quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Derrota da sociedade, na aprovação da PEC 55, exige reflexões e mudanças

por Paulo Franco


Está passando da hora de "cair a ficha"  dos partidos, dos políticos, dos militantes que se opõem ao golpe e ao governo ilegitimo. 
A votação no Senado hoje, não é diferente das votações que já aconteceram anteriormente, desde a fatídica votação do impeachment na Câmara dos Deputados. 

O PARLAMENTO CONTRA A SOCIEDADE

É um mito que o Parlamento responde às vozes da sociedade, das ruas.  A maioria dos parlamentares só tem algum contato (indireto, obviamente) com o cidadão por ocasião das eleições.  No resto do tempo, o cidadão, o eleitor não existe. 

A pesquisa da Data Folha divulgada ontem (13/12/2016) mostrou que 60% da população é contra a PEC e 20% não sabe.  O que significa que a rejeição pode ser de até 80%. 

O próprio Senado Federal, através de seu site, fez uma enquete e o resultado foi de 90% contra a
PEC.  O que está proximo do resultado do Datafolha.  A votação demonstra que o Parlamento não é sensível à vontade popular e não tem o menor pudor em aprovar uma medida totalmente contra a vontade da sociedade. 

REFLEXÕES SOBRE IDEOLOGIA PARTIDÁRIA

Algumas reflexões é fundamental, neste momento.  Os partidos que defendem os trabalhadores e uma sociedade menos perversa, menos desequilibrada socialmente e economicamente, como temos visto, se reduziram a apenas 2, o PT e o PCdoB.  

Partidos historicamente posicionados à esquerda, hoje estão todos do lado conservador e votando contra os trabalhadores e contra as classes mais desfavorecidas, como o PSB, o PV e até o PDT. 

A sociedade foi vitima de um golpe de estado, praticado pelas elites burguesas e executado pelos partidos conservadores e os mais poderosos e mais  bem remunerados setores do estado que são a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário. 

Não há porque o PT e o PCdoB, ficarem fazendo oposição no Congresso.  Primeiro porque tem sido inútil em função do desequilíbrio de forças.  Segundo porque esse governo é ilegítimo, e ao fazer o papel de oposição, na verdade está co-validando ou legitimando esse governo espúrio. 

Penso que os partidos que são comprometidos com a Democracia, com os trabalhadores, com as minorias, com as classes marginalizadas e com a sociedade em geral de forma civilizada, têm que se abster de toda votação.  Têm que cruzar os braços e só agir no sentido do aborto do golpe e o retorno da democracia. 

Ao fazer oposição, lutar para que medidas contra o povo não sejam aprovadas, estão na verdade, fazendo o jogo deles.  É preciso deixar que eles se enforquem a si mesmos.  Mas para que isso aconteça, é preciso que o povo sinta, na pele, quem são essas pessoas (parlamentares e altos funcionários públicos) e o que eles estão fazendo. 

Muitas vezes, o aprendizado vem com a dor, com o sofrimento.  Um discurso, um exemplo não resolve, as pessoas tem que vivenciar, experimentar, sentir a dor ou o prazer da decisão tomada e o apoio dado. 

Em relação a essa votação, especificamente, cabe refletir sobre o posicionamento ideológico de cada partido.  Uma medida como a PEC 55, que atinge nas vísceras do trabalhador, do aposentado e do cidadão mais carente é um fiel da balança para se medir a postura ideológica dos partidos.

Um partido que vota 100% a favor de um medida tão drástica como essa não é uma partido de direita, mas sim de extrema direita.  Um partido de direita que sempre defendeu a livre iniciativa, o sistema de mercado, a propriedade privada, mas tinha um certo nível de consciência social, ambiental e tinha preocupação também com a soberania nacional é o PMDB. 

Pela votação vemos que somente o PT e o PCdoB foram 100% contra a medida.  Mas não foi só na votação, mas nos trabalhos de tentar sensibilizar os demais parlamentares a não cometer essa atrocidade.   Podemos considera o PT como de centro esquerda e o PC do B, com sendo um partido de esquerda.

O PSB, partido que outrora fora de esquerda, juntamente com o PMDB são hoje os partidos de centro direita, ou de direita. 

Os demais partidos, do PSDB, ao PV já se posicionam como de extrema direita.  Por enquanto é dificil saber quais partidos  possui mais parlamentares que tem a índole fascista, mas está claro, para mim, hoje, que o fascismo perambulam por esses partidos. 

Vejam como ficou a votação da PEC 55,  por partidos, no Senado Federal. 



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