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domingo, 13 de junho de 2021

Brasil perde 24 árvores por segundo em 2020 enquanto alertas de desmatamento explodem

Texto de Regiane Oliveira (El País)
Vídeo de André Trigueiro (JN Globo) 


Entre meados de 2018 e o início de 2021, apenas 5% da área desmatada teve alguma ação do Ibama (multas ou embargos, por exemplo), um número que correspondeu a apenas 2% dos avisos de desmatamento em todo o país


O Ibama, órgão de fiscalização ambiental brasileiro, falhou em chegar a quase todos os alertas de desmatamento feitos pelos satélites que monitoram as áreas de floresta brasileira nos últimos anos. É o que apontam dados do Projeto MapBiomas, uma rede colaborativa de especialistas do país, que analisa estes alertas e acompanha o desmatamento, que vem aumentando no Brasil. 

Entre meados de 2018 e o início de 2021, apenas 5% da área desmatada teve alguma ação do Ibama

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Comercial da Samarco: Um pequena amostra de como a elite burguesa trata o povo brasileiro

Por Paulo Franco

Revolta e indignação, foram os meus sentimentos quando assisti neste domingo, dia 14 de fevereiro, em horário nobre da televisão, o comercial da Samarco. 


A Samarco, como todos sabemos, foi a empresa que provocou, criminosamente, o maior desastre ambiental e social da história deste país. Aliás o maior incidente, já que foi provocado por ação humana. 

As consequências foram 17 pessoas mortas, um distrito municipal inteiro soterrado pela lama tóxica, um rio total mente contaminado, incluindo a costa marítima do estado do Espirito Santo, numa extensão de 600 km, morte de milhões de peixes, um rio morto por dezenas de anos, entre outros tantos estragos cometidos pela lama escorrida.
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O filósofo e educador, Mario Cortella foi feliz ao chamar a atenção da sociedade que o Incidente de Mariana, o incidente de Paris não são tragédias, mas fatos dramáticos que aconteceram em decorrência de ações humanas.  Tragédias são terremotos,  Furacões e outros eventos sem nenhuma interferência humana. 

A veiculação desse comercial é um dos milhares fatos que exemplificam, retratam a estrutura de nossa sociedade e como essa estrutura estabelecem relações entre os diversos grupos e classes sociais. Retrata como a elite burguesa (empresarial) sub-julga o povo brasileiro, tratando-o com descaso, subestima-o intelectualmente. 

Neste caso vemos como nitidez, a desfaçatez da empresa em montar um vídeo de "ficção" para iludir, escamotear a realidade dos fatos.   A hipocrisia é tamanha que ficamos estarrecidos com a coragem da empresa e nos perguntamos: "Será que os gestores da Samarco pensa realmente, que a sociedade brasileira é tão medíocre, a ponto de engulir todas essas lorotas?". 

As fraudes contidas neste comercial vai desde a negação da culpabilidade da empresa, com a frase "...a barragem se rompeu.." dita por uma aparente funcionária, como se fosse uma ocorrência ao acaso, aleatória, sem causas definida, fora do controle da empresa. 

As mensagens enganosas continuam com a intenção da fixação de uma imagem positiva, e consequentemente influenciar a opinião pública de que a Samarco é, além de mineradora, uma entidade filantrópica, que se preocupa com o meio ambiente, coma as pessoas, ou seja, que é uma empresa que tem responsabilidade social e ambiental. 

A culpabilidade dos gestores da Samarco é notória.  Obviamente, como um país democrático, onde vigora (ou deveria vigorar) o estado de direito, as punições só podem ocorrer se houverem condenações judiciais e o processo transitar em julgado.  Houve negligência quanto aos aspectos fisicos da barragem, houve negligência posterior ao terem conhecimento anterior de que havia risco de rompimento da barragem e houve negligência quanto à existência de um sistema de alerta da população. 

E importante registrar que já foram decorridos mais de 100 dias e até agora nenhuma punição foi concretizada. Não foi decretada nenhuma prisão preventiva ou provisória, apesar do tamanho, da gravidade e do poder dos autores sobre a documentação e outros elementos essenciais para investigação dos fatos e apuração de responsabilidades. 

Embora o Ibama tenha aplicado uma multa de R$ 250 milhões e a Secretaria do Meio Ambiente de MG tenha aplicado uma multa de R$ 112 milhões, perfazendo um total de R$ 362 milhões, à Samarco e suas controladoras, a Vale e a BHP, nada foi recolhido até o momento.  As empresas recorreram da decisão e tudo continua "como dantes no quartel de abrantes". 

Há muitas outras consequências e prejuizos que já são do conhecimento público e que a empresa parece lavar as mãos.

Veja a visão de Mario Sergio Cortella, sobre a rompimento da barragem da Samarco:


domingo, 9 de março de 2014

Desmatamento em 2013 no Brasil sobe 28%

Por PAULO FRANCO




Depois de 4 anos de reduções initerruptas e de 9 anos de redução substancial no desmatamento da amzônia, em 2013 houve uma elevação de 28%.   Os dados são do PRODES (Programa de Monitoramento da Floresta Amazônica por Satélites), do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Dentro da curva descendente iniciada a partir de 2004, o único ano em que houve um crescimento no desmatamento foi  2008, com 11%.  Felizmente, não passou de um soluço, e a tendência descrescente foi retomada com êxito. 
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Após atingir o pico de 27.800 km² no ano de 2004, a queda do desmatamento até o ano de 2012,  foi de 84% quando foi desmatado apenas 4.571 km².  Um queda vertiginosa, diga-se de passagem, tanto que esse resultado foi reconhecido internacionalmente e o Brasil acabou ganhando o prêmio "Campeões da Terra-2013 " condedido pela ONU.

É lógico que em termos absolutos e até no contexto das reduções ocorridas, o fato até poderia ser considerado não tão relevante assim.

O fundamental é que se acenda um "alerta vermelho" para que as autoridades responsáveis pelo controle, não permitam que isso se transforme numa tendência, com aumentos do desmatamento nos próximos anos.

A sociedade e o governo tem que trabalhar com uma missão que seria o desmatamento zero. Sabemos que, embora seja muito díficil atingir essa meta, não é impossível, mas o foco tem que ser sempre esse.

Os estados mais vulneráveis, atualmente, ao desmatamento tem sido o Mato Grosso e o Pará.  No caso do estado do Mato Grosso a causa maior é a expansão para o plantio de soja.   Já no estado do Pará, tudo indica ser grilagem de terras para a especulação, com propriedades mais extensas.  Conforme informações do INPE, esse desmatamento tem se concentrado no entorno da rodovia BR-163.  

Em ambos os estados, mas principalmente no Pará, o IBAMA tem que recrudescer a fiscalização, a autuação e o embargo desses desmatamentos.