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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Eu, Judeu, Não Perdoarei

Por Marcelo Gruman



Para mim, era inadmissível. Era inadmissível que um clube judaico abrisse voluntariamente, em nome da “liberdade de expressão”, suas portas a um candidato postulante ao mais alto cargo do poder executivo da República que sempre se orgulhou em demonstrar publicamente seu desprezo pela democracia, que homenageou, na tribuna da Câmara dos Deputados, um notório torturador, que vilipendiou a memória de um jornalista judeu assassinado nos porões da ditadura militar, que sempre fez questão de dizer que Direitos Humanos servem tão somente pra proteger “vagabundo” e pregou um cartaz na porta de seu gabinete, em Brasília, quando era deputado federal, onde se lia “Desaparecidos do Araguaia. Quem procura osso é cachorro”. Que disse, a uma colega, numa demonstração explícita de machismo e misoginia, não merecer sequer ser estuprada “por ser muito feia”.

sábado, 2 de agosto de 2014

Eu, Judeu, digo: Acabem com a Ocupação!

Por Marcelo Gruman


NÃO EM MEU NOME

Recuso-me a acumpliciar-me com esta agressão. O exército israelense não me representa, o governo ultranacionalista não me representa. Os assentados ilegalmente são meus inimigos.


Na minha adolescência, tive a oportunidade de visitar Israel por duas vezes, ambas na primeira metade da década de 1990. Era estudante de uma escola judaica da zona sul da cidade do Rio de Janeiro. As viagens foram organizadas por instituições sionistas, e tinham por intuito apresentar à juventude diaspórica a realidade daquele Estado formado após o holocausto judaico da Segunda Guerra Mundial, e para o qual todo e qualquer judeu tem o direito de “retornar” caso assim o deseje.
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Voltar à terra ancestral. Para as organizações sionistas, ainda que não disposto a deixar a diáspora, todo e qualquer judeu ao redor do mundo deve conhecer a “terra prometida”, prestar-lhe solidariedade material ou simbólica, assim como todo muçulmano deve fazer, pelo menos uma vez na vida, a peregrinação a Meca. Para muitos jovens judeus, a visita a Israel é um rito de passagem, assim como para outros o destino é a Disneylândia.

A equivalência de Israel e Disneylândia tem um motivo. A grande maioria dos jovens não religiosos e sem interesse por questões políticas realizam a viagem apenas para se divertir. O roteiro é basicamente o mesmo: visita ao Muro das Lamentações, com direito a fotos em posição hipócrita de reza (já viram ateu rezando?), ao Museu da Diáspora, ao Museu do Holocausto, às Colinas do Golan, ao Deserto do Neguev e a experiência de tomar um chá com os beduínos, ir ao Mar Morto e boiar na água sem fazer esforço por conta da altíssima concentração de sal, a “vivência” de alguns dias num dos kibutzim ainda existentes em Israel e uma semana num acampamento militar, onde se tem a oportunidade de atirar com uma arma de verdade. Além, é claro, da interação com jovens de outros países hospedados no mesmo local. Para variar, brasileiros e argentinos, esquecendo sua identidade étnica comum, atualizavam a rivalidade futebolística e travavam uma guerra particular pelas meninas. Neste quesito, os argentinos davam de goleada, e os brasileiros ficavam a ver navios.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Paz na Palestina: Difícil mas não Impossível

Por PAULO FRANCO

Israel sob o governo trabalhista e o Lider da OLP avançaram muito na conquista da paz na Palestina, reconhecendo ambos os estados de Israel e o Palestino, numa relação que seria pautada pela tolerância e respeito mútuo.


Primier Itzhak Rabin e Yasser Arafat celebram acordo de paz na Casa Branca
A única, mas mesmo assim remota, chance de paz na Palestina, passa necessáriamente, por um governo de esquerda. 

A implantação do Estado de Israel com o impedimento ao mesmo tempo da criação de um estado palestino e a propria eliminação da população original local, para um efetivo dominio total do território, é um projeto dos judeus extremistas de direita, movimento chamado de sionismo e conhecimento mundo afora como Zionismo, numa paralelo ao Nazismo em função das estreitas semelhanças na metodologia e na violência para colocar em pratica, seus planos.

Mesmo com um governo de esquerda essa paz é remota. O momento histórico em que a tolerância e o respeito entre o povo palestino e o povo israelita avançou mais, foi nos anos de 93/94,  quando o Partido Trabalhista Israelita (PTI) estava no poder, sob a liderança de Ytzhak Rabin.
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Embora o PTI não seja exatamente um partido de esquerda, soa como se fosse, perto do Likud, o partido conservador, de orientação ultra-direitista, do atual Premier Benjamin Natenyahu. O PTI é mais sensível às questões sociais e humanitária, menos truculento e mais favorável à paz ao contrário do Partido Likud, que defende com unhas e dentes o total domínio de Israel de todo o território palestino e não aceita o estabelecimento de um estado palestino já reconhecido até pela ONU.

Arafat, Peres e Rabin recebem Prêmio Nobel da Paz em 1994
Israel sob o governo trabalhista, avançou muito nas negociações com mediação internacional para o estalecimento da paz, chegando a reconhecer o estado palestino, sob a liderança da OLP e a convivência de ambos estados pautado no respeito mútuo. Do lado palestino havia também um grande líder, Yasser Arafat, que conseguiu convergir os interesses palestino para uma solução de paz com Israel.

A constatação de que a extrema direita de Israel não abre mão da sua posição hegemônica e a não existência de um estado palestino foi o assassinato de Itzhak Rabin por um próprio compatriota radial. O sonho de paz na Palestina que estava se concretizando, foi sepultado definitivamente.

domingo, 27 de julho de 2014

De Cegos e de Anões

Por MAURO SANTAYANA



Antes de criticar a diplomacia brasileira, o porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmor, deveria ler os livros de história para constatar que, se o Brasil fosse um país irrelevante, do ponto de vista diplomático, sua nação não existiria, já que o Brasil não apenas apoiou e coordenou como também presidiu, nas Nações Unidas, com Osvaldo Aranha, a criação do Estado de Israel.



(Jornal do Brasil) - Se não me engano, creio que foi em uma aldeia da Galícia que escutei, na década de 70, de camponês de baixíssima estatura, a história do cego e do anão que foram lançados, por um rei, dentro de um labirinto escuro e pejado de monstros. Apavorado, o cego, que não podia avançar sem a ajuda do outro, prometia-lhe sorte e fortuna, caso ficasse com ele, e, desesperado, começou a cantar árias para distraí-los do medo.

O anão, ao ver que o barulho feito pelo cego iria atrair inevitavelmente as criaturas, e que o cego, ao cantar cada vez mais alto, se negava a ouvi-lo, escalou, com ajuda das mãos pequenas e das fortes pernas, uma parede, e, caminhando por cima dos muros, chegou, com a ajuda da luz da Lua, ao limite do labirinto, de onde saltou para densa floresta, enquanto o cego, ao sentir que ele havia partido, o amaldiçoava em altos brados, sendo, por isso, rapidamente localizado e devorado pelos monstros que espreitavam do escuro.

Ao final do relato, na taverna galega, meu interlocutor virou-se para mim, tomou um gole de vinho e, depois de limpar a boca com o braço do casaco, pontificou, sorrindo, referindo-se à sua altura: como ve usted, compañero... con el perdón de Dios y de los ciegos, aun prefiero, mil veces, ser enano...

Lembrei-me do episódio — e da história — ao ler sobre a convocação do embaixador brasileiro em Telaviv para consultas, devido ao massacre em Gaza, e da resposta do governo israelense, qualificando o Brasil como irrelevante, do ponto de vista geopolítico, e acusando o nosso país de ser um “anão diplomático".
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Chamar o Brasil de anão diplomático, no momento em que nosso país acaba de receber a imensa maioria dos chefes de Estado da América Latina, e os líderes de três das maiores potências espaciais e atômicas do planeta, além do presidente do país mais avançado da África, nação com a qual Israel cooperava intimamente na época do Apartheid, mostra o grau de cegueira e de ignorância a que chegou Telaviv.