The Economist afirma que o capitalismo não está funcionando como deveria. Empregos existem, mas o crescimento se arrasta, a desigualdade é alta e o meio ambiente está sofrendo. Seria de se esperar que os governos fizessem reformas para enfrentar esses problemas, mas a política anda travada ou é instável.
Artigo da revista The Economist afirma que o capitalismo não está funcionando como deveria. Empregos existem, mas o crescimento se arrasta, a desigualdade é alta e o meio ambiente está sofrendo. Seria de se esperar que os governos fizessem reformas para enfrentar esses problemas, mas a política anda travada ou é instável. Quem, então, vai se encarregar do resgate? Um número grande de pessoas acredita que a resposta é confiar nas corporações. Mesmo os executivos americanos, conhecidos por ignorar limites, concordam. Na semana passada, mais de 180 deles, incluindo os chefes do Walmart e do JPMorgan Chase, derrubaram três décadas de ortodoxia para anunciar que o propósito básico de suas empresas não é mais beneficiar apenas os donos, mas clientes, funcionários, fornecedores e comunidade. A motivação deles é tática e parte de uma mudança de atitude contra os negócios. Funcionários jovens querem trabalhar para firmas que adotem padrões morais e políticos em relação a questões atuais.
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De acordo com a publicação, por melhores que sejam as intenções, porém, essa nova forma de capitalismo coletivo terminará provocando mais males que benefícios. Há riscos de se formar uma
classe de executivos inexperientes e sem legitimidade. Há também uma ameaça à prosperidade de longo prazo, condição básica ao sucesso do capitalismo. Desde que os negócios ganharam confiança limitada na Grã-Bretanha e na França, no século 19, discute-se o que a sociedade pode esperar em retorno. No anos 1950 e 60, Estados Unidos e Europa experimentaram o capitalismo gerencial, no qual empresas gigantes trabalhavam com governo e sindicatos e ofereciam aos trabalhadores segurança no emprego e benefícios. Mas, após a estagnação dos anos 1970, o enriquecimento dos acionistas passou a dominar, no processo de maximizar os lucros. Sindicatos entraram em declínio e o sucesso dos acionistas conquistou os Estados Unidos e em seguida a Europa e o Japão. É esse modelo que está sob ataque. Como parte da investida, há um perceptível declínio na ética dos negócios. Empresas listadas em bolsas são acusadas de uma série de pecados, como obsessão por ganhos de curto prazo, investimentos irresponsáveis, exploração de funcionários, achatamento de salários e recusa em pagar por danos ambientais que criaram.
classe de executivos inexperientes e sem legitimidade. Há também uma ameaça à prosperidade de longo prazo, condição básica ao sucesso do capitalismo. Desde que os negócios ganharam confiança limitada na Grã-Bretanha e na França, no século 19, discute-se o que a sociedade pode esperar em retorno. No anos 1950 e 60, Estados Unidos e Europa experimentaram o capitalismo gerencial, no qual empresas gigantes trabalhavam com governo e sindicatos e ofereciam aos trabalhadores segurança no emprego e benefícios. Mas, após a estagnação dos anos 1970, o enriquecimento dos acionistas passou a dominar, no processo de maximizar os lucros. Sindicatos entraram em declínio e o sucesso dos acionistas conquistou os Estados Unidos e em seguida a Europa e o Japão. É esse modelo que está sob ataque. Como parte da investida, há um perceptível declínio na ética dos negócios. Empresas listadas em bolsas são acusadas de uma série de pecados, como obsessão por ganhos de curto prazo, investimentos irresponsáveis, exploração de funcionários, achatamento de salários e recusa em pagar por danos ambientais que criaram.
Algumas das advertências são verdadeiras. Consumidores frequentemente saem perdendo e a mobilidade social afundou. De qualquer modo, a reação popular e intelectual ao lucro a qualquer preço já está alterando a tomada de decisões. Líderes empresariais passaram a apoiar causas sociais populares entre clientes e funcionários. Empresas investem levando em conta não apenas eficiência. A Microsoft está financiando um projeto habitacional de US$ 500 milhões em Seattle. Parece ótimo, mas o capitalismo coletivo enfrenta dois grandes problemas: ausência de responsabilidade ética e de dinamismo. Em relação à ética, não está claro como os executivos ficarão sabendo o que a “sociedade” espera de suas empresas. As probabilidades são de que políticos, lobistas e os próprios executivos venham a decidir, não dando voz às pessoas comuns.
Leia matéria na íntegra na The Economist
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