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terça-feira, 15 de outubro de 2013

"Ainda bem que hoje eu não tenho de comer calango"

O nordeste brasileiro vive desde 2011 a pior seca dos últimos 30 anos, dizem o técnicos da área.  Os 500 reservatórios encontram abaixo de 30% da capacidade, denotando a gravidade da situação.  Tendo em vista este cenário,  é oportuno uma releitura da matéria, longa mas bastante esclarecedora, que mostra a questão da fome no Brasil, particularmente no nordeste, publicada pela Revista Veja em maio de 1998.

Espero que as pessoas se sensibilizam do sofrimento desse povo que, como relata a matéria, foram abandonados por todos os governos  por séculos e reconheçam a importancia de programas que visam atenuar esse sofrimento como o bolsa família, a transposição do Rio São Francisco, Mais Médicos e outros que visam a diminuição das desigualdades regionais.
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O FANTASMA DA FOME


Desamparados pelos governos e à mercê da chuva que não vem, centenas de milhares de brasileiros vivem sob a ameaça de não ter o que comer no dia seguinte.


O nome é Vicente. Tem 14 anos e vive com a família em Acari, cidade do Rio Grande do Norte. A grande seca deixou os pais e os irmãos de Vicente com um problema: comer. Vicente é um menino esperto, de olhos vivos. Tem inteligência incomum e visão das coisas surpreendentemente madura para um rapaz da sua idade. Sua experiência de vida, em Acari, é muito diferente da que tiveram os adolescentes que vivem no sul do país. Já saqueou lojas, no meio da multidão. Seu pai estava junto dele nesses ataques. Vicente defende o saque dizendo que a pessoa com fome tem o direito de se apropriar da comida, seja ela de quem for, esteja onde estiver. 

 O personagem descrito nas dezoito linhas acima saqueou armazéns no distante ano de 1970. Hoje tem 42 anos de idade, mas ainda conserva o apelido da infância, Vicentinho. Vicente Paulo da Silva, o presidente da Central Única dos Trabalhadores, metalúrgico há muitos anos e brasileiro com origem e história que estão longe de constituir exceção. Neste exato momento, milhares de Vicentinhos estão experimentando a mordida da fome no semi-árido nordestino.
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Ainda comem regularmente, mas comem pouco, muito menos do que gostariam ou, mais grave, do que necessitam para se manter medianamente nutridos. A situação na área seca do Nordeste é tenebrosa. A fome está apenas começando em alguns municípios mais castigados. Mas deve piorar. Não há sinal de chuva, nem previsão de que venha. E a assistência emergencial, montada pelas autoridades, especialmente as de Brasília, só começou a ser planejada quando o problema ficou sério e chegou ao noticiário. Exatamente como aconteceu no caso do incêndio em Roraima. 

domingo, 6 de outubro de 2013

Médicos Cubanos Atendem Regiões Isoladas do Sertão

por HONÓRIO BARBOSA e SILVÂNIA CLAUDINO   para o Diário do Nordeste em 06.10.2013


"Aqui nunca veio um médico e construíram esse posto há cinco anos, mas só tinha profissional de Enfermagem",   disse o agricultor Valdemar Felipe de Souza.

 "Aqui na comunidade nunca trabalhou um médico e imagina vir um aqui na minha casa. Meu Deus, isso é muito bom, nunca imaginei que isso pudesse acontecer", disse a aposentada, Francisca Moreira de Carvalho



Profissionais estrangeiros já prestam atendimento primário no Centro-Sul e Região dos Inhamuns

ACOPIARA 

Os médicos cubanos, inscritos na primeira etapa do programa Mais Médicos do Ministério da Saúde, chegaram a 11 cidades do Interior do Ceará levando consultas de atenção básica à população de áreas isoladas na zona rural. Em menos de 15 dias, os profissionais conquistaram a confiança e o reconhecimento dos moradores que vivem em localidades onde nunca havia atendimento médico ambulatorial regular.

Natural de Cuba, Ivan Rodriguez presta serviço à população da zona rural de Acopiara. Além das consultas ambulatoriais, o atendimento é extensivo às visitas domiciliares, como acontece na comunidade de Calabouço.

Um exemplo vem da localidade de Calabaço na zona rural de Acopiara. Localizada no alto sertão cearense, entre os municípios de Quixelô e Solonópole, a comunidade, desde segunda-feira passada, dispõe dos serviços do médico Ivan Rodriguez, originário da província de San Tiago de Cuba.

AVALIAÇÃO 

Dedicado, atencioso e com 20 anos de experiência em atenção básica de saúde em Cuba e na Venezuela, Ivan Rodriguez recebe avaliação positiva dos moradores. "Aqui nunca veio um médico e construíram esse posto há cinco anos, mas só tinha profissional de Enfermagem", disse o agricultor Valdemar Felipe de Souza.