quarta-feira, 23 de abril de 2014

A Imprensa é Canalha, mas... e a Rede Social?

Por PAULO FRANCO 


"A IMPRENSA BRASILEIRA SEMPRE FOI CANALHA" (Millor)



Millor Fernandes está correto, mas ele já morreu e acho que nunca fez idéia do que seria a imprensa hoje em dia. Há anos eu venho me negando a usar o termo PIG- Partido da Mídia Golpista. Eu não queria me colocar de forma tão radical, mas a partir de hoje, eu percebo que estou passando uma imagem de muito ingênuo. Não há mais sentido manter essa postura, tal o nível da canalhice dessa grande imprensa brasileira. 
Recentemente fiz uma postagem sobre a globo e o ibope e a medida que fui pesquisando ia percebendo o quanto nociva, o quanto golpista tem sido a grande imprensa desde os anos 50/60. De lá para cá, so falcatruas, só fraudes, só manipulações, só desinformações. Um deserviço à Democracia, à nação brasileira. 

A situação fica pior, quando pessoas comprometidas com partidos e/ou ideologias, sem escrupulos, colocam um post, como este, carregado de uma desonestidade informativa, com propósitos espúreos acabam por iludir, enganar muitas pessoas de boa fé.



Dissecando os absurdos contidos nesta postagem da rede social


Em primeiro lugar, não há nada mais esdrúxulo do que alguém que tenha um mínimo de juizo, falar em retirar alimentação do índice de preços oficial que mede a inflação.

Em segundo lugar, alimentos não é, e nem nunca foi, o vilão da inflação. Os alimentos, dada a volatilidade e a sazonalidade da atividade agrícola acaba imprimindo uma maior volatilidade do Indice. Ou seja, da mesma forma que sobe súbita e fortemente, cai da mesma forma. Em outras palavras, os alimentos não puxam necessáriamente e nem sistematicamente para cima o índice de preços.
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Em terceiro lugar, hoje o indice de inflação, excluindo os alimentos está em 7,4%, portanto maior e não menor que o índice normal que está em 6,1%.

Em quarto lugar, seria então, muita idiotice do governo, simplesmente retirar os alimentos do índice como o jornal divulga e o autor da postagem propaga, além de agregar alguns comentários totalmente imbecis.

Em quinto lugar, é totalmente inadequado políticamente, promover alguma mudança nos índice de inflação, por diversos motivos.  Primeiro por causa da marcação cerrada da grande imprensa sobre o governo, e qualquer movimento, seria motivo apara uma campanha de descrédito no governo e nos índices oficiais; em segundo lugar porque é uma ano de eleição e não serie muito inteligente, por parte do governo, mexer numa caixa de abela, nesse momento; e em terceiro lugar, devido ao nível da inflação que está "tocando" no teto e qualquer sinal de desconfiança poderá aumentar mais ainda a pressão altista dos preços.

Em sexto lugar, o que o IBGE poderia fazer é eliminar imperfeições da cesta de produtos e serviços, provocadas por alterações curtas, mascarando o real índice de inflação. Por exemplo, um determinado produto teve um elevado aumento de preços e os consumidores migraram para outro produto substituto (quem estudou microeconomia pode se lembrar do conceito de elasticidade cruzada que usa o mesmo raciocínio), a cesta deve ser ajustada imediatamente para que o número índice apurado não contenha essa distorção. O mesmo fenômeno ocorreria, quando o referido produto caísse brusca e fortemente. Essa sintonia fina, do calculo da inflação é mais importante para o mercado, que utiliza esses indicadores para fazer operações financeiras de juros, câmbio e outras, onde qualquer “base point” representam milhões de reais, evitando perdas indesejáveis, em função dessa falha operacional na qualidade de previsibilidade da inflação.

Em setimo lugar, nos USA, a inflação é considerada pelo sub índice chamado NUCLEO, ou seja, é o índice de preços, expurgados dos segmentos de “alimentos e de combustíveis”. O Indice CHEIO é divulgado normalmente, mas o mercado (financeiro) e o governo (política monetária) usam o núcleo da inflação e não o índice cheio como no Brasil. É importante deixar claro que o índice expurgado de alimentos e combustíveis não implica num valor menor. Será sempre diferente, menor ou maior dependendo do comportamento desses dois segmentos e dos demais preços.

Em otavo lugar,  O IBGE deveria iniciar a divulgação do Indice CHEIO e do Núcleo da Inflação, se já são apurados, senão, deveriam iniciar essa apuração. O núcleo da inflação é fundamental, pois ele tem uma correlação mais rígida com o processo de formação preços, refletindo de forma mais precisa a tendência inflacionária. Mesmo que o governo não queira considerá-lo, como índice oficial, sua divulgação seria de grande valia para o mercado e para a sociedade.

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