sábado, 1 de setembro de 2018

Lideranças internacionais denunciam a perseguição à Lula e a destruição do país

Por Tariq Ali, Chris Williamson , Ken Levingstone, Benjamin Sofonias, John Gledhill e outros


Apesar de não ter mandato legitimo, o governo reverteu os programas sociais que tiraram 40 milhões de pessoas da pobreza, escrevem políticos, sindicalistas, acadêmicos e outros.


Leia a íntegra do texto e veja abaixo os signatários. 

As políticas radicais de Michel Temer estão arruinando o Brasil

31 de agosto marca dois anos desde a destituição de Dilma Rousseff como presidente do Brasil, quando 61 senadores esmagaram a vontade política expressa nas urnas por 54 milhões de brasileiros que a elegeram. Desde então, o governo ilegítimo liderado por Michel Temer mostrou suas verdadeiras cores com políticas rígidas de austeridade.

Apesar de não ter sido eleito, o governo reverteu os programas sociais que tiraram 40 milhões de pessoas da pobreza. Suas políticas mergulharam a economia em uma crise mais profunda, prejudicando os serviços públicos e o padrão de vida de milhões de pessoas.

Isso tem sido acompanhado pela perseguição ao ex-presidente Lula e pelo aumento da violência e da repressão contra sindicatos, movimentos sociais e outras forças progressistas.

Talvez não seja surpreendente, portanto, que os índices de aprovação de Temer estejam em números únicos. Estamos ao lado dos milhões de brasileiros que resistem a esses ataques contínuos à democracia e ao progresso social.

Assinam a carta:

Colin Burgon Presidente honorário, Trabalhistas Amigos do Progressivo América Latina
Chris Williamson MP (Trabalhista)
Matt Willgress Editor, No Coup no Brasil
Tariq Ali Escritor e historiador
Benjamin Zephaniah Poeta
Lowkey Rapper
Victoria Brittain Jornalista e escritora
Andy de la Tour Ator e escritor
Baronesa Jean Corston (Trabalho)
Neil Findley MSP (Trabalho)
Lord Nicholas Rea (Trabalho)
Tony Burke e Steve Turner Assistente do secretário geral, Unite the Union
Steve Turner  Assistente do secretário geral, Unite the Union 

Kiri Tunks Presidente, Sindicato Nacional da Educação (NUT)
Doug Nicholls Secretário geral, Federação Geral dos Sindicatos
Manuel Cortes Secretário Geral, TSSA
Ronnie Draper Secretário Geral, BFAWU
Zita Holbourne Presidente Nacional, Barac UK
Lindsey Coordenador Alemão , Stop the War Coalition Editora
Sue Branford , Secretaria de América Latina
Ken Livingstone Ex-prefeito de Londres
Dr. Francisco Dominguez Diretor de estudos latino-americanos,
professor da Universidade de Middlesex Prof John Gledhill Professor emérito, Universidade de Manchester
Dr. Marina Prentoulis Universidade de East Anglia
Rachel Garnham Membro do partido trabalhista NEC
____________________
FONTE: The Guardian


TEXTO ORIGINAL

31 August marks two years since Dilma Rousseff’s removal as president of Brazil when 61 senators trampled on the political will expressed at the ballot box by the 54 million Brazilians who had elected her. Since then, the illegitimate Michel Temer-led government has shown its true colours with hardline austerity policies.

Despite having no mandate, the government has reversed social programmes that took 40 million people out of poverty. Its policies have plunged the economy into deeper crisis, damaged public services, and hurt the living standards of millions.

This is has been accompanied by the ongoing persecution of former president Lula and an increase in violence and repression against trade unions, social movements and other progressive forces.
It is perhaps not surprising therefore that Temer’s approval ratings are in single figures. We stand with the millions of Brazilians resisting these ongoing attacks on democracy and social progress.


terça-feira, 28 de agosto de 2018

VENEZUELA, 28 ANOS DE INSTABILIDADE

Por João Paulo Charleaux

A crise na Venezuela, nos mostra como muitas outras nos países periféricos que sua essência está no confronto entre forças políticas com interesses diferentes. 

A experiência Venezuelana serve de exemplo, de ilustração do que vem ocorrendo no Brasil, onde uma crise institucional, política e econômica foi criada para abortar um governo progressista que, agradando a sociedade, sinalizava a permanência de um longo tempo no poder. 

Um governo progressista numa país periférico, proprietário das maiores reservas de petróleo do mundo, vai de contra os interesses das forças conservadoras, diametralmente opostas.

A crise econômica nesses casos, na verdade é uma crise conjuntural decorrente da verdadeira crise que é o confronto de poder entre o progressismo e o conservadorismo, domestico e internacional. 

Veja esse vídeo, com o roteiro e a apresentação de João Paulo Charleaux, como originou e evoluiu  a crise na Venezuela. 


____________________


sábado, 21 de julho de 2018

Cuba elimina a palavra “comunismo” no anteprojeto de reforma constitucional

Por Pablo de Llano

"Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade."
 (Edson Marques) 


O regime cubano decidiu dizer adeus formalmente ao comunismo. O conceito foi eliminado no anteprojeto de reforma constitucional em andamento, segundo informaram neste sábado os veículos oficiais da ilha. Imerso num processo de liberalização controlada do modelo econômico, o Governo de Cuba inclui no novo texto o reconhecimento da propriedade privada e se desprende da referência à ideologia comunista, embora enfatize que o socialismo continue sendo política de Estado.

A Constituição vigente, promulgada em 1976 e redigida à imagem e semelhança das Cartas do bloco socialista, prevê, em seu artigo 5, o objetivo do “avanço rumo à sociedade comunista”. Com a reforma constitucional, essa ideia desapareceria. Uma mudança de enorme importância histórica, que o Governo apresenta como mera adaptação da linguagem à nova fase de continuidade revolucionária. “Não quer dizer que vamos abrir mão das nossas ideias, e sim que, em nossa visão, pensamos num país socialista, soberano, independente, próspero e sustentável”, disse na sexta-feira o presidente da Assembleia Nacional, Esteban Lazo.

O Parlamento unicameral cubano abriu neste sábado uma sessão que se estende até segunda-feira e na qual os deputados debaterão o texto da reforma, para que seja depois submetido a consulta popular. Ideologicamente, Cuba ficará na paradoxal situação de se apartar da ideia do comunismo em sua Constituição sem deixar de reconhecer o Partido Comunista como máximo órgão de direção do país. O anteprojeto de reforma, segundo o jornal oficial Granma, “ratifica o caráter socialista da Revolução e o papel dirigente do Partido”, além da “irrevogabilidade do modelo político e econômico”.

O Governo começou a remodelar o modelo econômico – e a contenção da narrativa comunista – em 2011, com a elaboração das chamadas Diretrizes da Política Econômica e Social do VI Congresso do Partido Comunista de Cuba. Os 313 pontos do documento refletiam a ordem de Raúl Castro de iniciar uma guinada do sistema que permitisse dinamizar a raquítica economia cubana, dando maior espaço ao trabalho por conta própria e abrindo o país aos investimentos estrangeiros. O raulismo marcou uma mudança rumo a um maior pragmatismo em relação à linha imposta durante décadas por Fidel Castro, muito refratário à abertura ao mercado e aferrado até sua saída do poder (por doença) à narrativa marxista-leninista.

Um gabinete de continuidade

Cuba caminha rumo à era pós-Castro sob a égide da continuidade. O presidente Miguel Díaz-Canel, de 58 anos, nascido depois da revolução de 1959 e a quem Raúl Castro, 87, cedeu o cargo em abril, após prepará-lo durante anos como leal sucessor, formou um Conselho de Ministros que mantém os desígnios de seu mentor. A Assembleia deu sua aprovação neste sábado ao novo Gabinete, que conserva 20 dos 34 ministros do general. Castro permanecerá até 2021 como secretário-geral do PC cubano, máxima autoridade da ilha, acima do Executivo.

A principal novidade no Gabinete foi a nomeação de outro ministro da Economia, Alejandro Gil, até agora vice-ministro. Desde que assumiu o comando, em 2008, Raúl iniciou uma lenta adaptação do sistema socialista ao mercado e aos investimentos estrangeiros, que Díaz-Canel terá que acelerar se quiser tirar o país de sua perpétua situação de carestia e reverter os índices quase nulos de crescimento. Gil terá a missão de agitar o complicado coquetel de estatismo e liberação. Membro da nova geração da alta burocracia cubana, o novo ministro da Economia substitui um funcionário da velha guarda, Ricardo Cabrisas, 81, que será um dos quatro vice-presidentes do Conselho de Ministros – onde permanece Ramiro Valdés, 86, do núcleo duro histórico.

Quando assumiu a presidência, em abril, Díaz-Canel – um tecnocrata com reputação pró-abertura mas que há dois anos adotou um discurso cada vez mais rígido e conservador – deixou claro que seu norte era a “continuidade”, hoje conceito-chave do status quo cubano. Em sua equipe seguirão ao seu lado pesos-pesados do sistema, como o chanceler e cérebro das relações com os Estados Unidos Bruno Rodríguez, 60; Leopoldo Cintra, 77, militar do círculo mais próximo de Raúl Castro, como ministro das Forças Armadas; e o vice-almirante Julio Césa Gandarilla, 75, responsável pelo poderoso Ministério do Interior. Os Ministérios do Comércio e Investimentos Estrangeiros e do Turismo, duas pastas de especial relevância pela necessidade urgente de Cuba de atrair capital, continuarão nas mãos de Rodrigo Malmierca e Manuel Marrero. O Gabinete, com uma média de idade de 60 anos, é formado por 26 homens e oito mulheres.

Sinal verde para o casamento gay

O texto da nova Constituição abre a possibilidade de legalização do casamento homossexual em Cuba. Segundo afirmou na Assembleia Nacional Homero Costa, secretário do Conselho de Estado, o artigo 68 define o casamento como a união “entre duas pessoas (...) e não diz de qual sexo”. A atual Constituição, de 1976, só contempla a união matrimonial entre homem e mulher. A legalização do casamento homossexual é uma reivindicação cada vez mais imperiosa da comunidade LGBT cubana. É defendida por Mariela Castro, filha de Raúl e diretora do Centro Nacional de Educação Sexual de Cuba. Grupos evangélicos se manifestaram na ilha, nos últimos dias, ante a perspectiva da mudança legal.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

100 anos de Nelson Mandela, Imagens do Herói Contra o Apartheid


No dia do centenário de nascimento de Nelson Mandela, os principais momentos da vida do primeiro presidente negro da África do Sul, em imagens


O presidente do partido Congresso Nacional Africano da África do Sul, Nelson Mandela, no dia de seu casamento com Winnie Mandela, em maio de 1958.
O presidente do partido Congresso Nacional Africano da África do Sul, Nelson Mandela, no dia de seu casamento com Winnie Mandela, em maio de 1958.

No dia 16 de junho de 1964, oito homens, entre eles o líder antiapartheid e membro do Congresso Nacional Africano (ANC), Nelson Mandela, foi sentenciado à prisão perpétua no julgamento de Rivonia. Eles deixam o Palácio da Justiça em Pretória com os punhos erguidos através das janelas gradeadas do carro da prisão.
No dia 16 de junho de 1964, oito homens, entre eles o líder antiapartheid e membro do Congresso Nacional Africano (ANC), Nelson Mandela, foi sentenciado à prisão perpétua no julgamento de Rivonia. Eles deixam o Palácio da Justiça em Pretória com os punhos erguidos através das janelas gradeadas do carro da prisão.

sábado, 14 de julho de 2018

Sérgio Moro é agente da CIA?

Por Joaquim de Carvalho

“Moro goza de total impunidade. Estou convencido de que ele é um agente norte-americano”.  (Fábio Konder Comparato)



O parecer do subprocurador-geral da república Nívio de Freitas Silva Filho sobre a parcialidade de Sergio Moro é um das peças jurídicas que entrarão para a história como o relatório do coronel Job Lorena de Santana sobre o atentado do Riocentro, em 1981.

Segundo o coronel, não eram os militares que explodiriam uma bomba no show onde havia milhares de pessoas. Na verdade, eles estavam ali para garantir a segurança do espetáculo e acabaram alvo de um atentado realizado por organizações de esquerda.

Para Nívio de Freitas Silva Filho, no processo em que a defesa de Lula pede o afastamento do juiz