quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Ipea: Situação de extrema pobreza teve redução de 63% nos últimos 10 anos


Só em 2013 e 2014 a redução da miséria foi de 30%


Foto de Sebastião Salgado
A taxa de pobreza extrema na última década teve redução de 63%. A conclusão é do estudo "Pnad 2014 - Breves análises", uma nota técnica feita com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), lançado nesta quarta-feira (30) pela Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea). 

De acordo com o estudo, 2,48% da população estava em situação de extrema pobreza em 2014, índice 63% menor que em 2004. De 2013 a 2014, a taxa de pobreza extrema caiu 29,8%, "uma redução importante", ressalta o texto, que associa a queda à manutenção do aumento da renda e redução das desigualdades, bem como o aumento da escolaridade e das condições gerais de vida do brasileiro e a diminuição das brechas que separam negros de brancos, mulheres de homens e trabalhadores rurais de urbanos.
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"A preços de junho de 2011, a média (da renda domiciliar per capita) passou de R$ 549,83/mês em 2004 para R$ 861,23/mês em 2014 (a deflação é feita pelo INPC, ajustado de acordo com o Texto para Discussão 897). O crescimento real foi de 56,6%, 4,6% ao ano. Levando os valores para preços de dezembro de 2011, pode-se usar o fator de Paridade do Poder de Compra para consumo privado, calculado pelo Banco Mundial, para converter os valores de reais para dólares internacionais. Multiplicando o valor mensal obtido por 12, e dividindo por 365, tem-se que a renda média passou de US$ 11,13/dia para US$ 17,44/dia", aponta o relatório.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

14 de Dezembro, Dia Nacional de Combate à Pobreza


No últimos anos, o Brasil reduziu em 50% o número de pessoas que passam fome e em 75% a pobreza extrema, graças aos programas sociais e investimentos em políticas públicas focadas em desenvolvimento humano e social.  

Parte do mandato do PNUD, a erradicação da pobreza é um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que entrarão em vigor a partir do dia 1º de janeiro de 2016. 


Dos ODM aos ODS



O documento final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20 dispõe que o desenvolvimento de objetivos e metas, tal qual aplicado em relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, seria útil na busca do desenvolvimento sustentável, por meio de ações focadas e coerentes. 

Decidiu-se estabelecer um processo intergovernamental inclusivo e transparente que fosse aberto a todos, com vistas a elaborar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Após mais de três anos de discussão, os líderes de governo e de estado aprovaram, por consenso, o documento “Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável”. A Agenda é um plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Ela busca fortalecer a paz universal com mais liberdade, e reconhece que a erradicação da pobreza em todas as suas formas e dimensões, incluindo a pobreza extrema, é o maior desafio global ao desenvolvimento sustentável.

A Agenda consiste em uma Declaração, 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e as 169 metas, uma seção sobre meios de implementação e de parcerias globais, e um arcabouço para acompanhamento e revisão.
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O conjunto de objetivos e metas demonstram a escala e a ambição desta nova Agenda universal. Os ODS aprovados foram construídos sobre as bases estabelecidas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), de maneira a completar o trabalho deles e responder a novos desafios. São integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimento sustentável: a econômica, a social e a ambiental.

Aprovados na Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (25-27 de setembro 2015), a implementação dos ODS será um desafio, o que requererá uma parceria global com a participação ativa de todos, incluindo governos, sociedade civil, setor privado, academia, mídia, e Nações Unidas.

Os esforços conjuntos para o alcance dos ODM até o fim de 2015 não se encerrarão nessa data. As ações do PNUD a partir de então estarão alinhadas com os ODS, tendo em mente a necessidade da finalização do trabalho no âmbito dos ODM, visando “não deixar ninguém para trás” no processo de desenvolvimento sustentável.

Estamos determinados, no espírito da Agenda 2030, a tomar medidas ousadas e transformadoras que se necessitam urgentemente para pôr o mundo em um caminho sustentável e resiliente.


Os cinco P´s da Agenda 2030




Do global para o local

Os ODS, embora de natureza global e universalmente aplicáveis, dialogam com as políticas e ações nos âmbitos regional e local.

Na disseminação e no alcance das metas estabelecidas pelos ODS, é preciso promover a atuação dos governantes e gestores locais como protagonistas da conscientização e mobilização em torno dessa agenda.

O PNUD Brasil continuará contribuindo para o desenvolvimento de capacidades em âmbito local - como tem feito com os ODM (ver portalodm.com.br e atlasbrasil.org.br) - visando à implementação e ao monitoramento dos ODS.
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FONTE: ONU/ONUD

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Žižek: O ateísmo é um legado pelo qual vale a pena lutar

Por Slavoj Žižek
"A única maneira de demonstrar verdadeiro respeito a Deus é agir moralmente ignorando sua existência." (David Hume)

No contexto do lançamento do aguardado O absoluto frágil, ou, porque vale a pena lutar pelo legado cristão, de Slavoj Žižek, recuperamos este artigo do filósofo esloveno que procura reabilitar, da perversa ética multiculturalista do capitalismo contemporâneo, o núcleo emancipatório do ateísmo. Ao invés de se relacionar de forma exterior com a religião – sucumbindo assim à armadilha da “tolerância” –, Žižek subverte a abordagem e propõe levarmos a crença a sério e cobrar dos crentes a responsabilidade sobre aquilo em que creem. É esta perspectiva avessa ao lugar comum que anima também O absoluto frágil, um ensaio explosivo que defende uma aproximação entre o cristianismo e o marxismo num projeto político emancipatório renovado. Nas palavras do esloveno: “O primeiro paradoxo da crítica materialista da religião é este: às vezes é muito mais subversivo destruir a religião a partir de dentro, aceitando sua premissa básica para depois revelar suas consequências inesperadas, do que negar por completo a existência de Deus.” Confira!

* * *

Por séculos, nos foi dito que sem religião não somos mais do que animais egoístas lutando pelo nosso quinhão, nossa única moralidade a de uma matilha de lobos; apenas a religião, dizem, pode nos elevar a um nível espiritual mais alto. Hoje, quando a religião emerge como a fonte de violência homicida ao redor do mundo, garantias de que fundamentalistas cristãos ou muçulmanos ou hinduístas estão apenas abusando e pervertendo as nobres mensagens espirituais de seus credos soam cada vez mais vazias. Que tal restaurar a dignidade do ateísmo, um dos maiores legados da Europa e talvez nossa única chance de paz?
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Mais de um século atrás, em Os Irmãos Karamazov e outras obras, Dostoiévski alertava sobre os perigos de um niilismo moral sem deus, defendendo essencialmente que, se Deus não existe, então tudo é permitido. O filósofo francês André Glucksmann até mesmo aplicou a crítica de Dostoiévski do niilismo sem deus ao 11 de setembro, como sugere o título de seu livro, Dostoiévski em Manhattan.

O argumento não poderia estar mais errado: A lição do terrorismo atual é que, se Deus existe, então tudo, incluindo explodir milhares de espectadores inocentes, é permitido – pelo menos àqueles que alegam agir diretamente em nome de Deus, já que, claramente, uma ligação direta com Deus justifica a violação de quaisquer refreamentos e considerações meramente humanos. Resumindo, os fundamentalistas não se tornaram diferentes dos comunistas Stalinistas “sem deus”, para os quais tudo foi permitido, já que viam a si mesmos como instrumentos diretos de sua divindade, a Necessidade Histórica do Progresso em Direção ao Comunismo.

Fundamentalistas fazem o que veem como boas ações de forma a satisfazer o desejo de Deus e ganhar a salvação; ateus o fazem simplesmente porque é a coisa certa a fazer. Não seria essa também nossa experiência mais elementar de moralidade? Quando faço uma boa ação, não a faço visando ganhar um favor de Deus; faço porque, se não fizesse, não poderia me olhar no espelho. Uma atitude moral é por definição sua própria recompensa. David Hume argumentou isso pungentemente quando escreveu que a única maneira de demonstrar verdadeiro respeito a Deus é agir moralmente ignorando sua existência.

Dez anos atrás, Europeus debatiam se o preâmbulo da Constituição Europeia deveria mencionar o cristianismo. Como de costume, um meio termo foi arranjado, uma referência em termos gerais à “herança religiosa” da Europa. Mas onde estava o legado mais precioso da Europa, o do ateísmo? O que faz da Europa moderna única é que ela é a primeira e única civilização em que o ateísmo é uma opção plenamente legítima, e não um obstáculo a qualquer posição pública.

O ateísmo é um legado europeu pelo qual vale a pena lutar, não menos por criar um espaço público seguro para os que creem. Considere o debate que inflamou-se em Ljubljana, a capital da Eslovênia, meu país natal, conforme a controvérsia constitucional fervia: muçulmanos (em sua maioria trabalhadores imigrantes das antigas repúblicas Iugoslavas) devem ter permissão para construir uma mesquita? Enquanto os conservadores opunham-se à mesquita por razões culturais, políticas e até arquitetônicas, a revista semanal liberal Mladina foi consistentemente explícita em seu apoio à mesquita, em continuar com suas preocupações pelos direitos daqueles que vinham de outras antigas repúblicas Iugoslavas.

Não surpreendentemente, dadas as atitudes liberais, Mladina também foi uma das poucas publicações eslovenas a republicar as caricaturas de Maomé. E, reciprocamente, aqueles que demonstraram maior “compreensão” pelos violentos protestos muçulmanos causados por aqueles cartuns foram também aqueles que regularmente expressavam sua preocupação com o futuro do cristianismo na Europa.

Estas alianças estranhas confrontam os muçulmanos da Europa com uma escolha difícil: A única força política que não os reduz a cidadãos de segunda classe e os concede o espaço para expressar sua identidade religiosa são liberais ateus “sem deus”, enquanto aqueles mais próximos a suas práticas religiosas sociais, seu reflexo cristão, são seus maiores inimigos políticos.

O paradoxo é que os únicos verdadeiros aliados dos muçulmanos não são aqueles que primeiramente publicaram as caricaturas para chocar, mas aqueles que, em defesa do ideal da liberdade de expressão, republicaram-nas.

Enquanto um verdadeiro ateu não tem necessidade de apoiar sua própria posição provocando crentes com blasfêmia, ele também se recusa a reduzir o problema das caricaturas de Maomé ao respeito às crenças de outras pessoas. O respeito às crenças dos outros como o valor maior só pode significar uma de duas coisas: Ou tratamos o outro de forma condescendente, evitando magoá-lo para não arruinar suas ilusões, ou adotamos a posição relativista de vários “regimes da verdade”, desqualificando como imposição violenta qualquer posição clara em relação à verdade.

Mas que tal submeter o Islã – junto com todas as outras religiões – a uma respeitosa, mas por isso mesmo não menos implacável, análise crítica? Essa, e apenas essa, é a maneira de mostrar verdadeiro respeito aos muçulmanos: tratá-los como adultos responsáveis por suas crenças.

* Publicado originalmente em inglês no The New York Times em 13 de março de 2006. A tradução, ligeiramente modificada, é de Ale GM para o Bule Voador.
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Blog da Boitempo

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Como a CIA promove a derrubada de governos

Por Marco Weissheimer


"A ideia é que o governo imploda e que isso cause caos. Com o país em caos, é possível recorrer a meios mais extremos." (Raúl Capote)


A missão da CIA para Raúl Capote era formar líderes universitários e criar o projeto “Genesis”, com o objetivo de estabelecer em Cuba a estratégia do “golpe suave”, elaborada por autores como Gene Sharp.  (Foto: Guilherme Santos/Sul21)

Entre 2004 e 2011, o escritor e professor cubano Raúl Antonio Capote Fernández atuou, a pedido da inteligência cubana, como agente duplo infiltrado na CIA. Raúl Capote foi contatado muito jovem por pessoas ligadas à agência de inteligência norte-americana e convidado a participar de um projeto que pretendia criar uma “oposição de novo tipo” em Cuba, capaz de, após o desaparecimento de Fidel Castro, iniciar uma “revolução suave” que acabasse por derrubar o governo de Havana. A sua missão era formar líderes universitários e criar o projeto “Genesis”, com o objetivo de estabelecer em Cuba a estratégia do “golpe suave”, elaborada por autores como Gene Sharp.

Em entrevista ao Sul21, Raúl Capote conta essa experiência, relata como ela fracassou em Cuba e diz que ela já foi aplicada em países como Venezuela, Irã e Líbia e que segue sendo implementada em diversas regiões do mundo. “A ideia da guerra não violenta consiste em ir solapando os pilares de um governo até que ele imploda. O objetivo não é fazer com que um governo renuncie. Se isso acontecer, o projeto fracassou. A ideia é que o governo imploda e que isso cause caos. Com o país em caos, é possível recorrer a meios mais extremos”, assinala.

Raúl Capote veio a Porto Alegre a convite da Associação Cultural José Martí/RS para participar de uma série de encontros e debates. Ele mantém o blog El Adversário Cubano, onde conta outros detalhes sobre essa história e sobre outras “guerras não violentas” em curso no planeta.

Sul21: Como é que você começou a trabalhar com assuntos de segurança em Cuba e sob que circunstâncias se tornou um agente duplo, atuando infiltrado na CIA?

Raúl Capote: Isso começou em 1986. Eu era um jovem inquieto e rebelde que fazia parte de uma organização chamada Associação Hermanos Saiz, que agrupava jovens poetas, pintores e escritores. Esse espírito rebelde para nós era algo muito natural. Fomos ensinados a ser assim. Creio

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Brasil pode ser o primeiro País a liberar semente Terminator

Por Sue Brandford


Projeto de lei avança no Congresso e pode disseminar sementes propositalmente estéreis produzidas por multinacionais

As Terminator são sementes modificadas geneticamente para ficarem estéreis a partir da 2ª geração


 Grupos de lobby costumam se aproveitar de governos enfraquecidos, e o Brasil não é exceção. Em meio à atual crise política, a bancada ruralista no Congresso se movimenta para aprovar um projeto de lei que modificaria a Lei de Biossegurança. Se aprovado, o PL 1117 fará do Brasil o primeiro país no mundo a legislar em favor do cultivo comercial de plantas propositalmente estéreis, afrouxando a proibição às chamadas sementes Terminator.

Ambientalistas acreditam que o PL, hoje avançando no Congresso com pouca discussão, representa uma das maiores ameaças de todos os tempos à biodiversidade brasileira.

A intenção da bancada ruralista não é nova. Desde a aprovação da Lei de Biossegurança em 2005 esses parlamentares tentam liberar o cultivo de plantas Terminator. A diferença desta terceira tentativa é que nunca as chances de aprovação foram tão grandes.
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O filho da ministra de Agricultura, Kátia Abreu, Irajá Abreu (PSD-TO) apresentou o primeiro projeto de lei em 2005 e hoje comanda a Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. É nesta comissão que Alceu Moreira (PMDB-RS) apresentou o novo texto.

domingo, 8 de novembro de 2015

Deputados rejeitam medidas de Combate à Corrupção

Por André Barrocal


Medida apresentada por Joaquim Levy foi recomendada pela OCDE em um esforço global contra sonegadores


O ministro da fazenda Joaquim Levy e o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, divulgam relatórios sobre o Brasil

A Organização Para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) é um clube de países ricos atualmente empenhado em disseminar pelo mundo propostas de combate à sonegação de impostos. Em viagem ao Brasil nos últimos dias, seu secretário-geral, Angel Gurría, tratou do assunto com Dilma Rousseff e com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Deve ter voltado para a casa decepcionado.

Enquanto Levy e Gurría reuniam-se na terça-feira 3, a Câmara derrubou uma proposta anti-sonegação apresentada pelo Ministério da Fazenda por inspiração da OCDE. A proposta obrigava os contribuintes a informar uma vez por ano à Receita Federal todas as operações feitas para pagar menos imposto, o chamado planejamento tributário. Nada feito: 239 deputados votaram contra e só 169, a favor.
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Na justificativa enviada ao Congresso junto com a proposta, Levy dizia que a “medida estimula uma postura mais cautelosa por parte dos jurisdicionados [contribuintes] antes de fazer uso de planejamentos tributários agressivos”.

O governo anda surpreso com o tamanho da criatividade empregada pelos contribuintes para fugir do

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Leviatã de Toga, a Ditadura do Judiciário

Por Paulo Franco


O processo de formação de um caos no imaginário coletivo vem num crescendo há alguns anos, aumentando a temperatura, a intolerância, a violencia, cenário que lembra os anos 30 da alemanha nazista.  É nítida a intenção da elite dominante transformar, pelo menos no imáginario social, o Brasil numa Venezuela, numa Ucrânia, num Egito e outros palcos de convulsão social.

Diferentemente do século passado, as armas usadas pela elite burguesa, a classe dominante não são bélicas, mas brancas, o TCU, o Parlamento,  e o mais feroz: a Justiça entendida aqui como a magistratura, o Ministério Público e até a Polícia Federal.

Iniciou-se com o STF e MPF sob a liderança do Supremo Juiz Inquisidor, Joaquim Barbosa e agora desceu para a primeira instância na república do Paraná, sob a liderança do Juiz Sérgio Moro.
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Moro, discípulo de Joaquim Barbosa, ambos maquiavélicos e cópias exponenciadas do mais famoso inquisidor dos tempos da terrível "Santa" Inquisição espanhola: Tomás de Torquemada.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ENEM revela: estamos vivendo tempos de Alexandria


O ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio, demonstrou nesta edição que os segmentos conservadores do Brasil pensa como estívessemos no século 4 da Era Cristã.

O tema da redação foi: "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira".  Vejam o que disse a professora do Objetivo, Maria Aparecida Custódio.

"Defender a violência de qualquer pessoa é se colocar na contramão dos direitos humanos, e do próprio edital do Enem. Qualquer proposta que venha a fazer tem que contemplar os direitos humanos. Qualquer violência física, verbal ou psicológica é indefensável
A gente pode comparar o Enem a um fórum de debates sobre direitos e deveres dos cidadãos. É como se o Enem convocasse 7 milhões de estudantes para discutirem uma questão, e uma questão social pertinente como a violência da mulher. Acredito que foi uma escolha muito feliz do tema porque ainda não conseguimos vencer essa chaga tão horrorosa. A aplicação da lei ainda não se efetivou."

Neste vídeo de 5 minutos Carl Sagan, conta sucintamente como Hypatia, uma brilhante mulher, intelectual, pesquisadora, filosofa, médica, avançada para sua época foi morta, linchada, e esfolada viva. 

Sagan fala da destruição da maior biblioteca da época de dos tesouros de conhecimentos científicos, filosóficos e literários perdidos para sempre.

Tudo em função do das disputas insanas pelo poder, onde o cristianismo avançava como um rolo compressor, sobre as culturas vigentes (pagãs).

Os tempos são outros, mas a essência mostra uma terrivel semelhança quando alguns fatos começam a ficar conflitantes, como a ideologia, a religião, a etnia.  Mas se considerarmos o nível civilizatório do mundo de hoje, as posições que determinados segmentos da sociedade como os extremistas de direita e os fundamentalistas religiosos, a magnitude não é tão diferente. 





quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O Mau Ladrão

Por Maria Luzia Fonseca


Por enquanto, a justiça já farejou mais de 60 milhões de lascas pertencentes a família Cunha, pulverizados em contas nas estranjas, tudo em nome do pai, da filha e da espírita santa dos olhos esbugalhados.

Satanás, quem não o sabe, é um dos maiores verbetes do nosso dicionário. um nome cheio de apelidos: diabo, demônio, cão, capeta, capiroto, coisa ruim, canhoto, sete peles....

Dir-se-ia que ninguém fala o seu nome em vão. 

Deus não, Deus é um chiclete que tá na boca de todo mundo.

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Escroques, falsificadores, ladrões, falsários, taradinhos do impeachment, rufiões, achacadores e bandidos em geral estão sempre a usar o nome de Deus para encobrir os seus mal feitos. 

Foi Deus quem me deu, Deus me ajude, Deus me livre, valha-me Deus...

Eduardo Cunha, soubemos a pouco, foi muito mais longe em sua infame blasfêmia e registrou diversos domínios na internet com o nome de Jesus, que é a face humana do Pai, uma espécie de Deus de vestidão e cabelo comprido. 

O nobilíssimo deputado registrou nada menos que 287 endereços eletrônicos em nome do Nazareno.

Mas por que diabos Cunha fez esse milagre da multiplicação ponto com, todos nos perguntamos atônitos.

Soubemos agora. 

Somente em um destes domínios, o Jesus ponto com, Cunha registrou uma frota de carros de luxo. Um desaforo. 

Abrir uma firma em nome do Mestre é coisa que padres e pastores fazem há muito,  mas Cunha foi longe demais.

Jesus, além de desconhecedor da cibernética, não era chegado ao comércio. 

Pedro, está no Livro, tinha lá uma firma de pesca, ele tinha inclusive dois funcionários. 

O que fez o mestre ao encontrá-lo na labuta? aconselhou Pedrão a abandonar o negócio e sair por aí com ele, a pescar almas, gratuitamente.

O Mestre, todos o sabemos, era um cara simples, meio hiponga até. 

No domingo de ramos, voltemos ao Livro, ele fez sua entrada triunfal em Jerusalém montado, veja o detalhe, no lombo de um singelo jumentinho.

Cunha, por sua vez, chega a um culto evangélico montado num Porsche com tração de mil cavalos puríssimo sangue.  Veja o disparate.

E mais, por enquanto, a justiça já farejou mais de 60 milhões de lascas pertencentes a família Cunha, pulverizados em contas nas estranjas, tudo em nome do pai, da filha e da espírita santa dos olhos esbugalhados.

Como um bom cristão, Cunha também carregava uma Cruz, bem maquiada, feita de madeira de lei caríssima e sempre com os olhos bem abertos.

É por isso que eu digo, acredito no que vem de Deus, mas não no que vende Deus.

Mas o castigo, vindo de jumento ou de Porsche, uma hora chega.


Enquanto estava por cima da carne seca, achacando corruptos e arregimentando seus apóstolos apóstatas, atraídos por sua gorda conta bancária, sua vida de luxos e sua cara de pau, todos lhe davam tapinhas nas costas.

Agora, com o rabo preso e temendo uma deduração premiada, só o Paulinho lhe dá força.

Aécio, grafemos em minúscula, que costumava desfilar fagueiro e jactancioso ao lado de Cunha, com os olhos tão esbugalhados quanto o da madame Cruz, de repente sumiu.


Os milhões de Cunhas que desfilavam nas ruas com camisas da CBF, de repente resolveram botar uma sunga e ir a praia.

Nas igrejas, agora, só se fala em Jesus e no diabo, de política não se fala mais, até segunda ordem.

Até o onipresente Poncius Mendes Pilatus já mandou um office boy trazer uma bacia com água morna para por as santíssimas mãos de molho. 

A batata de Cunha assou.

Enlameado, nu, pego com a boca na botija, Eduardo Cunha caminha solitário para o patíbulo.  Não, Jesus não vai perdoá-lo como o fez com Dimas. 

Na hora fatal, Cunha ouvirá em sua consciência - em tom de escárnio - a reverberante e divina voz de Jesus a repetir o desaforo que o mau ladrão lhe disse antes da morte, no Gólgota: 

"salva-te a ti mesmo".
palavra da salvação.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Não aprendi muito com "Que horas ela volta?"

Por Ingrid Fagundez



Em seu escritório, na sede do sindicato dos empregadores domésticos do Estado de São Paulo, Margareth Carbinato balança a cabeça a cada cena em que Jéssica enfrenta os patrões da mãe, a empregada Val, interpretada por Regina Casé no filme "Que Horas Ela Volta?", de Anna Muylaert.

Jéssica senta na cama do quarto de hóspedes, testando o colchão. "Ninguém dorme aqui?". Na exibição do longa, acompanhada pela sãopaulo, o olhar de Margareth é de reprovação. "Não é porque o doméstico reside na casa que vai poder tomar certas liberdades como se fosse um hóspede. "
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Presidente de honra e fundadora do sindicato, ela diz que "está faltando no ser humano cada um saber o seu lugar" e critica o que considera falta de profissionalismo das domésticas.


sãopaulo - O filme é factível? Gostou?

Margareth Carbinato - Não é comum patrão acolher parentes de empregada. Acho que quem escreveu o filme quis dar uma conotação do patrão querendo se impor, mas não quero acreditar nisso, porque na casa o dono deve colocar a ordem. A [Regina] Casé estava maravilhosa, fez o papel de uma empregada consciente. Se sentiu oprimida pelas atitudes da filha. Houve um "abuso" da menina. Gostei do papel da patroa porque ela foi até onde suportou e não ofendeu. Não aprendi muita coisa com o filme e acho que você sempre tem que extrair uma mensagem. Não entendi a mensagem.

Os empregadores se colocam no lugar da patroa no filme?

É muito fácil você criticar. A Bárbara não tem nada de vilã. Coloque-se no lugar dela, absorva o que aconteceu com ela, na casa dela, para depois falar alguma coisa. Ninguém, em sã consciência, gostaria de ter uma situação dessa na própria casa.

Do que os patrões costumam reclamar no sindicato?

A queixa é a seguinte: tem empregado que desaparece do emprego e entra na Justiça falando que o

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Freio de Arrumação no STF

Por Walter Fanganiello Maierovitch


“Quem tem poder, dinheiro e amizades pode mandar a Justiça tomar no ...”


Certa vez, uma frase chamou a atenção de uma jornalista italiana designada para elaborar matéria sobre correlações entre a Cosa Nostra e a política. À época, a Comissão Parlamentar Antimáfia preparava-se para iniciar trabalhos investigativos em face de a Cosa Nostra haver fuzilado – em represália às condenações definitivas saídas do maxiprocesso instruído pelo magistrado Giovanni Falcone –, o europarlamentar Salvo Lima, da Democracia Cristã (DC), braço direito de Giulio Andreotti, sete vezes primeiro-ministro, posteriormente condenado por associação externa à máfia, reconhecida a prescrição.

A frase alertava sobre a força da criminalidade dos poderosos e dos potentes, ou seja, dos órgãos detentores de parcela de poder do Estado (políticos), dos agentes das suas autoridades (funcionários públicos) e, quanto aos potentes, dos empresários dedicados a atuações parasitárias e corruptoras. Em resumo, poderosos e potentes unidos, em concurso interno e externo, com mafiosos. A frase: “Quem tem poder, dinheiro e amizades pode mandar a Justiça tomar no ...”
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A cada lance da Operação Lava Jato pode-se notar a movimentação de um rolo compressor, no interesse de potentes e poderosos, das máfias brasileiras, estas registradas e estabelecidas como pessoas jurídicas. A meta é alcançar a impunidade e, para isso, procuram desacreditar as forças de ordem, os procuradores do Ministério Público e o magistrado Sergio Moro.

Especialistas em turvar águas com poluentes apocalípticos, há pouco difundiram, depois de recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), estar próximo o fim da competência jurisdicional do juiz Moro, com anulação das suas decisões, suspeitos soltos, incluídos empreiteiros custodiados preventivamente sob fundamento de reiterações criminosas. A verdade é outra.

Como Corte constitucional, o STF, por expressiva maioria de votos (8 x 2), teve de puxar o “freio de arrumação” da Lava Jato. Tudo à luz do princípio do “juiz natural”, àquele pré-constituído por lei. O “juiz natural” afasta os “tribunais e juízes de exceção” e, a propósito, vale recordar o repto da filósofa alemã Hannah Arendt em face do julgamento do nazista Adolf Eichmann, por um tribunal ad hoc de Jerusalém.

Com efeito, as increpações ao senador paulista Aloysio Nunes Ferreira e ao ministro Aloizio Mercadante surgiram de relatos colhidos na Lava Jato, mas sem nenhuma ligação com o “petrolão”. As suspeitas contra a senadora Gleisi Hoffmann referem-se a fatos nascidos no Ministério do Planejamento. Pela falta de conexão ou continência com o “petrolão”, cujo “juiz natural” para os detentores de foro privilegiado é o relator, ministro Teori Zavascki, a redistribuição a outro ministro era mesmo de rigor. No caso Hoffmann, e com certo suspeito sem foro por prerrogativa de função, os autos suplementares foram enviados à Justiça Federal de São Paulo.

Nessa arrumação, o STF deixou patente valer, como regra fundamental sobre competência jurisdicional, a do “lugar da infração”: locus delicti commissi. Tal regra só pode ser modificada, alterada, pela conexão ou continência e não viu o STF conexão entre o “petrolão” e o caso Gleisi Hoffmann.

Por evidente, o “petrolão” não vai sair da jurisdição do juiz Moro. Não sairá porque ela ficou preventa. A prevenção, como critério de fixação de competência, dá-se em favor do juiz que atuou em primeiro lugar, dentre vários outros magistrados igualmente competentes: o “petrolão” restou descoberto em Curitiba, numa investigação sobre doleiros instalados num posto de gasolina. Coube ao juiz Moro despachar em primeiro lugar.

Quanto ao apelidado “eletrolão”, o juiz Moro deu-se por competente em razão da conexão. O STF ainda não se manifestou e existem recursos de parte acusada ao Tribunal Regional Federal. Quando a incompetência de um juiz é reconhecida, convém recordar, são declarados os atos anulados e os aproveitáveis.

Ao acionar o “freio de arrumação, o STF decidiu tecnicamente e nenhum ‘bill’ de indenidade lançou-se a beneficiar suspeitos poderosos e potentes.

Para o futuro – e como no sistema processual brasileiro casos a envolver associações delinquenciais constituídas por potentes e poderosos são julgados por órgão monocrático –, pode-se pensar em reformas judiciárias. Já que se fala muito na célebre Operação Mãos Limpas, que apurou a corrupção na política partidária italiana, convém frisar ter sido ela investigada pela Magistratura do Ministério Público de Milão. As medidas cautelares foram decididas por um juiz de instrução preliminar. O julgamento em primeiro grau foi colegiado, pelo Tribunal de Milão: os crimes denunciados não permitiam julgamento por um só juiz, como se dá no Brasil.
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FONTE: Facebook do autor


domingo, 4 de outubro de 2015

LULA? Mas não deveria ser Eduardo Cunha?

Por Paulo Franco


Você tem consciência do quão bandidas são estas revistas? Você tem consciência do quão mafiosos são os coronéis da imprensa brasileira?

Se você respondeu sim, então seu sentimento em relação a eles e a estas revistas é de repúdio, de asco, de aversão e total descrédito. 

Se você respondeu que não concorda com essa concepção, então das duas, uma: Ou você é, simplesmente uma pessoa ingênua, totalmente manipulada em consequência de sua ideologia e da falta de senso crítico, ou então, você deve você se identifica com os padrões éticos e morais dos jornalistas e dos proprietários desses veículos.

O grande fato que marcou esta semana foi a revelação pelo chefe do  MPF, Rodrigo Janot, Procurador Geral da República,  que Eduardo Cunha tem contas na Suíça no valor de 5 milhões de dólares, em seu nome e em nome de parentes, usados como laranjas. 
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Como todos nós já sabemos, Eduardo Cunha é o Presidente da Câmara Federal. Conforme reza a Constituição Federal, ele é o primeiro substituto da Presidência da República, na ausência do Presidente e do vice-presidentes eleitos.  É portanto um dois mais importantes cargos da república.

Eleger como objetivo único,  a destruição do PT, de Lula e de Dilma, apontando para eles toda a sua artilharia, num bombardeio ininterrupto já é "normal", mas a edição deste fim de semana surpreendeu até os mais fanáticos anti petistas. 

Estas revistas, simplesmente, ignoraram a importância tanto desta denúncia como a importância do denunciado  e coloca em sua capa Lula e Dilma. Sendo que Lula, vestido de prisioneiro.

Tudo bem, que Eduardo Cunha seja hoje o grande lider da Oposição atualmente, que tem um relacionamento promiscuo com a mídia e setores empresariais, mas mesmo assim é inconcebível desprezar um acontecimento tão escandaloso, com repercussões em toda a imprensa internacional. 

Esta revista demonstra, de forma acintosa, o quanto é anti ética, imoral,  anti democrática e criminosa. E você, vai continuar se alinhando com essa podridão?






sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Hoje na História: 2/10/1968 - O Massacre de Tletelolco

Por Max Altman

Em 2 de outubro de 1968, apenas dez dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos do México, estudantes se reúnem no centro da capital, em um local chamado Tlatelolco. O exército e a polícia, munidos de carros blindados e tanques, enfrentam os manifestantes. Abrem fogo contra a multidão deliberadamente. O resultado são cerca de 300 mortos, entre manifestantes e transeuntes. 


Em 2 de outubro de 1968, apenas dez dias antes da abertura dos Jogos Olímpicos do México, estudantes se reúnem no centro da capital, em um local chamado Tlatelolco. Nas semanas anteriores, dois membros das manifestações em favor de Fidel Castro haviam sido mortos pela polícia. Desta vez, o próprio exército enfrenta os manifestantes. Abrem fogo contra a multidão deliberadamente. O resultado são cerca de 300 mortos.
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O episódio ficou conhecido como Massacre de Tlatelolco, ou, como a autora Elena Poniatowska eternizou em seu livro – a Noite de Tlatelolco. Até hoje, o verdadeiro número de mortos permanece incerto. Enquanto a maioria aponta para algo entre 200 e 300 mortos, há fontes que falam em mais de mil vítimas. Fontes governamentais, por sua vez, não se referem a mais de quatro mortos e 20 feridos. Com esta repressão brutal, o presidente Gustavo Díaz Ordaz Bolaños quis sufocar o movimento estudantil antes da abertura dos Jogos. 


O massacre foi precedido por vários meses de instabilidade política na capital mexicana, eco das manifestações e revoltas estudantis ocorridas em todo o mundo ao longo do ano de 1968. Os estudantes mexicanos pretendiam explorar a atenção do mundo, focada na Cidade do México por ocasião dos Jogos Olímpicos. O presidente Diaz Ordaz estava determinado a pôr fim aos protestos estudantis e, em setembro, ordenou ao exército que ocupasse o campus da Universidade Nacional Autônoma do México, a maior da América Latina. Os estudantes foram espancados e detidos de forma indiscriminada.

Ainda assim os protestos estudantis não esmoreceram. As manifestações aumentaram de proporção até que, no dia 2 de Outubro, 15 mil estudantes de várias universidades invadiram as ruas da Cidade do México, ostentando cravos vermelhos como sinal de protesto contra a ocupação militar da UNAM. Ao cair da noite, cerca de cinco mil estudantes e trabalhadores, muitos deles acompanhados das mulheres e dos filhos, se congregaram na Plaza de las Tres Culturas, em Tlatelolco, para o que deveria ser uma manifestação pacífica.
O massacre teve início no início da noite, quando forças do exército e da polícia - equipadas com carros blindados e tanques - cercaram a praça e começaram a abrir fogo contra a multidão. Eles atingiram não só os manifestantes, mas também pessoas que se encontravam no local. A matança continuou noite adentro, com soldados efetuando operações de busca nas casas e apartamentos localizados junto à praça. Testemunhas destes acontecimentos afirmam ter visto mais tarde os corpos serem recolhidos por caminhões de lixo. Na explicação oficial, afirmava-se que provocadores armados misturados entre os manifestantes, colocados nos edifícios adjacentes à praça, tinham iniciado o confronto. Encontrando-se debaixo de fogo, as tropas teriam disparado em defesa.

Apesar das ameaças dos blindados do exército, as mobilizações chegaram a reunir mais de 180 mil pessoas. Os estudantes incluíam em suas reivindicações maiores liberdades civis e a punição de casos de repressão policial. O governo mexicano acusava o movimento de influências “estrangeiras comunistas”.

Forma-se um Conselho Nacional de Greve que começa a elaborar uma lista de estudantes desaparecidos. Marchas de estudantes percorrem as ruas ao lado dos carros blindados. Todos os efetivos policiais e vários batalhões do exército se põem em estado de alerta. A embaixada norte-americana é custodiada por dois pelotões e dez carros blindados.
A censura se tornou férrea. Houve seis mil detidos. Dois mil presos sem julgamento. O governo culpou “elementos nacionais e estrangeiros”, os acusou de terroristas e desencadeou uma brutal repressão que obrigou muitos a se exilar ou a abandonar a universidade.



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FONTE; Operamundi


domingo, 27 de setembro de 2015

Não basta ser coxinha, tem que ser otário

Por Paulo Franco


Manipulado e estimulado por uma mídia declaradamente canalha, o coxinha, que tem a índole frágil, uma arrogância exacerbada, um personalidade violenta e agressiva, com uma capacidade intelectual limitada para refletir e analisar os fatos e o contexto que o envolve tem sido um elemento útil para os conservadores mas perigoso para para a sociedade. 

O caso "Johnny Depp e os aparelhos auditivos" é mais um desses exemplos, entre milhares, onde se repete a precipitação, a superficialidade, a leviandade, a irresponsabilidade no trato de um fato.

A má índole dos coxinhas (pessoas de extrema direita, desinformada, preconceituosas, violentas e sem caráter), chega ao nível de escrever frases em nome de celebridades (para dar credibilidade) expondo essas pessoas perante seu fãs, seus admiradores e até seus amigos.


Muitos desses atributos são decorrentes do passionismo ideológico e a catalização da mídia, somado ao velho complexo de inferioridade e  da baixa auto estima, eternizado como "complexo de vira-latas" pelo escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues. 
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A FANTASIA E A VERDADE DOS FATOS 

"Johny Depp em um dia doa 200 aparelhos auditivos e zera a fila do SUS".  Ora, não há nada mais infantil que essa afirmação.  Como 200 aparelhos zeraria a fila do SUS.  Porque as pessoas não se informa melhor, antes de expor ao ridículo dessa forma.  Zerou a fila naquela unidade?  Pode ser, mas qual a significância desse ato em termos de Brasil?   Seria motivo para esse circo todo?

A Secretaria da Saúde da Prefeitura do Rio de Janeiro promoveu uma ação em conjunto com a Starkey Hearing Foundation para distribuir 215 aparelhos para deficientes auditivos.  As duas instituições aproveitaram a vinda da banda Hollywood Vampires, convidando-os para participar da ação, dando mais visibilidade ao evento.  Johnny Depp e Alice Cooper representaram a banda.

Johnny Depp tem uma conduta conhecida de ajuda humanitária, principalmente com crianças.  Ele tem ajudado hospitais infantis nos EUA, Inglaterra, Australia e outros países.  Além dessas ajudas financeiras, ele normalmente oferece ajuda afetiva e diversas outras formas explorando o que ele tem de mais forte que é sua fama, seu carisma, seu reconhecido caráter. 

Os aparelhos foram doados pela Starkey Hearing Foundation, dentro de um programa que já pratica há décadas ao redor do mundo.  

Essa fundação pertence a Starkey Hearing Technologies, empresa dedicada a produção de produtos e soluções para a audição, portanto é uma empresa convencional com fins lucrativos.  Suas marcas são: Starkey, Audibel, Microtech e NuEar. 









Portanto é importante que tenhamos em mente que esse evento é ao mesmo tempo um serviço de saúde, portanto obrigação do estado,  um ato filantrópico, mas também uma ação mercadológica, que tem por objetivo promover as marcas e os produtos da Starkey Hearing Technologies. 


O SUS, OS APARELHOS AUDITIVOS E A SAÚDE

Todos sabemos que temos um gap enorme nos serviços básicos ao cidadão, de responsabilidade do estado.  Isso acontece tanto na saúde como na educação, segurança, etc.  Mas não podemos olhar só a "parte vazia do copo", é importante reconhecermos não só a parte cheia do copo, como também o quanto esse copo vem sendo preenchido nos últimos tempos.  Mas cabe acima de tudo reconhecer um dos maiores sistemas de saúde gratuita mundo e seus relevantes serviços às populações carentes. 

O SUS já distribuiu mais de 600 mil aparelhos auditivos gratuitamente.  Conheço pessoas que têm dois aparelhos recebidos de forma totalmente gratuita.  Uma Organização Não Governamental (ONG) que se dedique a ajudar pessoas com deficiências auditivas é mais importante para outros países e até para os EUA do que para o Brasil. 

Não há no mundo um sistema de saúde como o SUS que cobre mais de 100 milhões de pessoas com consultas médicas, exames laboratoriais e de imagens, todas as cirurgias, internação hospitalar, etc. 

O SUS oferece a toda a população também, a distribuição nacional de medicamentos para dezenas de doenças, incluindo exames e medicamentos de alto custo além de transplantes, aplicações de próteses e outras profilaxias.  

Sem falar que o Brasil é o país que tem o maior programa de vacinação no mundo. 

Comparando com os EUA, que é o modelo de paraíso para a nossa  classe conservadora, nada disso é oferecido.    Os EUA embora tenha o maior gasto com saúde per capita do mundo, a assistência gratuita é totalmente marginal.  O aparelho para surdez, por exemplo, não é oferecido gratuitamente para a população, carente ou não. 

Um quarto da população americana, ou 50 milhões de pessoas, estão fora dos sistemas de saúde privado.  Essas pessoas simplesmente estão entregues à própria sorte. Não há consulta gratuita, não há exames gratuitos, não há internação gratuita, não há cirurgia gratuita, não há distribuição de medicamentos gratuita.  

Para agravar o quadro da saúde dos americanos pobres, todo o sistema de saúde americano é cartelizado, não há concorrência, tanto na atividade médica quanto na hospitalar.  Há uma série de barreiras corporativas que impedem a concorrência e por consequência acarretam uma elevação exorbitante dos preços, tanto das consultas, como dos exames e de custos hospitalares.

Nos EUA, para quem não tem uma boa renda e um bom plano de saúde, a opção é a venda da casa ou a morte se o caso for grave.  Não há nenhum tipo de compaixão. 

Os  serviços do governo Medicare e Medicaid existentes são marginais, conforme pode ser constatados em diversos artigos publicados na imprensa americana e europeia.

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