sexta-feira, 31 de maio de 2013

Billionaire Roberto Civita, Brazilian Media Baron, Dies

Anderson Antunes for FORBES

Roberto Civita (Photo by Ivan Pacheco)
Brazilian billionaire Roberto Civita, the head of one of Latin America’s largest media conglomerates, died on Sunday after spending more than 60 days at a São Paulo hospital due to complications of an aneurysm, according to his media group, Abril. He was 76.

The son of Victor Civita, who founded Abril in 1950, Roberto Civita took over the company in 1990 when his father died. Abril currently employs more than 7,000 people, and includes Editora Abril, which publishes some of Brazil’s biggest magazines, and the publicly listed Abril Educação.

Born in Milan in 1936, Roberto and his family moved to the United States soon thereafter, where they stayed for about a decade. During a visit to Brazil, his father decided to settle his business there, and the family moved once again, this time to São Paulo.

Civita initially founded his publishing company as Editora Primavera (Spring Publications), publishing an unsuccessful Italian comic called Raio Vermelho (Red Ray). He later renamed it Abril (April), referencing the month in which Spring begins on the northern hemisphere, and published its first title, Donald Duck, which continues to run to this date. Abril’s first magazine led Civita to claim, “It all started with a duck,” parodying Walt Disney‘s declaration that “I only hope that we never lose sight of one thing: that it was all started by a mouse.”

terça-feira, 28 de maio de 2013

Taxa de negros empregadores passa de 22,84% para 30,19% em dez anos

Entre as mulheres negras o desemprego caiu de 18,2% para 7,7%, revela estudo de economista


Clarice Spitz para 0 GLOBO - 27/05/2013




Marah Silva, dona do Ateliê Cor Sincretismo.
Estilista diz que herdou da mãe a veia
empreendedora. Foto: Daniela Dacorso
RIO — Ainda desigual, mas com avanços. Nos últimos dez anos, negros experimentaram uma melhora nas taxas de emprego e de renda. Aumentou participação de negros entre os empregadores, a categoria mais bem paga do mercado de trabalho: em 2003, representavam 22,84% do total de empregadores; em 2013, já são 30,19%, revela estudo do economista Marcelo Paixão sobre empreendedores negros. É bem verdade que, quando estão em postos de comando, os negros estão predominantemente em atividades de mais baixo rendimento, sobretudo, no comércio e serviços em geral, como cabeleireiros, donos de armarinhos, designers e trabalhadores da construção civil, onde a presença deles é maioria. Entre as mulheres negras, grupo com maior dificuldade de inserção no mercado de trabalho, o desemprego caiu de 18,2% para 7,7%.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a melhora na economia propiciou a ascensão profissional. Com renda maior, o negro que trabalhava por conta própria pôde incrementar seu negócio e passar a contratar um funcionário, tornando-se um empregador.

— É um salto expressivo. O mercado de trabalho está menos desigual. Ainda se encontram as mazelas de gênero, de cor, de jovens, mas mais amenizadas — afirma Azeredo.

As desvantagens de empregadores negros passam por uma poupança menor. Com menos capital que os brancos, eles costumam ter negócios no setor de serviços, em que os investimentos são mais baixos. Mas a análise dos últimos dez anos mostra que a renda de empregadores negros subiu 42,59%, enquanto a dos empregadores brancos, 20,46%.

Enquanto em 2003, um empregador negro recebia o equivalente a 49,37% do rendimento de um empregador branco, hoje, ele ganha 58,43%. De acordo com Paixão, a redução dessas assimetrias no mercado de trabalho são explicadas, em parte, pela valorização do salário mínimo e de programas de transferência de renda.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

SEBASTIÃO SALGADO: O Drama Silencioso da Fotografia

REFLORESTAMENTO

De volta à origem


Sebastião Salgado captures the dignity of the dispossessed through large-scale, long-term projects.

Why you should listen to him:
A gold miner in Serra Pelada, Brazil; a Siberian Nenet tribe that lives in -35°C temperatures; a Namibian gemsbok antelope. These are just a few of the subjects from Sebastião Salgado’s immense collection of work devoted to the world’s most dispossessed and unknown.
Brazilian-born Salgado, who shoots only using Kodak film, is known for his incredibly long-term projects, which require extensive travel and extreme lifestyle changes. Workers took seven years to complete and contained images of manual laborers from 26 countries, whileMigrations took six years in 43 different countries on all seven continents. Most recently Salgado completed Genesis, an ambitious eight-year project that spanned 30 trips to the world’s most pristine territories, land untouched by technology and modern life. Among Salgado’s many travels for Genesis was a two-month hike through Ethiopia, spanning 500 miles with 18 pack donkeys and their riders. In the words of Brett Abbott, a Getty Museum curator, Salgado’s approach can only be described as “epic.”
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"...
Quero mostrar-lhes agora, para encerrar, algumas fotos que para mim são muito importantes nesse sentido. Lembram-se de que contei a vocês, quando recebi a fazenda de meus pais que era meu paraíso, que era a fazenda. Terra completamente destruída, erosão, a terra tinha secado. Mas podem ver nesta foto, estávamos começando a construir um centro educacional que se tornou um centro ambiental muito grande no Brasil. Vocês veem muitos pontos úmidos nesta foto. Em cada um desses pontos, plantamos uma árvore. Há milhares de árvores. Agora vou mostrar-lhes as fotos feitas exatamente no mesmo local,dois meses atrás.

Disse-lhes no começo que era necessário plantar aproximadamente 2.5 milhões de árvoresde cerca de 200 espécies diferentes para reconstruir o ecossistema. E vou mostrar a última foto. Estamos com dois mihões de árvores no chão agora. Estamos fazendo a retirada de mais ou menos 100.000 toneladas de carbono com essas árvores.

Meu amigos, é muito fácil de fazer, Fizemos isso, não? Por um acidente que aconteceu comigo, voltamos, construímos um ecossistema. Nós aqui nesta sala, acredito que tenhamos a mesma preocupação, e o modelo que criamos no Brasil, podemos transplantá-lo aqui. Podemos usá-lo em todos os lugares no mundo, não? E acredito que podemos fazer isso juntos.  Muito obrigado."

















domingo, 26 de maio de 2013

Hungria destrói todas as plantações da Monsanto

Data de Publicação: Maio 23, 2013 - Portugal Mundial

A Hungria deu uma machadada no tronco infectado da gigante Monsanto e as suas modificações genéticas destruindo quase 500 hectares de culturas de milho plantadas com sementes geneticamente modificadas.

De acordo com o o secretário de estado húngaro e Ministro do Desenvolvimento Rural Lajos Bognar, ao contrário de muitos países europeus (como Portugal) a Hungria é uma nação onde as sementes geneticamente modificadas estão banidas e proibidas, tomando uma posição semelhante ao Peru que instituiu uma lei que bane e proibe as sementes e alimentos geneticamente modificados por pelo menos 10 anos.

Os quase 500 hectares de milho destruídos estavam espalhados pelo território húngaro e haviam sido plantados há pouco tempo, explica o Ministro Lajos Bognar, o que quer dizer que o pólen venenoso do milho ainda não estava a ser dispersado.

Ao contrário dos membros da União Europeia, a Hungria baniu todas as sementes OGM. As buscas continuam pois como disse Bognar os produtores são obrigados a certificarem-se que as sementes que usam não são geneticamente modificadas. Durante a investigação os fiscais descobriram que a Monsanto havia injectado produtos da Pioneer Monsanto entre as sementes a plantar, possivelmente com o intuito de disseminar aquela cultura.

O movimento de livre trânsito de produtos dentro dos estados da União Europeia impede que as autoridades investiguem como estas sementes chegaram à Hungria, mas doravante irão certificar-se da validade das culturas em solo húngaro, assegurou o ministro. Uma rádio regional revelou que as duas maiores produtoras de sementes geneticamente modificadas foram afectadas com este acto mas que existem milhares de hectares nestas condições.

Os agricultores defenderam-se com a ideia de que não sabiam tratar-se de sementes OGM. Com a estação já a meio, é tarde demais para plantarem novas sementes por isso a colheita deste ano foi completamente perdida. E para piorar o cenário aos agricultores, a companhia que distribuiu estas sementes no condado de Baranya abriu falência o que impede que recebam compensação.
Haja mais Hungrias e Húngaros pela Europa e pelo mundo!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Latin America After Chávez

By LUIZ INÁCIO LULA da SILVA 
New York Times - Published: March 6, 2013


HISTORY will affirm, justifiably, the role Hugo Chávez played in the integration of Latin America, and the significance of his 14-year presidency to the poor people of Venezuela, where he died on Tuesday after a long struggle with cancer.

However, before history is allowed to dictate our interpretation of the past, we must first have a clear understanding of Mr. Chávez’s significance, in both the domestic and international political contexts. Only then can the leaders and peoples of South America, arguably the world’s most dynamic continent today, clearly define the tasks ahead of us so that we might consolidate the advances toward international unity achieved in the past decade. Those tasks have gained new importance now that we are without the help of Mr. Chávez’s boundless energy; his deep belief in the potential for the integration of the nations of Latin America; and his commitment to the social transformations needed to ameliorate the misery of his people.

Mr. Chávez’s social campaigns, especially in the areas of public health, housing and education, succeeded in improving the standard of living of tens of millions of Venezuelans.

One need not agree with everything Mr. Chávez said or did. There is no denying that he was a controversial, often polarizing, figure, one who never fled from debate and for whom no topic was taboo. I must admit I often felt that it would have been more prudent for Mr. Chávez not to have said all that he did. But this was a personal characteristic of his that should not, even from afar, discredit his qualities.

América do Sul após Hugo Chávez

Por Luiz Inácio Lula da Silva para o New York Times


O presidente Hugo Chávez foi muito importante para a América Latina e deixa um grande legado. A história registrará, com justiça, o papel que ele desempenhou na integração latino-americana e sul-americana, e a importância de seu governo para o povo pobre de seu país. Mas, antes que a história se encarregue disso, é importante que tenhamos clareza da importância de Chávez no cenário político nacional e internacional. Somente assim poderemos definir as tarefas que se colocarão à nossa frente para que avancemos e consolidemos os avanços obtidos nesta última década, agora sem a ajuda de sua energia inesgotável e de sua convicção profunda no potencial da integração dos países da América Latina e nas transformações sociais necessárias no seu país para debelar a miséria de seu povo. Suas “misiones” sociais, especialmente na área da saúde e da habitação popular, foram bem sucedidas em melhorar as condições de vida de milhões de venezuelanos. 

As pessoas não precisam concordar com tudo que Chávez falava. Tenho que admitir que o presidente venezuelano era uma figura polêmica, que não fugia ao debate e para o qual não existiam temas tabus. E preciso admitir que, muitas vezes, eu achava que seria mais prudente que ele não tentasse falar sobre tudo. Mas essa era uma característica pessoal de Chávez que não deve, nem de longe, ofuscar as suas qualidades. 

Pode-se também discordar ideologicamente de Chávez: ele não fez opções políticas fáceis e tinha enorme convicção de suas decisões. 

Mas ninguém minimamente honesto pode desconhecer o grau de companheirismo, de confiança e mesmo de amor que ele sentia pela causa da integração da América Latina, pela integração da América do Sul e pelos pobres da Venezuela. Poucos dirigentes e líderes políticos, dos muitos que conheci em minha vida, acreditavam tanto na construção da unidade sul-americana e latino-americana como ele. 

terça-feira, 7 de maio de 2013

Tempos Insanos









Dani Rodrik condena as políticas de austeridade, prevê o fim dos milagres econômicos e diz que nações como o Brasil levam vantagem


por Eduardo Graça para Carta Capital — publicado 06/05/2013

Um dos mais respeitados professores da Universidade Harvard, titular de Política Econômica Internacional da Escola John F. Kennedy, o economista de origem turca Dani Rodrik integra um grupo consistente (e crescente) de analistas críticos aos programas de austeridade adotados na Zona do Euro. "O que acontece na Europa é um assalto à democracia", define. 

Autor de Has the Globalization Gone Too Far (1997), One Economics, Many Recipes (2007) e The Globalization Paradox (2011), Rodrik concedeu a entrevista a seguir em seu escritório em Cambridge antes da polêmica sobre o erro de cálculo cometido pelos economistas Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff em estudo a respeito da relação entre endividamento e crescimento econômico, na verdade um libelo em defesa das políticas de austeridade preconizadas por conservadores e aplicadas na Europa com os resultados até aqui conhecidos. Um dia antes da entrevista, o acadêmico postara, no entanto, o seguinte comentário no Twitter sobre o lançamento de Austerity: The History of a Dangerous Idea, do diretor dos programas de graduação em Relações Internacionais e Estudos de Desenvolvimento da Universidade de Brown, Mark Blyth: “Foi preciso um cientista social para denunciar a insanidade das políticas econômicas baseadas na austeridade”.
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Segundo o economista, a era dos “milagres econômicos” passou, o crescimento das economias tende a ser mais lento, mas os países com forte mercado interno e projetos de inclusão social estão em melhor posição para avançar. “O Brasil segue como uma dessas nações”, afirma. 

Rodrik será o principal palestrante do 1º Fórum de Economia promovido por CartaCapital. O seminário acontece na terça-feira 7, no Hotel Renaissance, em São Paulo, a partir das 9 da manhã. Após sua exposição, o economista responderá a perguntas do ex-ministro Delfim Netto e de Luiz Gonzaga Belluzzo, consultor editorial de CartaCapital. 

Carta Capital: O senhor escreveu há um ano que países como Brasil, Índia e Coreia do Sul estão em posição melhor do que os demais para enfrentar os novos desafios econômicos globais. Continua a ter a mesma opinião sobre o Brasil?

Dani Rodrik: Sim. Obviamente o Brasil não teve um ano bom em termos de crescimento econômico. Mas não acho que deveríamos ser obcecados com variações anuais do PIB. Deveríamos, na verdade, estar prontos para crescimentos menores globais nas próximas décadas. O contexto global será menos propício a expansões econômicas significativas, se compararmos com o cenário dos últimos 25 anos. Mesmo países cujas economias vão relativamente bem experimentarão ventos bravios. Nesse contexto, países com grande mercado interno, que investem na inclusão social e se beneficiam mais de um dinamismo real de sua economia do que da súbita entrada de capital e dos humores do mercado, no âmbito de uma democracia robusta, estarão em melhor posição para atravessar os tempos duros. O Brasil, há um ano e hoje também, segue como uma dessas nações. 

CC: Não se pode julgar a economia de um país por um ano ruim, como o senhor diz. Mas há a percepção neste momento de que o Brasil deixou de ser um favorito do mercado. O senhor vê razão para essa mudança?