios finais, gráficos e toda a parafernália preparada pelo IBOPE, entra em cena a Mídia, cujo papel é estratégico e fundamental, para o sucesso da missão.

A mídia entrou com tudo, dando uma maior enfase na hipotética queda acentuada da avaliação do governo Dilma.  Sempre usando a frase "uma pesquisa mais recente..." ou ainda "uma última pesquisa...". para induzir uma virada vigorosa no apoio da sociedade ao governo dela.

Outra informação de extrema relevância que o IBOPE e a Mídia fez questão de sonegar à sociedade, foi a pesquisa realizada em fevereiro.  Todas as notícias davam conta de uma queda na aprovação do governo de 7% de dezembro para março, o que configuraria num salto brusco realmente.  Mas acontece que em fevereiro já havia ocorrido uma queda na aprovação do governo de 4%, portanto a queda desta última pesquisa foi somente de 3% o que enfraqueceria todo o discurso catastrófico da derrocada de Dilma.  Isso parece-me uma fraude grave do ponto de vista da manipulação da informação e condução da interpretação pelo cidadão.

Não tão menos grave foi a minimização, da pesquisa sobre a Avaliação de como o entrevistado vê Dilma na gestão do governo, ou seja na Avaliação Pessoal de Dilma.  Nesse ponto Dilma caíu de 56% em dezembro para 55% em fevereiro e para 51% em março.  Essa sim guarda uma correlação maior com a intenção de voto.  Foi exatamente por isso que o IBOPE e a mídia, preferiram minimizar essa informação as cidadãos.

Não há dúvida que dois fenômenos já ocorreram em função dessas pesquisas. Uma é a auto-correlação serial enviesada, decorrente da influencia do resultado da rodada anterior na rodada atual e assim por diante que ocorre em função do impacto das informações distorcidas sobre o eleitor.  O processo de auto-correlação pode se agravar na medida em que rodadas de pesquisas futuras do IBOPE e de outros institutos possam formular questionários que induzam, sutilmente, o entrevistado a se posicionar em favor de um candidato ou outro sem que ele mesmo perceba.  Não é tão dificil fazer isso, o pessoal que trabalha com pesquisa são tecnicos muito preparados para todas essas armadilhas.   Eles podem simplesmente desarmar e armar de acordo com o interesse do viés.  Se isso ocorrer, fica patente que há uma ação coordenada entre os diversos institutos de pesquisas, a grande mídia e as empresas contratantes.

Se esse processo der resultado, podem levar a uma compressão da intenção de voto em Dilma e uma inchamento da intenção de voto no candidato da oposição, ilusórios, com vistas a até uma fraude na apuração dos votos como já ocorreu no passado, no caso Globo/Proconsult.  Lembramos que hoje o nosso processo eleitoral é todo informatizado, com urnas e cédulas eletrônicas.  Tudo é possível.

O outro fenômeno que ocorreu foi a brusca movimentação de preços nos ativos do mercado de ações, que fatalmente geraram perdas de uns e ganhos de outros investidores.  E não foi uma mudança de preços sutil, normal, foi muito forte e com certeza houve muitos milhões de reais trocando de mãos.  Uns ganharam outros perderam.  E muito.  Nesse front, há outro tipo de fraude, o uso de informação privilegiada ou "inside information".

Na minha leitura, qualquer que seja o resultado de novas rodadas de pesquisas a serem feitas pelo IBOPE, ou feitas por outros institutos de pesquisa, as fraudes já são uma realidade.  Uma é a eleitoral, a outra é contra o mercado financeiro.


RECOMENDAÇÕES


Aos Políticos da Situação



  • Contratar urgentemente, se já não o fez, um instituto de pesquisas de confiança para acompanhar o processo.
  • Divulgar, no mesmo nível, os resultados dessa pesquisa para evitar o efeito de uma hipotética pesquisa viciada no eleitor



Ao TSE - Tribunal Superior Eleitoral



  • Criar uma equipe de auto nível em Pesquisas de Opinião, com vista a garantir uma função regulatória sobre a  atividade de pesquisas eleitorais.
  • Obrigar que o Registro da Pesquisa seja efetuada antes do início das atividades de campo.  Da forma como está o Instituto de Pesquisa, dependendo de resultados preliminares, decidir se executa ou não a pesquisa, ou seja, publica ou não, favorecendo candidatos ou partidos e prejudicando outros.
  • Proibir que na Pesquisa de Intenção de Votos, nenhum outro tema pode ser pesquisado em conjunto.  Esse procedimento como está atualmente, permite a influência de diversos temos da gestão, facilitando o dirigismo e a manipulação pelo Insituto.  Pesquisa de Intenção de Votos deve ser específica, independente e isente de quaisquer fatores que possam influenciar direta ou indiretamente a opinião do entrevistado.
  • Obrigar que toda pesquisa eleitoral seja auditada por Empresa de Auditoria devidamente certificada pelo TSE, atribuindo a essas empresas de auditoria, na fidedignidade do resultados das mesmas.


Às Autoridades Regulatorias do Mercado de Capitais.



  • Em função das alterações bruscas de preços nos Mercado de Ações, o ocorrido sugere a possibilidade de fraudes contra o mercado financeiro, na medida em que, agentes do mercado, investidores possam estar envolvidos no plano gozando de um privilégio extramente lucrativo: "inside information".


Espera-se que a CVM-Comissão de Valores Mobiliários abra uma investigação interna, levando todas as operações ocorridas no período, identificando prováveis especuladores que lucraram com a alteração de preços brusca ocorrida no mercado, principalmente com as ações da Petrobrás.  Sei que esse levantamento é muito simples e rápído, com o nível de informatizaçã que contamos hoje em dia.


RESSALVA:


Essa análise teve uma abrangencia grande e não foi possível uma análise detalhada do processo, principalmente do planejamento da amostragem, confecção dos questionarios, etc.  Portanto, não há considerações concretas nesse nível de análise.

Um comentário:

  1. Veja bem: Se cada ponto percentual gira em torno de aproximados 1.200 (Hum milhão e duzentos mil votos, até dia 20, Dilma segundo o Ibope tinha 43%. Se perdeu segundo o Datafolha 5%, a soma se aproxima de quase 5,5 (Cinco milhões e meio de votos). Em 12 dias perder, por dia, mais de três Maracanãs lotados dos antigos, nem que ela dissesse que desistiu da reeleição. Até porque a pesquisa segundo a metodologia agrega que nos municípios com menos de 20 mil habitantes que Dilma perdeu mais votos. E são nestes municípios onde a informação e a reação, mais custam a chegar. Vocês devem explicações a justiça senhores

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