quinta-feira, 23 de abril de 2015

Lucro efetivo da Petrobrás surpreende e cresce 24%


Por Paulo Franco



  • A Receita Líquida foi de 337,3 bi, contra 304,9 bi em 2013 (+11%)

  • O Lucro Bruto foi de 80,4 bi contra 70 bi em 2013 (+15%)

  • O Lucro Líquido foi de 29,2 contra 23,6 bi em 2013 (+24%)














A divulgação do balanço da Petrobras passou a ser um dos fatos mais emblemáticos e importantes que aconteceu nestes últimos tempos, não só para o Brasil e para o exterior também.

Essa divulgação tem sido aguardada com muita expectativas pois diversos os segmentos da sociedades que são impactados pela empresa, seu comportamento, seu desempenho e suas decisões estratégicas. Destaca-se aí o mercado de ações e de crédito, o mercado de mão de obra, as empresas fornecedoras de equipamentos e matéria primas, as reservas de óleo e gas, sua exploração e distribuição dos derivados, o mercado internacional, os grandes players e outros tantos segmentos.
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As demonstrações foram divulgadas hoje, mas embora eu não tenha os números nos detalhes necessários para se fazer uma análise mais rigorosa, resolvi fazer algumas considerações, que considero extremamente importantes, embora com ainda não conclusivos. Qualquer Contador sabe que os ajustes efetuados não se referem especificamente ao ano de 2014. As empresas utilizam-se do regime de competência, onde receitas e despesas são contabilizadas conforme a sua efetiva utilização e não ao registro da operação ou do pagamento ou recebimento. 

Portanto é totalmente fora de propósito, qualquer afirmação de que o lucro de 2014 caiu X% em relação a 2013 e também que o lucro de 2014 foi o menor desde 1991, ou qualquer outra comparação dessa natureza. 

Esses ajustes referem-se ao período de 2004 até 2014. Mas o regime de competência não é aplicado para o passado, mas tão somente para o futuro, portanto o lançamento tem que ser feito, independentemente de sabermos que, efetivamente, esses números não são reais, portanto incoerente a comparação sem uma adequação anual. 

Usando um critério simples utilizados para análise que é a eliminação dos ajustes, para que os números sejam coerentes com os demais anteriores, e assim identificarmos qual foi o desempenho, de fato, da empresa nas suas operações normais. 

Embora não tenhamos ainda os números contáveis nos detalhes necessários, algumas conclusões já podemos tirar. Os ajustes foram 6,2 bi da corrupção e 44,6 bi de reavaliação dos ativos, que soma 50,8 bi.

  • A Receita Líquida foi de 337,3 bi, contra 304,9 bi em 2013 (+11%)
  • O Lucro Bruto foi de 80,4 bi contra 70 bi em 2013 (+15%)
  • O Lucro Líquido foi de 29,2 contra 23,6 bi em 2013 (+24%) 

O Lucro de 29,2 bi conseguidos em 2014 foram reduzidos a um prejuizo de 21,6 bi, devido à dedução dos 50,8 bi já citados acima. 

Amanhã, dia 23 quinta-feira, os mercados refletirão os números divulgados nos preços dos papeis.  O dia promete ser bastante volátil, pois além da avaliação dos impactos decorrentes dos números divulgados, há o confronto entre compradores e vendedores, um confronto de diferentes expectativas em relação ao futuro da empresa. 

Evidentemente que os analistas das instituições financeiros e dos fundos de investimentos e corretoras de valores se debruçarão sobre esses números para avaliar o quando as perdas contabilizadas afetam o atual valor da empresa no mercado e também, como os resultados operacionais e financeiros, devidamente expurgados, afetam as expectativas futuras da empresa em termos de trajetória de geração de resultados.


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