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terça-feira, 2 de outubro de 2018

FRAUDE ELEITORAL: A luz amarela foi acesa

Por Paulo Franco


Não cabe mais discutir golpe e ditadura.  Ambos já são passíveis de reconhecimento de todos aqueles que acompanham o cenário político do país.

A fraude eleitoral, se ocorrer, seria apenas mais uma das medidas protetivas do processo ditatorial, assim como vem ocorrendo as inúmeras inconstitucionalidades com relação ao PT e ao Lula. 

O impedimento de Lula, o primeiro colocado nas pesquisas eleitorais, com possibilidade de vitória já no primeiro turno, foi o ato mais evidente e inquestionável, do processo golpista.

O importante, quando já estamos há poucos dias para as eleições, é constatar o que vem acontecendo nos últimos dias. 

É importante considerar o quanto os institutos de pesquisas vinculados direta ou indiretamente,  à grande mídia, tem usado as pesquisas eleitorais como arma para influenciar ou fraudar o processo eleitoral no Brasil.

No golpe de 1964, uma das grandes falácias que propagaram para a sociedade é que João Goulart (Jango) seria um presidente fraco, sem apoio popular e que seria, então, manipulado pelos comunistas da China e URSS, sem forças internas para dominar a situação.

Hoje sabemos, por uma divulgação recente, a quase 50 anos depois, que o IBOPE e a Globo, escondeu os resultados de uma pesquisa onde mostrou que o povo apoiava o governo jango e a suas propostas de reformas, conhecidas como "Reformas de Base".


Essas pesquisas podem ser consultadas no departamento de história da UNICAMP que recebeu todo o material em questão. 

Em 1982, tivemos o vergonhoso caso Proconsult, onde havia o plano de fraudar a apuração dos votos, e impedir a eleição de Leonel Brizola.  O plano consistia em manipular os resultados das pesquisas para escamotear a fraude física.

Por sorte o sistema foi denunciado e o PDT e Brizola, usou um sistema de pesquisas paralelo onde mostrava a realidade dos fatos, ou seja, sua virtual vitória, o que foi confirmado, após o aborto do crime eleitoral, sem punições, é claro.

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Em 1989 tivemos o episódio, não menos criminoso, onde a Globo fez toda um trabalho meticuloso para levantar Collor e derrubar Lula naquela eleição.  E conseguiu.

Em 2002, numa conversa divulgada posteriormente, Montenegro conversou com Roberto Marinho, confessando que nada poderiam fazer para tirar a vitória de Lula.  A luta estava perdida.

Mais recentemente temos o episódio do Mensalão, onde o PSDB - seu criador, foi ignorado pela Mìdia e pelo Judiciário, atacando especificamente o PT, com o objetivo fundamental e derrubar Lula do Poder.  Só não aconteceu isso, porque Lula tem um poder monumental na opinião pública dentro e fora do país e se governo vinha sendo um dos melhores do país nos últimos tempos e era reconhecido pelos governos e demais instituições internacionais.

A mídia e os institutos de pesquisas continuou seu trabalho de desconstrução do partido progressista mais forte até os dias de hoje.

O GATO SUBIU NO TELHADO

Quatro fatos ocorreram ontem e hoje, que aumentam nossa desconfiança que pode ter um plano fraudulento já forjado para impedir a vitória do PT.

O PRIMEIRO foi as duas últimas pesquisas divulgados, a da DMA, contratada pela CNT e a do IBOPE, contratada pela Globo.  O resultado de uma e de outra é muito sugestivo que algo estranho está acontecendo.  Uma pesquisa é o espelho da outra.  Uma é exatamente o inverso da outra,  em relação aos 2 principais candidatos Bolsonaro e Haddad. 

Vejamos o gráfico abaixo, onde foram plotados os resultados para o primeiro turno da pesquisa estimulada, considerando para análise, somente esses dois candidatos e os 2 últimos levantamentos.


Na pesquisa realizada pela DMA, Bolsonaro se manteve constante e Haddad cresceu.  Na pesquisa realizada pelo IBOPE, foi divulgado exatamente o inverso, ou seja, Bolsonaro cresceu e Haddad se manteve constante. 

É natural que haja divergências entre as pesquisas, por "n" razões.  Normalmente contidas nas margens de erro de cada uma delas.  Mas à medida que as divergências vão crescendo, a confiabilidade nos resultados, seja por motivos de erros no planejamento ou na apuração dos dados e tabulação dos dados brutos, vai diminuindo.

Neste caso específico, não trata-se, somente de erros operacionais, mas de divergência gritante, já que mostra tendências divergentes num prazo praticamente idênticos. 

Essa discrepância é sim um forte indicativo de que possa estar havendo alguma ocorrência intencional, algum procedimento planejado.  Para saber, teria que analisar todo o processo da pesquisa, desde o planejamento até a apresentação ao cliente (CNT e Globo). 

O SEGUNDO fato foi a autorização da divulgação extemporânea de "trechos" da delação premiada de Palocci, pelo polêmico juiz Sérgio Moro.   Esse fato, ocorrente a poucos dias da eleição, denota com toda a clareza que o objetivo é puramente eleitoral e contra o candidato Haddad, do PT. 

Essa delação tem sido muito badalada, sempre envolvendo a participação da grande mídia, gerando especulações na opinião pública.  Inicialmente diz-se que a delação havia sido rejeitada pelo Juiz Moro por não oferecer material suficiente para a credibilidade das narrativas.

Portanto, esse evento é sim um sinal de que possa haver algum movimento orquestrado para impedir uma vitória do candidato petista. 

O TERCEIRO fato que chama a atenção é o combate entre ministros STF, se atropelando, cometendo absurdos, sem nenhum pudor, para censurar, mais uma vez o ex-presidente Lula.  

A percepção que se passa é que o STF está fortemente amordaçado, sem poder expressar o que determina a nossa lei maior, a CF, diante de tantas aberrações que temos vivido, nos útimos tempos. 

O QUARTO fato que me chama a atenção, não é exatamente algo no sentido de fraudar o processo democrático, mas como um indicador poderoso, do que ocorre no primeiro escalão do poder da nação (que está acima dos 3 poderes)

Após os eventos ocorridos ontem,  o mercado de ações abriu em forte alta, com as ações da Petrobras batendo 9% de alta em Wall Street, apesar dos preços do petróleo, seu maior referencial, ficar estagnado, com variação irrelevante.

   
É bom entender que os preços dos principais papéis das empresas brasileiras não são determinados na Bovespa, mas sim na NYSE, nos EUA.    O Brasil caminha a reboque. 

CONCLUSÃO

Diante deste cenário tão conturbado, com tantas intervenções indevidas no processo, de uma impunidade daqueles que cometem fraudes, diante das manifestações da PF, do MPF, do Judiciário, dos militares, dos políticos conservadores, da conduta da grande mídia, da influência norte-americana nos países latino-americanos, seria prudente por parte dos partidos progressistas, principalmente, o PT, a elaboração de um plano de contingência, de controle do processo, de vigilância concreta.

Seria, também, muito interessante que houvesse a participação de observadores internacionais isentos do processo geo-político na região e também a auditoria de empresas especializada em auditoria de sistemas, para dar mais confiabilidade ao processo eleitoral. 

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

O Golpe no Brasil não começou em 2016 e nem acabará em 2018

"Neste novo século, golpe de estado não é mais um ato, mas sim um processo."

Este vídeo foi distribuído pouco tempo antes das eleições de 2010, quando Dilma Rousseff venceu o candidato José Serra do PSDB. 

Note que o golpe é um processo que começou lá atrás e continua até hoje.  Note também, que muitas coisas anunciadas neste vídeo, aconteceu, pois o plano já estava traçado. 

O próximo capítulo do processo golpista atual é o impedimento da candidatura de Lula, que envolve diversas ações da Mídia, do Congresso, do Ministério Público e do Judiciário. 

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Quilombolas: a luta pelo direito de existir - em 6 slides

Por Renata Guerra

O Supremo Tribunal Federal, a mais alta corte jurídica do país, vai decidir se existe futuro para os mais de 16 milhões de quilombolas brasileiros, ameaçados de perder suas terras, suas memórias e sua identidade

O futuro de mais de 16 milhões de quilombolas, população superior à de 24 estados no Brasil mais o Distrito Federal, pode ser decidido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe ao STF julgar a validade da primeira regulamentação nacional específica para comunidades quilombolas depois da Constituição Federal de 1988. O julgamento, marcado para o dia 16 de agosto, foi retirado da agenda porque o ministro que iniciaria a sessão está de licença médica. O julgamento pode derrubar o decreto presidencial 4.887, de 2003, primeiro a regulamentar regras para a identificação, o reconhecimento e todo o processo de titulação das terras ocupadas por essas comunidades.

Foto: Sergio Amaral/MDS

Entidades de defesa dos direitos quilombolas apontam o julgamento como fruto de mais um avanço da frente ruralista. “Os poderes executivos e legislativos estão usando o judiciário para atacar a política pública de titulação dos quilombolas”, afirma Fernando Prioste, assessor jurídico da Terra de Direitos. O julgamento acontece em meio a uma série de outros questionamentos, que ocorrem também no legislativo e executivo, e que podem resultar em retrocessos nos direitos das populações tradicionais, indígenas e rurais.

A discussão sobre a validade do decreto começou um ano depois de sua criação. Em 2004, o

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Reforma Trabalhista: Debate entre Dilma (PT) e Aécio (PSDB)

Por Cynara Menezes

Vejam a prova de que o PSDB mentia para o povo brasileiro. Dilma pergunta a Aécio sobre a flexibilização da CLT, projeto da era FHC engavetado por lula.  Ele enrola, enrola, enrola... e diz que vai manter os direitos dos trabalhadores.

É exatamente o projeto que o PSDB está apoiando agora no congresso, junto com o PMDB e o DEM, a mesma turma que governou com os tucanos até 2002.

Então, era "terrorismo" ou era verdade quando dizíamos que, no poder, o PSDB iria acabar com os direitos dos trabalhadores para agradar os patrões e fazê-los LUCRAR mais?


E.T.  O PSDB foi o único partido que votou 100% na "reforma" trabalhista.


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FONTE: Socialista Morena (facebook)

domingo, 19 de março de 2017

FRIBOI: Quem se beneficiou das suas "doações" ?

Por Paulo Franco
 
Na operação da Polícia Federal denominada "carne fraca", grandes frigoríficos estão no centro das investigações, como as duas das maiores empresas nacionais do ramo de carnes, a JBS e a BRF.  A primeira, dona das marcas Friboi,  Seara e Swift.  A segunda, dona das marcas Sadia e Perdigão. 

A JBS é a maior processadora de carnes do mundo.   Tem 230 mil funcionários, está presente em 150 países e conta com 350 unidades.  Além disso é dona de marcas famosas, algumas mundialmente como: Doriana, Friboi, Seara, Swift, big frango, entre outras. 

A BRF (Brasil Foods) também é gigante e é resultante da fusão de duas grandes empresas do ramo, a

domingo, 5 de março de 2017

Brazil’s Leaders Tout Austerity (Just Not for Them)

by Simon Romero


Firefighters shouting slogans during a public servants’ demonstration against austerity measures in Rio de Janeiro in December. CreditYasuyoshi Chiba/Agence France-Presse — Getty Images
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SINOPSE (Abstract in portuguese)

LIDERES GOVERNISTAS DEFENDEM AUSTERIDADE (MAS NÃO PARA ELES)
A economia brasileira está doente, perdendo milhares de empregos por dia.  Os estados com dificuldades para pagar professores e policiais.  Mas nem todos estão sofrendo, a magistratura recebeu cerca de 41% de aumento e os políticos em SP, aumentaram os próprios salários em 26%.  O governo e o Congresso estão cortando investimentos sociais e estão preparando um corte nas aposentadorias, enquanto eles mesmos se aposentam em prazo curtíssimo.  Os ricos e poderosos protegem suas riquezas e privilégios num momento em que grande parte do país passa por perdas assustadoras. 
A ira do povo está principalmente, no escandaloso congelamento dos investimentos sociais por 20 anos. Mas essa medida agradou bastantes os investidores financeiros.  Philip Alston, da ONU, disse que essa medido colocou o Brasil na categoria "socialmente retrógrada".  Economistas alertam também que o sistema tributário brasileiro é generoso com os ricos, se comparado com os demais países. O sistema é projetado para perpetuar a desigualdade". 
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SÃO PAULO, Brazil — Brazil’s sickly economy is hemorrhaging thousands of jobs a day, states are scrambling to pay police officers and teachers, and money for subsidized meals is in such short supply that one legislator suggested that the poor could “eat every other day.”
Still, not everyone is suffering. Civil servants in the judicial branch are enjoying a 41 percent raise. Legislators here in São Paulo, Brazil’s largest city, voted to increase their own salaries by more than

A CAÇADA: Moro demonstra, novamente, esperança em prender Lula

Por Paulo Franco

Moro voltou a insinuar que irá punir Lula, "O príncipe". Foi o que escreveu o colunista Lauro Jardim de "O Globo". Não é a primeira vez que o Juiz Moro, sem nenhum pudor, deixa clara sua intenção em prender Lula e que ele é sua grande meta. Também não tem nenhum pudor em se referir a Lula, sua grande "presa", com desdém, com menosprezo, com superioridade e com desrespeito.



A CAÇA insana de Lula por Moro, torna-se a cada dia, mais necessária para os objetivos estratégicos do PSDB, braço político da classe dominante (elite burguesa) do país.

A liderança de Lula na preferência da maioria do eleitor brasileiro para retornar à presidência da

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Transposição do São Francisco: 96% Concluída

Por Paulo Franco

"Faltam apenas 4% das obras para o maior projeto hídrico da história do país ser concluído", afirmou Hélder Barbalho, Ministro da Integração Nacional.

O governo ilegítimo do PSDB/PMDB, com a ajuda prestimosa da Globo, tenta enganar a sociedade nordestina e brasileira assumindo a paternidade da entrega da obra mais complexa e importante do Brasil.

Faltando apenas 4% para a conclusão final, a Globo, porta voz dos tucanos e do governo atual, superestimou o enviou de algumas bombas pelo governo tucano de SP (que sempre boicotou o governo petista), para acelerar a entrega, e assim poderem inaugurar em diversas cidades, com discursos demagogos e hipócritas.

A obra é do governo Lulo-petista e todos os brasileiros, principalmente os nordestinos, sabem disso.




quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Aécio pede para ser punido, mas a justiça ignora

Por Paulo Franco

"Ampla zona ainda permanece em aberto, quando se tomam em conta as referências, em delações premiadas,  figuras chaves do PSDB, como Aécio Neves e José Serra." (Editorial Folha de SP)



Aécio Neves, tem dito em alto e bom som que "ninguém pode cometer crimes impunemente".  Em nenhum momento ele se excluiu dessa sua assertiva, corretíssima, ao meu ver. 

Acontece que, paradoxalmente, ele é um dos políticos mais citados e denunciados de corrupção, recebimento de propinas, tanto na operação Lava jato com em outros escândalos.. 

Até me lembrei do caso do Demóstenes Torres, senador pelo DEM, que assumiu a liderança no

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Derrota da sociedade, na aprovação da PEC 55, exige reflexões e mudanças

por Paulo Franco


Está passando da hora de "cair a ficha"  dos partidos, dos políticos, dos militantes que se opõem ao golpe e ao governo ilegitimo. 
A votação no Senado hoje, não é diferente das votações que já aconteceram anteriormente, desde a fatídica votação do impeachment na Câmara dos Deputados. 

O PARLAMENTO CONTRA A SOCIEDADE

É um mito que o Parlamento responde às vozes da sociedade, das ruas.  A maioria dos parlamentares só tem algum contato (indireto, obviamente) com o cidadão por ocasião das eleições.  No resto do tempo, o cidadão, o eleitor não existe. 

A pesquisa da Data Folha divulgada ontem (13/12/2016) mostrou que 60% da população é contra a PEC e 20% não sabe.  O que significa que a rejeição pode ser de até 80%. 

O próprio Senado Federal, através de seu site, fez uma enquete e o resultado foi de 90% contra a

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

A fome no Brasil, passado e presente

Por Paulo Franco

O Brasil reduziu em 82,1% o número pessoas subalimentadas no período de 2002 a 2014. A queda é a maior registrada entre as seis nações mais populosas do mundo, e também é superior a média da América Latina, que foi de 43,1%. 

Os dados são do relatório O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2015, divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO)

Ainda segundo o relatório da FAO, entre os principais motivos que levaram o Brasil a conquistar as metas estabelecidas pela ONU estão: prioridade política de erradicação da fome e da desnutrição; compromisso com a proteção social consolidado por meio de programas de transferência de renda; crescimento econômico; e fomento à produção agrícola via compras governamentais. 

Com esse resultado, o Brasil cumpriu em 2014, a meta estabelecida para 2030,  e também saiu do mapa da fome estabelecido pela mesma instituição FAO-ONU. 

Mas nem sempre foi assim, o Brasil antes do governo Lula a miséria e a fome era de tal nível que era considerada normal.  Para melhor entender o drama da Fome no Brasil, veja o documentário do jornalista Marcelo Canellas, da TV Globo, que recebeu diversos prêmios no Brasil e no mundo. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Eduardo Cunha, a força de um líder

Por Paulo Franco



Há poucos dias eu escrevi um texto sobre liderança usando Lula como objeto da análise.   Agora vou usar uma outra figura mas que também mostra um grande poder de liderança, Eduardo Cunha. 

A liderança não é para qualquer um, pessoas nascem com esse perfil.  O sucesso do líder depende, fundamentalmente desse talento nato.  E evidente que esse talento pode ser aprimorado, elevando o potencial do sucesso em termos de liderança.



O carisma é com certeza a componente vital desse talento natural, desse "dom", dessa habilidade. O carisma, como todos sabem, é aquele magnetismo que uma determinada pessoa tem.  Não sei se há conhecimento do quê determina a existência ou nem da força carismática.  A verdade é que a pessoa carismática exerce uma atração, uma admiração, um fascínio sobre as demais pessoas.  

O carisma também varia de intensidade de pessoa para pessoa e depende também da conduta dessa pessoa, pois quanto mais ela corresponder a imagem esperada dos admiradores, maior a credibilidade e maior é o potencial para se tornar uma líder, ou mais forte a liderança.



Não sei dizer qual seria o nível da força carismática de Eduardo Cunha, mas é claro para todos nós e força carismática de Lula.  Lula exerce admiração, fascínio e passa credibilidade ao seus admiradores. 

Sucesso é uma palavra muito complicada, pois há muita polêmica sobre o seu significado. Poderia ser o número de pessoas lideradas, poderia ser pela importância das conquistas alcançadas pelo grupo, poderia ser também, pelo nível de dificuldades e obstáculos contornados, vencidos pelo grupo sob tal liderança. 




Outro aspecto fundamental, já discutido anteriormente é a definição, o conceito de liderança.  Mas o importante mesmo é que, o líder na verdade, é aquele que se transforma num ponto focal do grupo, que facilite a jornada, e que vai no caminho determinado pelo grupo e não por ele.  O grande líder é aquele que conduz o grupo para os seus objetivos, sua meta (do grupo) e não para seus próprios objetivos, sonhos, missão.

Fazendo uma analogia para compreender a importância do líder e porque ele é imprescindível para que o grupo alcance seus objetivos.  Na química existe uma substância que produz uma catálise, ou seja, ela acelera a velocidade de uma reação, tornando-a viável.  As substâncias a serem reagidas tem a energia para que a reação acontecesse, mas não acontece.  Aí entra o papel da substância catalizadora, exercendo aquele empurrãozinho determinante para que o processo se desencadeie.

Então a catálise funciona como um incentivo, um estimulo, um acelerador.  Esse papel é fundamental no líder.  Por isso é que, a primeira estratégia do adversário é eliminar o líder do outro grupo.  Uma vez eliminado, o surgimento de outro para substituí-lo pode ser demorado e até menos eficiente, permitindo um avança ou até a vitória do adversário.









Um equívoco muito comum é pensar que líder é quem conduz as pessoas ao paraíso e aqueles que conduzem o grupo para situações ou objetivos não adequados, não aceitos, não são líderes, ou não poderiam ser considerados grandes líderes.   Da mesma forma que Jesus Cristo (conforme a religião Cristã), Mahatma Gandhi, Lênin, Ho Chi Minh, Lula e Mandela foram grandes líderes, Hitler, Mao Tse Tung, Ben Gurion, Mussolini também foram grandes e poderosos líderes. 

É óbvio que Eduardo Cunha não tem, nem de longe, o tamanho e a importancia dos líderes citados acima 



A índole e a ética da missão não interferem na capacidade e na importância do líder.   Isso é uma avaliação noutra dimensão, a da moral. Da mesma forma que a etnia, a ideologia, a religião também, não determinam o sucesso e a importância do líder.

Um líder sempre é odiado e amado ao mesmo tempo.  Ele é amado pelo grupo que representa, mas é odiado pelo grupo adversário.  Nâo importa qual é a missão do grupo, qual é a luta.  Normalmente, um grupo está em busca de algo, de uma realização, de uma conquista e, dependendo de cada caso, outros grupos podem experimentar perdas.

Vejamos alguns exemplos:
(i) Luther King foi um grande líder americano que liderava os negros pelo fim do racismo e pela igualdade.  Ao mesmo tempo que era idolatrado pelos seus seguidores, pelos seus liderados, pelo grupo que ele representava, era também odiado pelo grupo opositor, ou seja, os brancos, mais especificamente os brancos racistas. 
(ii)  Mahatma Gandhi também era amado e idolatrado pelos indianos que lutavam para conseguir a independência da Índia, mas era odiado, pelo governo inglês e por todos aqueles que eram contra a Independência.  
(iii) Adolf Hitler era amado por grande parte da sociedade alemã, que defendiam uma nação mais forte, com um regime mais austero, mais disciplinado, com uma raça mais pura, a ariana, além de recuperar a dignidade perdida na primeira guerra mundial. Enquanto que era odiado pelos grupos que estavam no caminho dessas realizações, como a esquerda, os democratas e os que mais sofreram com o fortalecimento do grupo comandado por Hitler que foram os judeus, os ciganos, os comunistas, etc.  
(iv) Lula, que é um exemplo mais próximo a nós, portanto, possível de ver na prática, a manifestação do ódio e do amor se manifestar de forma tão contundente quanto violenta. Lula é estimado, idolatrado por aqueles que ele representa que são as classes mais baixas, aqueles que defendem a democracia, aqueles que defendem uma sociedade mais justa, etc. Ao mesmo tempo é odiado por aqueles que vê em Lula, uma liderança ameaçadora ao "status quo", capaz de liderar o grupo na realização de seus anseios que é fundamentalmente a diminuição das desigualdade, acesso a serviços básicos, etc etc.   
Nesse embate há, inexoravelmente, perdas e ganhos de uma lado ou de outro, dependendo de qual grupo saíirá vencedor e qual sairá perdedor.  Engana-se quem pensa que não há um confronto, entres as classes sociais. As medidas adotas pelos últimos governos FHC, Lula-Dilma e Temer mostram com muita clareza as divergência nas políticas adotadas, que refletem os interesses  de cada grupo ou classe social. 

Aliás, a ideia de escrever esse texto foi despertada em função do cenário atual que estamos vivendo, com a política girando em torno dessa personagem.  Diante do que ele foi capaz de realizar no campo das fraudes, dos crimes, da manipulação, considerá-lo um grande, forte e importante líder pode parecer, numa visão mais superficial,  um total contra-senso.

Eduardo Cunha, na política foi capaz de responder aos anseios da classe política, facilitando a realização dos desejos desses políticos, seja no enriquecimento ilícito, seja no aumento de poder, seja na conquista de um alto cargo eletivo, seja contornando obstáculos de natureza política ou judicial, e muitos outros.

No campo da religião, da mesma forma, utilizando sua inteligência, sua capacidade de oratória, sua perspicácia respondeu aos anseios dos crentes, seus seguidores, facilitando, conduzindo a aproximar de Jesus e garantir a vida eterna.  Há em todos os casos uma identificação entre líder e liderança.  

Muitas vezes um líder pode ter uma leitura aguçada, precisa dos anseios e necessidades do grupo, mas não se identificar com eles, mas só se aproveitando daquela oportunidade de poder e dinheiro. 

































































quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Desvendando Moro

Por Rogério Cezar de Cerqueira Leite

A história tem muitos exemplos de justiceiros messiânicos como o juiz Sergio Moro e seus sequazes da Promotoria Pública.  Um deles é Girolamo Savanarola, jovem que agiganta-se contra a corrupção da aristocracia e da igreja. 
A corrupção é quase que apenas um pretexto. Moro não percebe, em seu esquema fanático, que a sua justiça não é muito mais que intolerância moralista.
E que por isso mesmo não tem como sobreviver, pois seus apoiadores do DEM e do PSDB não o tolerarão após a neutralização da ameaça que representa o PT. Como aconteceu com Savanarola, morto na fogueira pelo papa Alexandre 6o. após eliminar o incômodo florentino.




O húngaro George Pólya, um matemático sensato, o que é uma raridade, nos sugere ataques alternativos quando um problema parece ser insolúvel.

Um deles consiste em buscar exemplos semelhantes paralelos de problemas já resolvidos e usar suas soluções como primeira aproximação. Pois bem, a história tem muitos exemplos de justiceiros messiânicos como o juiz Sergio Moro e seus sequazes da Promotoria Pública.

Dentre os exemplos se destaca o dominicano Girolamo Savonarola, representante tardio do puritanismo medieval. É notável o fato de que Savonarola e Leonardo da Vinci tenham nascido no mesmo ano. Morria a Idade Média estrebuchando e nascia fulgurante o Renascimento.

Educado por seu avô, empedernido moralista, o jovem Savonarola agiganta-se contra a corrupção da aristocracia e da igreja. Para ele ter existido era absolutamente necessário o campo fértil da corrupção que permeou o início do Renascimento.

Imaginem só como Moro seria terrivelmente infeliz se não existisse corrupção para ser combatida. Todavia existe uma diferença essencial, apesar das muitas conformidades, entre o fanático dominicano e o juiz do Paraná -não há indícios de parcialidade nos registros históricos da exuberante vida de Savonarola, como aliás aponta o jovem Maquiavel, o mais fecundo pensador do Renascimento italiano.

É preciso, portanto, adicionar um outro componente à constituição da personalidade de Moro -o sentimento aristocrático, isto é, a sensação, inconsciente por vezes, de que se é superior ao resto da humanidade e de que lhe é destinado um lugar de dominância sobre os demais, o que poderíamos chamar de "síndrome do escolhido".

Essa convicção tem como consequência inexorável o postulado de que o plebeu que chega a status sociais elevados é um usurpador. Lula é um usurpador e, portanto, precisa ser caçado. O PT no poder está usurpando o legítimo poder da aristocracia, ou melhor, do PSDB.

A corrupção é quase que apenas um pretexto. Moro não percebe, em seu esquema fanático, que a sua justiça não é muito mais que intolerância moralista. E que por isso mesmo não tem como sobreviver, pois seus apoiadores do DEM e do PSDB não o tolerarão após a neutralização da ameaça que representa o PT.

Savonarola, após ter abalado o poder dos Médici em Florença, é atraído ardilosamente a Roma pelo papa Alexandre 6º, o Borgia, corrupto e libertino, que se beneficiara com o enfraquecimento da ameaçadora Florença.

Em Roma, Savonarola foi queimado. Cuidado Moro, o destino dos moralistas fanáticos é a fogueira. Só vai vosmecê sobreviver enquanto Lula e o PT estiverem vivos e atuantes.

Ou seja, enquanto você e seus promotores forem úteis para a elite política brasileira, seja ela legitimamente aristocrática ou não.
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ROGÉRIO CEZAR DE CERQUEIRA LEITE *, físico, é professor emérito da Unicamp e membro do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia e do Conselho Editorial da Folha*

FONTE: Folha de SP

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Modelo neoliberal do PMDB/PSDB mostra seu efeito devastador

Por Paulo Franco


Arrecadação tributária em ladeira abaixo.  A queda de 10%  em agosto foi a pior em 7 anos


A missão é reduzir a inflação para baixo de 4%.  Como se apenas um índice econômico fosse o único para ser gerenciado.  Pior ainda, é que esse índice embora alto, vinha numa estabilidade, sem precedentes na história recente do país, ao redor de 6%.   Vale a pena levar a economia do país ao fundo do posso, com consequências sociais devastadoras? 



A estratégia adotada é o modelo neoliberal, que sempre foi a adotada pelo PSDB e demais partidos de direita e agora com total cooptação do PMDB.  Com certeza essa estratégia é adotada porque a conta é paga pelas classes baixas, preservando a renda e o patrimônio das classes altas. 

A receita no modelo econômico neo liberal é (i) diminuir gastos e investimentos públicos, principalmente os investimentos sociais (educação e saúde), sem diminuir os gastos com a classe empresarial, como juros subsidiados para empréstimos e altos juros para aplicação nos títulos públicos, (ii) aumentar juros ou mantê-los altos para diminuir o nível de atividade econômica sem limites até que os preços respondam e a inflação atinja a meta estabelecida. 














As consequências são: (i) Queda na produção das empresas (bancos são imunes). (ii)  Aumento no rombo fiscal, com a queda na arrecadação tributária; (iii) Aumento da divida pública, como consequência da queda da arrecadação; (iv) Aumento do desemprego; (iii) Queda na renda do trabalhador. 

O plano já está a todo vapor e as consequências já aparecem de forma nítida, tanto na queda da produção, como na queda da arrecadação, no aumento explosivo do rombo fiscal, no aumento do desemprego, e também, na queda da renda do trabalhador. 


E quem vai pagar o PATO (da FIESP), ou melhor,  a conta será o trabalhador, o pobre, que por ironia e vitima da manipulação da midia e de seus superiores no trabalho, apoiaram a queda de Dilma e , consequentemente, a entrada desse modelo perverso para ele mesmo.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Novo Abalo Político no Brasil: é Hora da Mídia Começar a Dizer “Golpe”?

Por Glenn Greenwald, Andrew Fishman, David Miranda
(To read the English version of this article, click here.)


"Mas, ao contrário dos acontecimentos das últimas semanas, essas transcrições (audios) não são meras evidências. Elas são provas: provas de que as principais forças por trás da remoção da Presidente entenderam que removê-la era o único meio de se salvarem e de evitarem que sejam responsabilizados por sua própria corrupção; provas de que os militares brasileiros, as principais organizações de mídia, e sua Suprema Corte foram conspiradores ativos na remoção da presidente democraticamente eleita; provas de que os agentes do impeachment viam a presença de Dilma em Brasília como garantia de que as investigações da Lava Jato continuariam; provas de que nada daquilo tinha a ver com a preservação da democracia brasileira, mas com sua destruição."


O PAÍS ACORDOU HOJE com a notícia das secretas e chocantes conversas envolvendo um importante ministro do recém-instalado governo brasileiro, que acendem uma luz a respeito dos reais motivos e agentes do impeachment da presidente democraticamente eleita, Dilma Rousseff. As transcrições foram publicadas pelo maior jornal do país, a Folha de São Paulo, e revelam conversas privadas que aconteceram em março, apenas semanas antes da votação do impeachment na Câmara. Elas mostram explícita conspiração entre o novo Ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o antigo executivo de petróleo Sergio Machado – ambos investigados pela Lava Jato – a medida em que concordam que remover Dilma é o único meio para acabar com a investigação sobre a corrupção. As conversas também tratam do importante papel desempenhado pelas mais poderosas instituições nacionais no impeachment de Dilma, incluindo líderes militares do país.

As transcrições estão cheias de declarações fortemente incriminatórias sobre os reais objetivos do impeachment e quem está por trás dele. O ponto chave da conspiração é o que Jucá chama de “um pacto nacional” – envolvendo as instituições mais poderosas do Brasil – para empossar Michel Temer como presidente (apesar de seus múltiplos escândalos de corrupção) e terminar com as investigações uma vez que Dilma fosse removida. Segundo a Folha, Jucá diz que o Impeachment levaria ao “fim da pressão da imprensa e de outros setores pela continuidade das investigações da Lava Jato.”

Não está claro quem é o responsável pela gravação e pelo vazamento da conversa de 75 minutos, mas a Folha reportou que elas estão atualmente nas mãos do Procurador Geral da República. Jucá é líder do PMDB, partido do presidente interino Michel Temer, e um de seus três homens de confiança. Novas revelações serão provavelmente divulgadas nos próximos dias, tornando mais claras as implicações e significados destas transcrições.

As transcrições contêm duas revelações extraordinárias que podem levar toda a imprensa a considerar seriamente chamar o que aconteceu no pais de “golpe”: um termo que Dilma e seus apoiadores vêm usando por meses. Quando discutia a conspiração para remover Dilma como um meio de finalizar a Lava Jato, Jucá disse que as forças armadas do Brasil apoiam a conspiração: “Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir.” Ele disse ainda que os militares “estão monitorando o MST,” o movimento rural de trabalhadores que apoia os esforços do PT pela reforma agrária e redução da desigualdade, e que liderou protestos contra o impeachment. 

A segunda revelação – e talvez mais significante – é a declaração de Jucá onde afirma ter assegurado o envolvimento de juízes na Suprema Corte do Brasil, a instituição apontada pelos defensores do impeachment como salvaguarda da credibilidade do processo e utilizada para negar a teoria do golpe. Jucá afirmou que “tem poucos caras [no STF]” a quem ele não tem acesso. O único ministro da Suprema Corte que ele alega não ter contato é Teori Zavascki, que foi apontado por Dilma e de quem – notavelmente – seria impossível obter apoio para barrar a investigação (a ironia do impeachment é que Dilma protegeu a investigação da Lava Jato da interferência daqueles que querem impedi-la). As transcrições também mostram ele dizendo que “a imprensa quer tirar ela,” e que “essa porra não vai parar nunca” – falando sobre as investigações – até que ela saia.

As transcrições fornecem provas para quase todas as suspeitas e acusações expressas há tempos pelos oponentes do impeachment a respeito daqueles que conspiram para remover Dilma do poder. Durante meses, os apoiadores da democracia brasileira defenderam dois argumentos sobre a tentativa de remoção da presidente democraticamente eleita: (1) o propósito principal do impeachment de Dilma não era acabar com a corrupção ou punir os corruptos, mas justamente o oposto: proteger os verdadeiros corruptos dando-lhes poder com a saída de Dilma e, logo, permitindo que terminassem com as investigações da Lava Jato; (2) os defensores do impeachment (liderados pela oligarquia midiática nacional) não têm qualquer interesse em limpar o governo, mas tomar o poder que jamais conquistariam democraticamente, para então impor uma agenda de direita e a serviço das oligarquias, que a população brasileira não aceitaria.


As duas primeiras semanas do recém-instalado governo de Temer mostram grandes evidências para ambos os argumentos. Ele nomeou vários ministros diretamente envolvidos em escândalos de corrupção. Um importante aliado que vai liderar acoalizão de seu governo na Câmara dos Deputados – André Moura – é um dos políticos mais corruptos do país, alvo de múltiplas investigações criminais, não só por corrupção mas também por tentativa de homicídio. O próprio Temer está profundamente implicado em casos de corrupção (ele enfrenta a possibilidade de se tornar inelegível pelos próximos oitos anos), e está correndo para implementar uma série de mudanças de direita e orientadas para as oligarquias do país, que o Brasil jamais permitiria democraticamente, inclusive medidas, como detalhado pelo Guardian, para “suavizar a definição de escravidão, reverter a demarcação de terras indígenas, cortar programas de construção de casas populares e vender ativos estatais em aeroportos, serviços públicos e os correios”.

Mas, ao contrário dos acontecimentos das últimas semanas, essas transcrições não são meras evidências. Elas são provas: provas de que as principais forças por trás da remoção da Presidente entenderam que removê-la era o único meio de se salvarem e de evitarem que sejam responsabilizados por sua própria corrupção; provas de que os militares brasileiros, as principais organizações de mídia, e sua Suprema Corte foram conspiradores ativos na remoção da presidente democraticamente eleita; provas de que os agentes do impeachment viam a presença de Dilma em Brasília como garantia de que as investigações da Lava Jato continuariam; provas de que nada daquilo tinha a ver com a preservação da democracia brasileira, mas com sua destruição.

Por sua parte, Jucá admite que essas transcrições são autênticas mas insiste que foi tudo um mal-entendido e que seus comentários foram retirados do contexto, chamando isso “algo banal.” “Aquela conversa não é um pacto sobre a Lava Jato. É um pacto sobre a economia […] É um pacto para se tirar o Brasil da crise,” disse ele em uma entrevista, nesta manhã, ao blogger de política do UOL Fernando Rodrigues. A explicação não é minimamente razoável à luz do que ele disse na gravação, bem como da explícita natureza conspirativa da conversa, na qual Jucá insiste numa série de encontros particulares, em detrimento de encontros em grupo, para evitar suspeitas. Líderes políticos já estão pedindo seu afastamento do governo.

Desde a instalação de Temer como presidente, o Brasil tem visto intensos e crescentes protestos contra ele. A mídia brasileira – que vem tentando desesperadamente glorifica-lo – tem evitado a publicação de pesquisas por algumas semanas, mas os últimos dados mostram que Temer tem apenas 2% de apoio e que 60% da população querem seu impeachment. A única pesquisa recentemente publicada mostrou que 66% dos brasileiros acreditam que os legisladores votaram pelo impeachment em benefício próprio – uma crença reforçada pelas transcrições – enquanto apenas 23% acreditam que foi em prol do país. Ontem, em São Paulo, a polícia colocou barricadas na rua onde fica a residência de Temer por conta de milhares de manifestantes que se dirigiam ao local; a polícia usou mangueiras e gás lacrimogêneo para dispersar os protestos. O anúncio do fechamento do Ministério da Cultura levou artistas e simpatizantes a ocupar secretarias de cultura em todo o país em protesto, o que forçou Temer a reverter a decisão.

Photo: Andre Penner/AP

Photo: Andre Penner/AP
Até agora, o The Intercept, como a maioria da mídia internacional, se absteve de usar a palavra “golpe” apesar de ter sido (como muitas outros meios de comunicação) profundamente crítico da remoção antidemocrática de Dilma. Estas transcrições compelem a um reexame desta decisão editorial, particularmente se não surgem evidências para pôr em questão o significado mais razoável das declarações de Jucá ou seu nível de conhecimento. Um golpe parece, soa e cheia exatamente como esta recém revelada conspiração: assegurando a cooperação dos militares e das instituições mais poderosas para remover uma presidente democraticamente eleita por motivos egoístas, corruptos e ilegais, para então impor uma agenda a serviço das oligarquias e rejeitada pela população.

Se o impeachment de Dilma continua inevitável, como muitos acreditam, essas transcrições tornarão muito difícil a permanência de Temer. Pesquisas recentes mostram que 62% dos brasileiros querem novas eleições para eleger seu presidente. Esta opção – a opção democrática – é a solução mais temida pelas elites do Brasil, porque elas estão apavoradas (com bons motivos) com a possibilidade de que Lula ou outro candidato que as desagrade (Marina Silva) possam ganhar. Mas essa é a questão: se, de fato, é a democracia que está sendo combatida e aniquilada no Brasil, é hora de começar a usar a linguagem apropriada para descrever isso. Estas transcrições tornam cada vez mais difícil para as organizações de mídia evitarem fazê-lo.
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Fonte: THE INTERCEPT

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Quem Perde com mais esse Golpe da Elite Burguesa?

Por Paulo Franco


Golpe contra a Democracia


O Golpe de estado está sendo executado pela elite burguesa nacional através do Congresso, do judiciário e da mídia.  Diferentemente de 1964, quando o golpe foi viabilizado pelas forças armadas, o Judiciário e os políticos foram apenas cúmplices.  A imprensa em todos os casos teve papel fundamental ao manipular a sociedade e criar um ideário falso de necessidade e apoio ao golpe. 

O golpe atual não é diferente dos demais, a Presidenta da República, legitimamente eleita, com 54,5 milhões de votos, uma margem de 3,5 milhões que não é tão apertada como muitos alegaram.  É bom que se diga, que basta um voto, apenas um, para que o candidato vitorioso seja legal e legítimo. 

Apenas para ilustrar, na eleição mais apertada dos EUA que tem cerca de 50% mais eleitores, Bush venceu Al Gore por apenas 547 votos.  Na contagem geral de votos, Al Gore teve 540 mil votos a mais que Bush.  Portanto se a eleição fosse direta, Al Gore seria o Presidente no lugar de Bush.

Isso sim foi uma eleição apertada, mas nem por isso houve a rejeição dos resultados, tanto por parte dos políticos perdedores como da imprensa e da parcela conservadora da sociedade.  Após o TSE declarar a vitória de Dilma Rousseff, a oposição não descansou um minuto, tentando de todas as formas inverter os resultados das urnas.  Primeiramente com um Auditoria no TSE, depois com um ação de cassação de Dilma, depois através de impeachment, depois novamente via TSE, e por último através do impeachment, que já estava descartado pelos opositores, que tornou-se viável com a traição do vice-presidente Michel Temer, levando com ele o PMDB que é o maior partido do país. 

Com a saída do PMDB da base de apoio do governo, a situação que já não era favorável, tornou-se muito difícil a governabilidade sem maioria e com um oposição disposta a retirar o PT do poder a qualquer custo. 

A negociação feita entre Temer, o PSDB e o DEM, foi a Presidência para Temer e a vice Presidência para Eduardo Cunha.  Especula-se que há um acordo de anistia para os crimes de Temer e Cunha na Lava Jato.  Para o PSDB/DEM, a aplicação de seu receituário político e econômico e social, ou seja, o modelo neo-liberal. 

Perdas para o Povo


Salário Mínimo: Fim do reajuste acima da inflação para o Salário Mínimo, que representou uma recuperação REAL de 80% no governo petista.

Educação e Saúde são dois serviços públicos fundamentais que o plano do novo governo vai atacar. O Plano do governo PMDB, que tem coligação com o PSDB e o DEM, diz em sua página 9: 
"... em primeiro lugar acabar com as vinculações constitucionais nos gastos com SAÚDE e EDUCAÇÃO..."  
Na sequência, em outro parágrafo, ainda na página 9, a determinação de acabar com as vinculações orçamentárias se repete com o seguinte texto: 
"...precisamos de novo regime orçamentário, COM O FIM DE TODAS AS VINCULAÇÕES..."
Este objetivo de extinguir os gastos e investimentos obrigatórios é uma tônica nos programas neoliberais do PSDB, como pode ser visto no artigo publicado por Maílson da Nóbrega no dia 11/04/2016, no Instituto Millenium, de FHC, criticando a política orçamentária brasileira, ele prega o fim das vinculaçoes orçamentarias:
"...a Constituição de 1988 ampliou a prática, destinando à educação 18% dos impostos federais...como se fosse pouco, a vinculação para a educação se AMPLIOU NA ERA PETISTA, incluindo a insana destinação, à área, de 10% do PIB."
Com a extinção das vinculações ou mesmo com a redução dos gastos públicos, atingirá também todos os programas sociais como o Mais Médicos, o Bolsa Família, o Minha Casa Minha Vida,  o Prouni, o Fies, o Pronatec, Mais Médicos, Luz para Todos,  etc. 

Não deverá haver extinções desses programas, pelo menos dos principais, pois o desgaste político seria muito grande.  Ao invés da extinção, o novo governo deverá optar por uma drástica redução nesses gastos.  Na página 19, ítem h, a determinação é claramente expressa: 


"O Brasil gasta muito com políticas públicas..."


No item b, na página 18, o plano visa "estabelecer limite para as despesas de custeio inferior ao crescimento do PIB, após serem eliminadas as vinculações e indexações".  No caso de crise econômica são os benefícios sociais, salários dos funcionalismo, professores, policiais, médicos, administração em geral serão duramente castigados.  Lembremos que estarão fora desta lei os funcionários do Legislativo e do Judiciário que têm administração própria.  

Renda e Desemprego: Essas medidas, típicas do modelo econômico neo-liberal acentua mais ainda a queda da atividade (PIB), gerando recessão, elevando drasticamente o desemprego. Também vai impactar duramente a Renda e o Desemprego, os objetivos de trazer a inflação para 4,5%, através de uma política de  elevação das taxas de juros e contingenciamento de crédito,  forçando uma queda  ainda, mais acentuada e persistente na atividade econômica (PIB).

Desoneração de Impostos no lugar dos Programas Sociais: Na área tributária, o plano prevê desonerações das exportações e investimentos, o que já existe hoje. O que o plano prevê, então, é aumentar ainda mais esses benefícios para o empresariado.  Essas desonerações gera altos custos que serão, obviamente, transferidos à sociedade, e quem vai "pagar o pato" são os pobres, em função da excessiva  regressividade da tributação brasileira.

Perdas para os Trabalhadores 


Além das perdas já demonstrada para o povo como um todo, os Trabalhadores e  Aposentados serão os dois grupos da sociedade que mais vão "sentir na pele" as consequências da  mudança de um governo progressista para um governo conservador neoliberal.

Extinção da CLT: Na página 19, item i , o plano prevê que:

"Convenções Coletivas prevaleçam sobre a CLT".

Ou seja, é a extinção da CLT para empresas que fechem Acordos Coletivos.  Com isso todos os direitos trabalhistas poderão ser extintos ou suspensos ou restringidos, tais como férias, 1/3 de férias, Décimo Terceiro, Carga Horária Máxima, intervalo mínimo para o almoço, limite de horas extras, adicional noturno, adicional de insalubridade, etc.

Terceirização: Enquadra-se dentro desse guarda-chuva de flexibilização da legislação trabalhista, diversas outras medidas, muitas delas já estão no Congresso, prontas para aprovação e serem postas em prática, como a Terceirização de toda a força de trabalho.

O Presidente da CNI, Robson Andrade, entregou ao virtual Presidente da República, Michel Temer, um conjunto de 38 propostas, envolvendo as áreas tributária, trabalhista, Previdência Social, Infraestrutura e Burocracia.

Robson Andrade fez questão de destacar dois pontos que são, para os trabalhadores como as bombas de Nagasaki e Hiroshima: Terceirização e Acordos Coletivos substituindo a CLT. 


Perdas para os Aposentados


Na página 11, o plano prevê um aumento da idade mínima para aposentadoria, de no mínimo 65 anos. A justificativa principal é de que "...o sistema já é oneroso para o setor privado - 20% da folha..." 

Ainda na página 11 o plano propõe o fim da vinculação dos reajuste da aposentadoria e demais benefícios ao Salário Mínimo.
"...os benefícios previdenciários NÃO devem ter ganhos reais atrelados ao PIB."


Essa medida implicará no fim dos reajustes acima da inflação adotado pelo governo atual, além de ter reajustes menores que a inflação, poderá ficar um ou mais anos sem reajustes em nome do equilíbrio fiscal, pois o programa anunciado prioriza o pagamento de juros em detrimento do pagamento de programas sociais. 


Perdas para o Meio Ambiente


Revisão do processo de Licenciamento Ambiental, descrito na página 19 do programa.  Isso implica, em grande riscos à preservação do meio ambiente, já que este plano de governo está centrado no capital, nas empresas e não no social, no cidadão.

Reforma Agrária e Demarcação de Terras: A Agência Globo, informou que Michel Temer vai rever todas as medidas ligadas à desapropriação de áreas para Reforma Agrária e demarcações de terras indígenas e quilombolas.

Perdas para o País e para a Soberania Nacional


PRIVATIZAÇÕES
"Apolítica será centrada na iniciativa privada, por meio de transferência de ativos (privatizações) que se fizerem necessárias".  
É o que consta no ítem d, página 18 do plano do novo governo.  Ou seja, serão privatizadas todas as Empresas Estatais como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES, Embrapa, etc sem considerar o papel que cada uma delas tem na política social e no desenvolvimento do país.

ENTREGA DO PRÉ-SAL

"retorno ao regime anterior de concessões na área de Petróleo"

No mesmo item d, página 18, está previsto o fim do regime de partilha, onde o estado é o dono do petróleo a ser explorado, enquanto que no regime de concessão, a empresa vencedora da concessão torna-se dona do petróleo a ser explorado.  No regime de concessão a empresa paga uma taxa equivalente a um royalty estabelecido em decreto, que varia entre 5% até 10%.

No regime de partilha adotado pelo governo petista, como o estado é dono do petróleo, o estado "paga" pelo custo da exploração e o restante (excedente ao custo) é repartido entre o estado brasileiro e a empresa exploradora. O controle e a gestão desse processo é do estado brasileiro (através da Petrobrás) e não da empresa privada que vai extrair o petróleo.

A Petrobrás é a operadora de todos os blocos contratados sob o regime de partilha, sendo-lhe assegurada, por isso, participação mínima de 30% no consórcio contratado, podendo chegar a 100% se não se interessar ou senão houver interesse de outra empresa em determinado bloco.

PREJUIZOS PARA A EDUCAÇÃO E A SAÚDE, INCLUSIVE O SUS

O governo determinou que toda a arrecadação de royalties sejam destinados à educação (75%) e à Saúde (25%) além do valor estabelecido no orçamento da união.  Com o fim do regime de partilha e consequentemente dos royalties a Saúde, inclusive o SUS, e a educação perderá um volume significativo de recursos, piorando a situação que muitos acham que já é  deficitária.


RISCOS À SOBERANIA NACIONAL

O plano do novo governo, no item e, página 18,  prevê um redirecionamento da política externa, no sentido aos EUA, relegando o Mercosul a segundo plano.

A priorização do relacionamento com os EUA,  implica automaticamente num distanciamento dos países do BRICS, Rússia, Índia, China e África do Sul.  Deduz-se que o objetivo do apoio dos EUA ao golpe no Brasil é atingir diretamente esse Bloco geopolítico, que hoje se caracteriza na principal ameaça aos EUA e às potências ocidentais.

A entrega do pré-sal ao capital estrangeiro, também impacta diretamente a soberania nacional, dado que essa commodity tem um papel estratégico fundamental para qualquer país.

Essa mudança do eixo da política externa brasileira parece simples e irrelevante, mas não é.  Ela implica em voltar a ser submisso aos EUA, fazendo com que o Brasil se comporte conforme os ditames da Casa Branca, seja no plano econômico como no plano político,  tanto  interna e externamente.
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Veja o Programa "Uma Ponte para o Futuro" na íntegra.