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terça-feira, 2 de outubro de 2018

FRAUDE ELEITORAL: A luz amarela foi acesa

Por Paulo Franco


Não cabe mais discutir golpe e ditadura.  Ambos já são passíveis de reconhecimento de todos aqueles que acompanham o cenário político do país.

A fraude eleitoral, se ocorrer, seria apenas mais uma das medidas protetivas do processo ditatorial, assim como vem ocorrendo as inúmeras inconstitucionalidades com relação ao PT e ao Lula. 

O impedimento de Lula, o primeiro colocado nas pesquisas eleitorais, com possibilidade de vitória já no primeiro turno, foi o ato mais evidente e inquestionável, do processo golpista.

O importante, quando já estamos há poucos dias para as eleições, é constatar o que vem acontecendo nos últimos dias. 

É importante considerar o quanto os institutos de pesquisas vinculados direta ou indiretamente,  à grande mídia, tem usado as pesquisas eleitorais como arma para influenciar ou fraudar o processo eleitoral no Brasil.

No golpe de 1964, uma das grandes falácias que propagaram para a sociedade é que João Goulart (Jango) seria um presidente fraco, sem apoio popular e que seria, então, manipulado pelos comunistas da China e URSS, sem forças internas para dominar a situação.

Hoje sabemos, por uma divulgação recente, a quase 50 anos depois, que o IBOPE e a Globo, escondeu os resultados de uma pesquisa onde mostrou que o povo apoiava o governo jango e a suas propostas de reformas, conhecidas como "Reformas de Base".


Essas pesquisas podem ser consultadas no departamento de história da UNICAMP que recebeu todo o material em questão. 

Em 1982, tivemos o vergonhoso caso Proconsult, onde havia o plano de fraudar a apuração dos votos, e impedir a eleição de Leonel Brizola.  O plano consistia em manipular os resultados das pesquisas para escamotear a fraude física.

Por sorte o sistema foi denunciado e o PDT e Brizola, usou um sistema de pesquisas paralelo onde mostrava a realidade dos fatos, ou seja, sua virtual vitória, o que foi confirmado, após o aborto do crime eleitoral, sem punições, é claro.

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Em 1989 tivemos o episódio, não menos criminoso, onde a Globo fez toda um trabalho meticuloso para levantar Collor e derrubar Lula naquela eleição.  E conseguiu.

Em 2002, numa conversa divulgada posteriormente, Montenegro conversou com Roberto Marinho, confessando que nada poderiam fazer para tirar a vitória de Lula.  A luta estava perdida.

Mais recentemente temos o episódio do Mensalão, onde o PSDB - seu criador, foi ignorado pela Mìdia e pelo Judiciário, atacando especificamente o PT, com o objetivo fundamental e derrubar Lula do Poder.  Só não aconteceu isso, porque Lula tem um poder monumental na opinião pública dentro e fora do país e se governo vinha sendo um dos melhores do país nos últimos tempos e era reconhecido pelos governos e demais instituições internacionais.

A mídia e os institutos de pesquisas continuou seu trabalho de desconstrução do partido progressista mais forte até os dias de hoje.

O GATO SUBIU NO TELHADO

Quatro fatos ocorreram ontem e hoje, que aumentam nossa desconfiança que pode ter um plano fraudulento já forjado para impedir a vitória do PT.

O PRIMEIRO foi as duas últimas pesquisas divulgados, a da DMA, contratada pela CNT e a do IBOPE, contratada pela Globo.  O resultado de uma e de outra é muito sugestivo que algo estranho está acontecendo.  Uma pesquisa é o espelho da outra.  Uma é exatamente o inverso da outra,  em relação aos 2 principais candidatos Bolsonaro e Haddad. 

Vejamos o gráfico abaixo, onde foram plotados os resultados para o primeiro turno da pesquisa estimulada, considerando para análise, somente esses dois candidatos e os 2 últimos levantamentos.


Na pesquisa realizada pela DMA, Bolsonaro se manteve constante e Haddad cresceu.  Na pesquisa realizada pelo IBOPE, foi divulgado exatamente o inverso, ou seja, Bolsonaro cresceu e Haddad se manteve constante. 

É natural que haja divergências entre as pesquisas, por "n" razões.  Normalmente contidas nas margens de erro de cada uma delas.  Mas à medida que as divergências vão crescendo, a confiabilidade nos resultados, seja por motivos de erros no planejamento ou na apuração dos dados e tabulação dos dados brutos, vai diminuindo.

Neste caso específico, não trata-se, somente de erros operacionais, mas de divergência gritante, já que mostra tendências divergentes num prazo praticamente idênticos. 

Essa discrepância é sim um forte indicativo de que possa estar havendo alguma ocorrência intencional, algum procedimento planejado.  Para saber, teria que analisar todo o processo da pesquisa, desde o planejamento até a apresentação ao cliente (CNT e Globo). 

O SEGUNDO fato foi a autorização da divulgação extemporânea de "trechos" da delação premiada de Palocci, pelo polêmico juiz Sérgio Moro.   Esse fato, ocorrente a poucos dias da eleição, denota com toda a clareza que o objetivo é puramente eleitoral e contra o candidato Haddad, do PT. 

Essa delação tem sido muito badalada, sempre envolvendo a participação da grande mídia, gerando especulações na opinião pública.  Inicialmente diz-se que a delação havia sido rejeitada pelo Juiz Moro por não oferecer material suficiente para a credibilidade das narrativas.

Portanto, esse evento é sim um sinal de que possa haver algum movimento orquestrado para impedir uma vitória do candidato petista. 

O TERCEIRO fato que chama a atenção é o combate entre ministros STF, se atropelando, cometendo absurdos, sem nenhum pudor, para censurar, mais uma vez o ex-presidente Lula.  

A percepção que se passa é que o STF está fortemente amordaçado, sem poder expressar o que determina a nossa lei maior, a CF, diante de tantas aberrações que temos vivido, nos útimos tempos. 

O QUARTO fato que me chama a atenção, não é exatamente algo no sentido de fraudar o processo democrático, mas como um indicador poderoso, do que ocorre no primeiro escalão do poder da nação (que está acima dos 3 poderes)

Após os eventos ocorridos ontem,  o mercado de ações abriu em forte alta, com as ações da Petrobras batendo 9% de alta em Wall Street, apesar dos preços do petróleo, seu maior referencial, ficar estagnado, com variação irrelevante.

   
É bom entender que os preços dos principais papéis das empresas brasileiras não são determinados na Bovespa, mas sim na NYSE, nos EUA.    O Brasil caminha a reboque. 

CONCLUSÃO

Diante deste cenário tão conturbado, com tantas intervenções indevidas no processo, de uma impunidade daqueles que cometem fraudes, diante das manifestações da PF, do MPF, do Judiciário, dos militares, dos políticos conservadores, da conduta da grande mídia, da influência norte-americana nos países latino-americanos, seria prudente por parte dos partidos progressistas, principalmente, o PT, a elaboração de um plano de contingência, de controle do processo, de vigilância concreta.

Seria, também, muito interessante que houvesse a participação de observadores internacionais isentos do processo geo-político na região e também a auditoria de empresas especializada em auditoria de sistemas, para dar mais confiabilidade ao processo eleitoral. 

sexta-feira, 4 de abril de 2014

IBOPE + MÍDIA: A Equação e o Mapa da Fraude

Por Paulo Franco


Recebi a notícia da queda da popularidade de Dilma com certa estranheza, já que na semana anterior sua liderança na intenção de votos mantinha numa posição extremamente folgada com uma  movimentação marginal entre os demais candidatos e  todos muito distantes dela, em pesquisa feita pelo próprio IBOPE.

Ele venceria em todos os cenarios apesentados. No cenário mais provavel, considerando somente os 3 principais candidatos , Dilma manteve os 43%,  Aécio subiu de 14 para 15% e Campos também não alterou seus irrisórios 7%.  Para sacramentar a situação confortável de Dilma, no Segundo turno, nessa sondagem ele venceria com um grande foga 47% contra 20% de Aécio, ou 47% contra 16% de Campos e no pior cenário Dilma teria 45% contra 21% de Marina.  Ou seja, essa pesquisa veio ratificar o cenário eleitoral.

Quando saíu, uma semana depois o resultado da pesquisa sobre a queda da popularidade, eu divulguei na rede social a seguinte frase: "A sociedade brasileira quer mudanças, com Dilma no comando e mais ninguém".
  
Intenção de Voto
Popularidade

Uma matéria veícula no jornal eletrônico BRASIL 247,  entitulada  "O IBOPE ruim e o IBOPE bom: Tem Caroço nesse Angú", me chamou muito a atenção por algumas desconfianças e algumas informações levantadas.  Como gosto desse assunto e tenho um conhecimento técnico razoável dele, essa matéria mexeu com o desconforto e despertou minha inércia e decidi entrar mais a fundo, analisando as informações diretamente das fontes: O IBOPE e o TSE.

Da pra frente as coisas foram clareando, cada vez mais a minha sensação do quão violento será o processo eleitoral para a Presidência da República nesta ano.

ANTECEDENTES:

O Golpe de 64 e a Ditadura Civil e Midiática


Antes de fazer um relato sucinto do processo do golpe, gostaria de deixar bem claro que Jango é era muito bom de voto.  Peso pesado, coisa que muita gente não sabe, pois ele foi candidato nas duas vezes à vice e não a presidente.  Naquela época a votação para Presidente e para Vice-Presidente não era uma chapa como hoje, mas separadamente.  Em 1955, Jango, ex-ministro do Trabalho de Getúlio, candidatou-se a vice e se elegeu com uma votação maior que da Presidente eleito: Juscelino Kubischek.   Em 1960, candidatou-se novamente a Vice-Presidente e venceu a eleição, embora o seu aliado candidato à Presidencia perdera para Jânio da Coligação PDC (Partido Democrata Cristão) com a UDN (União Democrática Nacional)

Como já é sabido de todos, o golpe de 64 foi um processo em maturação desde a morte de Getúlio. Juscelino caminhou no fio da navalha em todo o seu governo.  A classe mais conservadora, capitaneada pela UDN, que já estava fora  do poder, desde Getúlio, perdera novamente para Juscelino.   Em 1960, finalmente os conservadores elegem Jânio Quadros, mas  sua renúncia alterou toda a situação e o humor político de então.  O Golpe entra então na sua faze de amadurecimento, com praticas não só de pressões políticas, mas também de atos ilegais.

Na Renúncia de Jânio, João Goulart estava na China e os Conservadores, através dos 3 chefes das FFAA não aceitaram a posse natural e democrática do vice Jango. O presidente da Câmara dos Deputados Ranieri Mazzilli foi empossado presidente em lugar de Jango.

Todavia essa decisão não era unânime nem entre os políticos e nem entre os militares.  A desculpa da ameaça comunista não convencia-os, totalmente.  Iniciou-se então a campanha da legalidade, liderada por Brizola e o gal. Machado Lopes, para que a CF fosse cumprida.  Entre muitas movimentações e campanhas nos jornais, o Congresso acha uma solução conciliatória: o Parlamentarismo.   Jango assumiria a Presidencia do Brasil, tendo poderes diminuindo sendo portanto somente o chefe de estado.  Aprovado, Jango assume a Presidência e Tancredo é escolhido como Primeiro-Ministro do governo Jango. Esse foi, na prática, o primeiro ato do golpe de estado, pois a CF fora de fato descumprida. 

Em julho de 1962, Tancredo exonerou-se para se candidatar às eleições a Deputado Federal.  Assumindo Brochado da Rocha que também se exonerou e depois Hermes Lima.  Jango e aliados articula a volta do presidencialismo que passa a vigorar a partir de janeiro de 1963. 

Com San Tiago Dantas na Fazenda e Celso Furtado no Planejamento, é lançado o Plano Trienal, um programa progressista e estruturante, para promover as reformas de base , que contemplava as Reformas agrária,  fiscal,  eleitoral,  urbana e  bancária.  O ambiente político e social foi ficando cada vez mais agitado, de um lado as demandas sociais pelos avanços que já haviam ocorrida na europa há tempos e de outro lado o medo de perdas da classe conservadores em função dessas reformas e o ambiente da gerra fria no seu ápice no plano internacional que inspirava preocupação dos EUA com o Brasil, tendo em vista a revolução cubana em 1959.

As classes conservadoras da época, empresários, políticos radicais de direita, militares e a imprensa, como o apoio dos EUA, o golpe é sacramentado.


Desconhecido (até então) Papel da Mídia e do IBOPE no Golpe de 64


As  grandes justificativas para o golpe, sempre foram o perigo comunista, a fraqueza de João Goulart e que a população apoiava um intervenção, um golpe e não o seu governo.  Ora engolimos isso, por 50 anos, embora essa lógica não fechava, já que o histórico eleitoral de Jango era exatamento o oposto, como ja foi dito anteriormente.  Foi eleito vice com mais voto que o próprio presidente Juscelino, em 1955.  Já em 1960, embora o Presidente vitorioso, Jânio Quadros,  tenha sido o candidato da coligação conservadora, incluindo a UDN, o vice não foi o candidato da chapa Janista, mas sim da coligação oposta, Jango novamente, tal era o seu vigor eleitoral.

Para minha surpresa e provavelmente de todo o país foi saber, agora, que a Midia contratou o IBOPE para fazer pesquisas logo antes da ocorrência do golpe final, provavelmente para se certificar do qual seria a opinião pública em relação à aprovação do governo, às reformas e à intenção de voto, caso Jango se candidatasse às próximas eleições.  Os resultados dessas pesquisas ficaram escondidas à 7 chaves, pelo IBOPE e pelas entidades que o contratou, por todos esses 50 anos.   E não era para menos, as pesquisas mostram exatamente o contrario do que era alardeado pela Mídia e pelas instituições comprometidas com o golpe.   Pelo que se sabe, o IBOPE entregou a documentação das pesquisas em 2003 para serem preservados nos Arquivos do pensador anarquista Edgard Leuenroth (AEL), do Acervo do IFCH, da UNICAMP.

Foram feiras 3 rodadas de pesquisas: A aprovação de João Goulart, a Intenção de Voto e a aprovação das Reformas de Base, proposta pelo seu governo, como já foi dito anteriormente.  Os resultados são surpreendentes. Aprovação de Jango: 69%; Intenção de Votos: 50% declararam que votariam em Jango se ele se candidatasse a Presidente e finalmente; 59% aprovaram a adoção das Reformas porpostas.

Ricardo Kotscho, jornalista e colunista do R7, levantou a seguinte questão em sua matéria que serviu de combustível para essa minha postagem:  "a divulgação destas pesquisas pela imprensa poderia ter alterado o rumo dos acontecimentos, já que para derrubar Jango um dos principais argumentos utilizados pelos golpistas foi a fragilidade do presidente e do seu governo diante do "perigo comunista" que ameaçava o país?".




O Famigerado caso Globo / Proconsult