"...ou há fraudes ou há falhas técnicas grosseiras nas pesquisa de um ou mais institutos. Mas de qualquer forma é muito grave, já que estamos falando de uma eleição para presidente num dos maiores países do mundo.
O que chama a atenção da sociedade é que em todas essas discrepâncias demonstradas os números do Vox Populi é a favor da candidata Dilma e os números do Ibope ou do Datafolha são contra Dilma. O que aumenta a desconfiança de fraude de um lado ou de outro..."
Os resultados das pesquisas eleitorais para Presidência da República divulgadas nesta semana mostraram resultados divergentes entre os institutos.
Poder-se-ia considerar um ponto fora da curva, bastando desprezá-la, como faz o júri nas Olimpíadas, na tabulação das notas, desprezando-se a maior e a menor nota com o objetivo de evitar possíveis parcialidades.
Todavia não é este o caso, pois as pesquisas eleitorais são regidas por uma legislação específicas e é feita, pelo menos teoricamente, com todo o rigor metodológico e estatístico estabelecidos por critérios científicos.
O rigor metodológico estabele que os resultados devem estar compreendido dentro de um intervalo, chamado de intervalo de confiança, dentro do qual o resultado é confiável.
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Os institutos trabalham, com a concordância do cliente que os contratam, com uma probabilidade de 95% que na teoria da amostragem, compreende uma distancia de dois desvios padrões em torno da média, ou seja, entre a nota com 2 desvios padrões a menos que a média e o valor com 2 desvios padrões acima da média.
De modo que o insituto garante, respaldado num elevadíssimo grau de confiança (95%) que o resultado real, estará na faixa entre os valores limites das margens de erro (distancia de 4 pontos percentuais)
NÃO HÁ COMO EXPLICAR O INEXPLICÁVEL
Os resultados da candidata Dilma apresenta uma certa "cristalização", variando um ponto para cima ou um pouco para baixo, tanto na dimensão tempo, quanto olhamos os diferentes institutos. Portanto, essas diferenças acabam situando-se dentro das margens de erro das diversas pesquisas, quando muito no limite dessas margens.
Mas com relação à candidata Marina, a coisa muda de figura. Enquanto o ibope apresentou 30% de intenção de votos da amostra pesquisada, o Vox Populi apresentou tão somente 22%. Uma diferença absurda do ponto de vista estatístico, se a metodologia foi aplicada adequadamente.
O Intervalo de Confiança apurado pelo Ibope situa-se entre 28% e 32%. Isso significa que há 95% de probabilidade de que o resultado real, na prática, fique nesse intervalo.
O intervalo de Confiança apurado pelo Vox Populi situa-se entre 19,8% e 24,2%, já que este instituto estima o erro amostral em 2,2%.
Constatamos ai um vácuo absurdo de de 3.8% de distância entre o valor mínimo do invervalo de confiança do Ibope (28%) e o valor máximo do intervalo de confiança do Vox Populi (24,2%).
A probabilidade de que o resultado, do ponto de vista do Ibope, fique abaixo do limite mínimo do erro amostral ou seja, 28%, é de 2,5% (cauda esquerda da curva normal). Mas quanto mais distante desse limite, menor é a probabilidade, ou seja, a probabilidade de ocorrência de votos ficar abaixo dos 24,2% (limite máximo da Vox Populi) é perto de zero segundo a versão Ibope.
DATAFOLHA É O "PONTO FORA DA CURVA" NO SEGUNDO TURNO
No segundo turno o problema se repete, mas neste caso é com a própria Dilma. Enquanto o Ibope mostrou 41% de intenção de votos, o Vox Populi revelou 46%. Novamente o intervalo de confiança de ambas as pesquisas não se cruzam, mostrando novamente que há problemas também no segundo turno.
Na verdade, a discrepância maior no segundo turno é entre o Vox Populi e o Datafolha, na apuração da intenção de votos de Marina. Enquanto o Datafolha mostra 46% o Vox Populi apurou apenas 39%. Novamente ocorrendo um vácuo entre os dois intervalos de confiança. O único atenuante neste caso, é que há uma diferença de praticamente uma semana de diferença entre as duas pesquisas.
A BOLHA ELEITORAL MARINA SILVA ESTARIA MURCHANDO?
O resumo da ópera é: ou há fraudes ou há falhas técnicas grosseiras nas pesquisa de um ou mais institutos. Mas de qualquer forma é muito grave, já que estamos falando de uma eleição para presidente num dos maiores países do mundo.
O que chama a atenção da sociedade é que em todas essas discrepâncias demonstradas os números do Vox Populi é a favor da candidata Dilma e os números do Ibope ou do Datafolha são contra Dilma. O que aumenta a desconfiança de fraude de um lado ou de outro.
A hipótese de erro grosseiro é mais frágil. Primeiro porque estamos falando dos mais sofisticados institutos de pesquisas do país. Todos donos de um know how inquestionável. Depois, se fosse um caso de erro, diante das divergências expostas, o instituto que tenha cometido o erro, já teria corrigido o erro e se retratado perante a sociedade.
A hipótese de uma bolha artificial criada pela oposição, a mídia e os institutos de pesquisas volta à tona e caberia uma auditoria dessas pesquisas envolvendo todas as fases, desde o planejamento, a definição de perfil de amostra, a análise dos questionários, a checagem da conduta dos pesquisados em campo, a tubulação dos dados, o relatório final e a análise e apresentação dos resultados finais.