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domingo, 19 de março de 2017

FRIBOI: Quem se beneficiou das suas "doações" ?

Por Paulo Franco
 
Na operação da Polícia Federal denominada "carne fraca", grandes frigoríficos estão no centro das investigações, como as duas das maiores empresas nacionais do ramo de carnes, a JBS e a BRF.  A primeira, dona das marcas Friboi,  Seara e Swift.  A segunda, dona das marcas Sadia e Perdigão. 

A JBS é a maior processadora de carnes do mundo.   Tem 230 mil funcionários, está presente em 150 países e conta com 350 unidades.  Além disso é dona de marcas famosas, algumas mundialmente como: Doriana, Friboi, Seara, Swift, big frango, entre outras. 

A BRF (Brasil Foods) também é gigante e é resultante da fusão de duas grandes empresas do ramo, a

quinta-feira, 16 de julho de 2015

As três crises do governo Dilma

Por Francisco Fonseca



Por que vivemos uma onda tão intensa de reacionarismo, inconsequência, elitismo patronal e obscurantismo? 
 
Há enorme perplexidade entre os progressistas e a esquerda quanto à “crise política” que o país está vivenciando desde o início deste ano.

Há sensação generalizada de que não se sabe o que está acontecendo. Afinal, a presidente Dilma foi reeleita, contrariamente à vontade e ao esforço de poderosos interesses, caso do capital financeiro internacional, amplamente articulado ao rentismo interno; de frações poderosas do capital produtivo; da grande mídia privada; e de vastos segmentos da classe média.

sábado, 13 de abril de 2013

Enfiados na lama de Kátia Abreu

Para Kátia, ‘antropóloga’ de jornal e agora ‘historiadora’ do Senado, a invasão de terras configura prática da Idade Média – desconsiderando o fato de que uma das características da chamada Idade Média era a alta concentração de terras



Tô enfiado na lama
É um bairro sujo
Onde os urubus têm asas
E eu não tenho casa
(...)
(Chico Science e Nação Zumbi, Manguetown)

Renato Santana* para o Brasil de Fato




Ouvir a senadora Kátia Abreu (PSD/TO) falar deveria conceder o direito de indenização pela existência a qualquer ser humano. Como a líder dos latifundiários brasileiros pontuou, na última quinta (11), na sessão da Comissão de Agricultura de Reforma Agrária do Senado (leia o pronunciamento na íntegra ao final do artigo ou aqui), fala-se em "terceiro milênio", mesmo que isso não signifique nada já que os pés de todos e todas estão, de acordo com ela, "na lama".

Claro, Kátia se referia a ela mesma, que está, junto com sua corriola sádica de latifundiários, com a cabeçorra de boi no terceiro milênio e os pés de porco na lama, porque como pode ainda ocorrer “invasões de terra”?, pergunta a ilustre senadora. Para Kátia, ‘antropóloga’ de jornal e agora ‘historiadora’ do Senado, isso, a invasão de terras, configura prática da Idade Média – desconsiderando o fato de que uma das características da chamada Idade Média era a alta concentração de terras.

Aos fatos, se na lama estamos é porque a história do Brasil é a história da concentração de terras e da desigualdade. Se somos subdesenvolvidos, como a senadora disse, não é porque nosso povo luta por terra, mas porque os poucos latifundiários do autodenominado agronegócio plantam mais soja do que tomate, porque é mais lucro vender o grão para os chineses alimentarem seus porcos do que o tomate para um consumo a preços viáveis ao povo. O tomate aqui é um exemplo, mas o ‘celeiro de alimentos’ propagandeado pela senadora e sua fazenda modelo trata-se do monocultivo em larga escala sufocando a plantação diversificada de comunidades camponesas, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pescadoras.

Se na lama estamos é porque nas plantações de cana de açúcar existem incontáveis trabalhadores e trabalhadoras em situações análogas a dos escravos e escravas que serviram aos senhores de engenho, aos latifundiários de antanho, aos senhores de terras da qual a senadora e sua corriola herdam a vilania, a mentira, a força bruta, a ignorância. Na lama estamos porque nos fornos das usinas de cana incontáveis presos políticos foram incinerados.

Na lama estamos porque todas as vezes em que o Brasil teve chances de se livrar do atraso foi impedido por golpes militares e da elite agrária, atrasada, conservadora. E agora, há dez anos, quando considerável parcela da sociedade brasileira acreditava que mais um momento para se livrar do atraso tinha chegado, o governo e seus aliados decidiram trazer a senadora e sua corriola para o centro de um projeto de desenvolvimento para poucos, baseado em commodities e pasto e soja e cana e atraso e matança.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Criatividade do lulismo está esgotada



Em entrevista ao Brasil de Fato, Vladimir Safatle, professor de filosofia da USP, aponta limitações do lulismo e a falta de radicalidade da esquerda

por Guilherme Diniz da Silva, em 27/02/2013


Autor de “A esquerda que não teme dizer seu nome”, Vladimir Safatle tem sido um dos mais notáveis intelectuais a discutir as questões filosóficas e morais da esquerda mundial. Os desafios impostos pela modernidade e pela crise do capitalismo internacional são alguns dos temas que o professor de filosofia da USP abordou em entrevista ao Brasil de Fato.



Confira abaixo a entrevista.


Brasil de Fato - O senhor demonstrou no seu livro A esquerda que não teme dizer seu nome que a principal luta política é pela redução das desigualdades socioeconômicas e que a esquerda deve ser “indiferente às diferenças”. E que um plano político orientado sob a perspectiva do igualitarismo poderia ser, por exemplo, a determinação de um “salário máximo”, de até vinte vezes o valor do salário mínimo. A proposta de uma política da indiferença de um Estado pós-identitário é possível atualmente no Brasil?


Vladimir Safatle - A ideia de um salário máximo foi apenas um exemplo visando mostrar como políticas de combate à desigualdade podem ser aprofundadas. Na verdade, diria que a luta política deve ser dupla. Por um lado, pela limitação brutal das desigualdades econômicas. Por outro, pela compreensão de que as sociedades contemporâneas são animadas por “zonas de indiferença cultural”. Isto passa por quebrar a compreensão da cultura como ponto de clivagem da vida social. Temos atualmente a tendência de acreditar que sociedades complexas são assombradas por diferenças culturais profundamente irreconciliáveis, com esta que passaria, por exemplo, entre comunidades muçulmanas de imigrantes pobres e classe média “cosmopolita” dos grandes centros europeus. No entanto, a única maneira de superar tais pontos de colisão passa por mostrar como as diferenças externas entre dois grupos são, no fundo, diferenças internas a cada um deles. Por exemplo, não há nada parecido com uma “visão islâmica de mundo”. Ela é tão clivada e contraditória quanto as diferentes visões de mundo que podem existir entre um evangélico convicto e um cristão que há anos não passa na porta de uma igreja. Insistir nestes pontos é uma estratégia possível para impedir que pretensas diferenças culturais se transformem no bloqueio da vida social.