sexta-feira, 26 de abril de 2013

Brasil é o país com maior redução do desemprego desde 2008, diz FMI



Alemanha aparece em segundo lugar, com uma diminuição muito próxima da brasileira


O Brasil é o país que acumula maior redução da taxa de desemprego desde 2008, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre os 42 países que já divulgaram os números de 2012 referentes ao mercado de trabalho.

No ano em que estourou a crise financeira internacional, 7,9% da população ativa brasileira estava sem emprego; em 2012, essa proporção passou para 5,5%, o que representa uma queda de 30% na taxa.

Os números do FMI se referem à média de cada ano e vão só até 2012. No entanto, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam que a tendência de queda do desemprego se manteve no início de 2013, apontando a menor taxa para meses de março desde 2002.

Ranking



A Alemanha, no ranking do FMI, aparece em segundo lugar, com uma diminuição muito próxima da brasileira, de 7,6% para 5,5%. O terceiro país da lista é a Bolívia, onde o indicador foi de 6,9% para 5,5%.

A taxa só caiu em 15 dos 42 países analisados. Em Portugal, na Bulgária e na Espanha, o indicador de desemprego mais do que dobrou no período. Na Grécia, mais que triplicou (veja tabela abaixo).

Os Estados Unidos e a Índia são os dois únicos países, entre as maiores economias, que não estão na lista do FMI, por não terem o dado fechado do desemprego médio em 2012.

Mas para os EUA, o FMI tem uma projeção, de que a taxa atingiu 8,1% no ano passado, contra 5,8% em 2012. Já a Índia não conta com os dados oficiais nem com previsões.

Brasil no mundo

Esta é a terceira postagem da série “Brasil no mundo”, em que o blog Achados Econômicos analisa a recém atualizada base de dados do FMI.



Nas duas primeiras, o blog informou que o país caiu 25 posições no ranking mundial do crescimento econômico e que voltou a ter uma taxa de investimento menor que a das nações ricas.

Essas três comparações confirmam que o atual momento econômico brasileiro – de um país emergente que combina mercado de trabalho aquecido e, ao mesmo tempo, crescimento e investimento baixos – é um caso particular no mundo.

A questão agora é saber por quanto tempo esse cenário vai se sustentar e o que deve ocorrer depois, se uma recuperação nos demais indicadores ou uma redução no nível de emprego.

Metodologia

A medição da taxa de desemprego varia muito de um país para outro. Por isso, não é possível fazer um ranking indicando onde o desemprego é menor e onde é maior.

Porém, é possível comparar cada país consigo próprio. Se a taxa passou de 7,9% para 5,5% no Brasil, e de 7,6% para 15,7% em Portugal, pode-se dizer com segurança que ela caiu aqui e subiu lá.

Outro exemplo de comparação de pesquisas com diferentes metodologias: o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e o IBGE. Apesar de as duas instituições apresentarem dados bem diferentes todos os meses, quando se observam as tendências de longo prazo, os resultados vão no mesmo sentido. Enquanto na pesquisa do IBGE, feita em seis regiões metropolitanas, a taxa caiu 30% desde 2008, na do Dieese, em São Paulo, a queda foi de 26%.

Há décadas o IBGE adota um padrão menos rigoroso que o Dieese para definir o que é estar desempregado. A atual série do instituto do governo foi iniciada em 2002 e não mudou esse conceito.

Vale acrescentar, ainda, que os números se referem à proporção de desempregados em relação à população ativa. Uma queda nessa taxa não significa que menos pessoas estejam sem emprego, e sim que esse contingente passou a representar uma parcela menor do total de pessoas que fazem parte do mercado de trabalho.

Também se deve notar que, em alguns países, a taxa cai menos porque já é muito baixa. Na China, por exemplo, a redução foi de 4,2% para 4,1%.

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