terça-feira, 19 de agosto de 2014

Dilma: "estou bebendo estrelas...!"

Por PAULO FRANCO




Reza a lenda que o monge beneditino Dom Pérignon, lá pelos idos do século XVII, ao provar uma de suas criações  de vinho, estufou o peito e cheio de alegria, bradou: "estou bebendo estrelas".  Ele acabara de criar,  nada mais nada menos,  do que o mais nobre dos vinhos: o champagne.

O Champagne, como todos sabemos, é um vinho especial,  que transcende a todos os demais.  Por isso, essa nobre bebida sempre está associada aos acontecimentos mais importes, mais nobres, mais especiais.  Seja num momento de celebração de uma cerimônia,  como um casamento, uma aniversário, ou outro dessa natureza.  Noutro momento, um brinde à uma vitória, uma conquista muito importante.   E outros momentos, ainda,  para lhe dar coragem para enfrentar obstáculos, inimigos, como também para elevar a auto-estima, tão necessária em certos momentos da vida.  O champagne é uma companhia para momentos especiais, mas também para uma simples degustação.  Em  momentos de instrospecção, reflexão é um excelente bálsamo, para ajudar a um reencontro consigo ou até amadurecer uma decisão importante.
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Apesar da grande tristeza provocada pela perda de Eduardo Campos, lamentavelmente, o luto pelo político acabou se transformando em campanha e o velório em palanque eleitoral.  Neste contexto cheio de controversas, polêmicas e não me toques, o cenário eleitoral mais previsível seria trágico para Dilma.  Na verdade, após os resultados preliminares é "para beber estrelas", do champagne e do PT.   Dilma, pode abrir um champagne!

Neste texto pretendo mostrar os motivos para a sua comemoração e algumas coisas que soaram muito estranhas nesta nova pesquisa do Datafolha; 


O QUE COMEMORAR



MANUTENÇÃO DA LIDERANÇA NA INTENÇÃO DE VOTOS COM 36%

Ao contrario do que era quase um consenso, de que Marina, com seu potencial de votos e por ser ex-petista, roubaria votos de Dilma.  Na verdade, mesmo Marina atingindo os 21%, Dilma manteve seus 36% obtidos na pesquisa do mes anterior, mantendo sua liderança sem nenhum arranhão.
Há que se considerar esse momento inusitado é de muita comoção, com a perda de Eduardo.  E seria natural que as pessoas se manifestassem apoiando Eduardo Campos, através de Marina, sua companheira de chapa.  A indiferença do eleitor de Dilma a toda essa comoção, foi um balde de água gelada para a oposição.  O consolo é que a pesquisa mostrou o mesmo em relação ao seu candidato.



 

2º TURNO:  AMPLIA VANTAGEM DE DILMA SOBRE AÉCIO

Na simulação para um eventual 2o. turno, Dilma sobe de 44% para 47%  e Aécio cai de 40% para 39%, ampliando a vantagem de 4% para 8%.
Dilma tem também 47% contra 43% de Marina Silva, com uma vantagem de 4%.  As fronteiras das margens de erro de 2% encostam. 

 

APROVAÇÃO DO GOVERNO SOBE 6 PONTOS PERCENTUAIS

A aprovação do governo, medida pela soma das avaliações "ótimo" e "bom", subiu 6% atingindo 38%, o número mais alto desde abril.  Em julho, o porcentual era de 32%.

REDUÇÃO DA DESAPROVAÇÃO EM SÃO PAULO

A desaprovação do Governo caiu neste mês de 39% para 35% no estado de São Paulo, estado mais conservador do país e reconhecidamente o verdadeiro "ninho" dos tucanos. 
 

APROVAÇÃO DO GOVERNO EM MINAS GERAIS

A aprovação do Governo é de 34%, enquanto que a desaprovação é de apenas 26% em Minas Gerais, estado natural de Aécio e toda a família Neves.  Sem dúvida, o reduto do clã.


OS ESTRANHOS NÚMEROS DO DATAFOLHA



Alguns resultados constantes no Relatório, suscita desconfiança na idoneidade da pesquisa. 

OS VOTOS DE MARINA

De onde advieram os votos de Marina?  Estranhamente, essa pesquisa mostrou que a intenção de votos se mantiveram totalmente inalteradas para todos os candidatos.  Dilma manteve os 36% na primeira colocação, Aécio manteve os 20% e até Pastor Everaldo teve seus 3% estável.  Os 13% de votos de Marina obtidos além dos 8% de Eduardo no mês anterior, então, advieram todos de fontes não identificáveis (não divulgadas), quais sejam, de "outros"  3%, de "nulos" 5% e de "indecisos" 5%.   É impossível aceitar um comportamento estatístico desse sem acender um luz de desconfiança. 

A REEDIÇÃO DO EMPATE TÉCNICO NA FRONTEIRA DAS MARGENS DE ERRO


Novamente, o Datafolha apresenta um resultado onde a fronteira da banda inferior da margem de erro das intenções de votos de Dilma, coincide com a fronteira da banda superior da margem de erro das intenções de votos do concorrente.  Neste caso com Marina.  E novamente a midia faz todo o alarde de um pretenso empate técnico.

Neste caso também,  são dados que suscita desconfiança, que só seria dirimida com a realização de uma análise mais detalhada dos dados brutos e do processo de tabulação.

No mês passado, o Datafolha já havia proporcionado a maior comemoração, divulgando e promovendo aos quatro ventos, que Dilma e Aécio estavam tecnicamente empatados, quando na verdade o empate era apenas na linha fronteiriça, onde a probabilidade combinada dos dois eventos simultâneos seria extremamente baixo,  não chegando nem a 1%.

Agora em agosto a festa da oposição se repete.  Coincidência?  Não acredito pois, além de ser muito estranho essa ocorrência,  o empacte técnico divulgado não corresponde à realidade propabilistica. 



 

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