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domingo, 2 de abril de 2017

A Justiça brasileira é branca e masculina. Meritocracia?


Fotos de desembargadores ilustram como a meritocracia premia homens brancos
A palavra “meritocracia” geralmente é utilizada nos discursos políticos para se referir à ideia de que se deve promover pessoas apenas em razão de seus supostos méritos e habilidades, sem que seja necessário haver política de compensação para populações esquecidas por políticas públicas.

Funda-se na ideia de que todos competem em igualdade, bastando estudar e se dedicar para alcançar o tão almejado sonho profissional. São discursos utilizados para rechaçar, por exemplo, cotas raciais e sociais em universidades e concursos públicos, pois seria inconcebível favorecer alguém em detrimento de uma pessoa branca que tirou uma nota maior.

Trata-se de um tema rebatido diariamente pela realidade e o Judiciário não foge da regra. Segundo o censo de 2014, realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), percebe-se a aprovação absurdamente maior de pessoas brancas em relação às negras e indígenas. Defender a meritocracia com base nesse gráfico seria dizer que brancos estudam mais e são mais inteligentes, tratando-se de uma afirmação racista que desconsidera os séculos de escravidão e exclusão de minorias de acesso às políticas públicas no país. Como é visível no gráfico abaixo, o Judiciário é branco:

Pesquisa realizada pelo Censo do CNJ em 2014


Dentro do racismo e do classismo, uma vez que falar de pobreza é também falar de negros e negras, ante a histórica marginalização sofrida pela população na escravidão e no pós escravidão, há também