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quinta-feira, 21 de março de 2019

Carta da Juíza Kenarik Boujikian ao Presidente Lula

Por Kenarik Boujikian





“Caro Presidente Lula,

Bom dia!

Minha carta não chegará a tempo de ser entregue pelos amigos que estão em Curitiba, nesta data. Fiz uma confusão em razão do fuso-horário (estou muito longe, em Fiji). Mas, mesmo assim, resolvi escrever.

quinta-feira, 8 de março de 2018

O dia em que tornaram Lula inelegível (37 anos atrás)

Por Cynara Menezes

A História se repete como farsa: em fevereiro de 1981, Lula era condenado a três anos e meio de prisão e impedido de ser candidato


Ah, o velho Marx e sua sacada imortal: “A História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”. Em 2017, no Brasil, a frase do século 19 cai como uma profecia, um pesadelo recorrente. Parece que entramos num eterno dia da marmota, condenados a estar para sempre presos num enredo que se repete e volta a se repetir, como as tramas das novelas da Globo. 

No dia 25 de fevereiro de 1981, o sindicalista Luiz Inácio da Silva, o Lula, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, foi condenado à revelia, com outros dez sindicalistas, a três anos e meio de prisão sob a acusação de incitamento à desobediência coletiva das leis. Foram 13 os sindicalistas enquadrados na Lei de Segurança Nacional em plena “abertura”, 11 deles condenados por um tribunal militar, com “juízes” sem formação jurídica alguma, a não ser um deles, o “juiz togado”. 13, o número do PT.

Ninguém além dos militares, nem mesmo os acusados e seus advogados, compareceu ao julgamento. Um pedido de habeas corpus para que fosse adiado foi prontamente negado. O promotor acusou Lula de ter prosseguido na incitação à greve mesmo estando preso em 1980, “mandando recados por porta-vozes ou em matérias de jornal”. Pela Folha de S.Paulo, o repórter Ricardo Kotscho, futuro secretário de imprensa do presidente Lula, acompanhava tudo na casa do então sindicalista que liderou as greves no ABC de 1978 e 1979, pelas quais era condenado. Sua mulher, Marisa, atendia ao telefone, recebia telegramas e servia as marmitas com a feijoada comprada num bar próximo. Na correria, não tivera tempo de preparar o almoço. 


Lula estava otimista ainda. “Não estou pessimista, cono na absolvição. Já deve estar uns 15 a 0 para os homens, mas quem sabe a gente ainda vira o jogo…”, disse ele a Kotscho. Após a condenação e o abraço de Marisa, não conseguiu esconder a emoção e a indignação. “Não estão procurando ladrões. Estão procurando os últimos honestos”, protestou. “Vou preso sabendo que cumpri o meu dever. Não cometi crime nenhum. Espero o mandado de prisão com tranquilidade, um mandado de prisão que partiu de um sistema que não teve a coragem de acabar com a fome do povo brasileiro. Eu não sou um criminoso. Se com a minha prisão todos os problemas do povo brasileiro fossem resolvidos, iria preso satisfeito.


Sobre o futuro do partido, disse: “O PT não é um partido que depende de mim, é um partido que está espalhado hoje por todo o Brasil, e continuará crescendo, independente de nossa condenação ou não”. Frases que poderiam ser ditas hoje. 

A Folha, ao contrário, mostrava posição oposta à atual e, mesmo acusando os advogados de defesa de “fazer gestos espetaculares e propaganda partidária ou ideológica”, denunciava as razões políticas da condenação. “Se é verdade que todo processo judicial tem uma face política, este de que tratamos é político por inteiro, de corpo e alma”, dizia o jornal, em editorial. PMDB, PP e PDT soltaram notas em solidariedade a Lula.


Todos os 11 condenados perderam o direito de se candidatar a cargos públicos, e os jornais zeram questão de destacar que Lula estava “inelegível” por pelo menos cinco anos posteriores ao cumprimento da pena. Mas Lula teve o direito de recorrer em liberdade e, um ano depois, foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar. 


E agora? Irão finalmente prendê-lo? Mais importante: sua prisão conseguirá calar em milhões de brasileiros o desejo de justiça social que Lula encarna? O sindicalista do passado dá a resposta ao Lula de hoje. “Ninguém poderá impedir o surgimento de novos Lulas. Um dia haverá tantos Lulas neste Brasil que eles não conseguirão prender todos.” Dessa vez, porém, Marisa não estará lá para abraçá-lo.
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sábado, 3 de março de 2018

O Nobel argentino, Adolfo Perez Esquival, vai indicar Lula ao Prêmio Nobel da Paz

Por Adolfo Pérez Esquivel

Reunido con Lula en Brasil, Pérez Esquivel le anunció que lo propondrá para el Premio Nobel de la Paz


Este viernes el Premio Nobel de la Paz argentino, Adolfo Pérez Esquivel, se reunió en San pablo con el Ex Presidente de Brasil, Luis Inácio Lula Da Silva, para llevarle su apoyo frente a la campaña judicial que pretende evitar que sea candidato presidencial en 2018 con un juzgamiento violatorio del derecho al debido proceso.

“La llegada del PT y Lula a la presidencia marcaron un antes y un después para Brasil, al punto de convertirse en una referencia internacional de lucha contra la pobreza. Más de 30 millones de personas fueron rescatadas de la pobreza extrema (un país entero), disminuyó la desigualdad y aumento el índice de desarrollo humano”, explicó Pérez Esquivel con respecto a la propuesta que realizará al Comité Nobel de Noruega. “Su gobierno tuvo políticas cruciales para la paz de los brasileros y fue un ejemplo al mundo”.

Por su parte, Lula Da Silva desarrolló los “graves retrocesos democráticos” y cómo “mucha gente está cayendo nuevamente en la pobreza”. Agradeció la visita de Pérez Esquivel destacando que “es bueno verlo pelear incansablemente por la democracia, los pueblos y los derechos humanos, porque dá ánimos para seguir luchando”.


“En Brasil hoy no hay democracia, esto es una continuidad del golpe blando a Dilma Rousseff ocurrido en 2016. Defender la candidatura de Lula es defender la vuelta de la democracia brasilera. El pueblo de Brasil está perdiendo su tierra, su techo y su trabajo. La derecha sabe que Lula tiene mucho apoyo porque ha hecho políticas para la igualdad y la justicia social como nunca hubo en este país, por eso necesitan proscribirlo. No lo persiguen por lo que consideran políticas erradas, lo persiguen porque quieren revertir lo que hizo bien para las mayorías populares”, manifestó el referente internacional de derechos humanos sobre quien fuera el primer presidente obrero de las Américas.

Más allá de los comicios electorales ambos destacaron la necesidad de solidaridad internacional de organizaciones sociales y políticas frente a la grave situación actual que está viviendo Brasil a raíz de las políticas regresivas y represivas del gobierno de Temer.
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domingo, 29 de outubro de 2017

LULA X BOLSONARO: O dilema da direita

Por Paulo Franco

Por definição ideológica, a esquerda está com Lula e a direita ultra conservadora está com Bolsonaro.  E nesse vácuo, a direita mais light vai ficar com qual opção?


A cada dia que passa, mais vai se consolidando quais os candidatos que se enfrentação no segundo turno das eleições de 2018.  Do lado da esquerda, temos o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, do PT (Partido dos Trabalhadores) e do lado da direita, temos o  deputado federal, Jair Messias Bolsonaro. 

LULA


Imagem relacionada

Lula, como todos já sabemos é um legítimo representante da classe trabalhadora, tem sua trajetória baseada no sindicalismo, fundamentalmente defendendo a livre negociação entre patrões e empregados, via sindicato, sem a tutela do estado.

As bandeiras que o PT e Lula defendem são a diminuição das injustiças sociais, a queda das desigualdade, a inclusão social, tendo como principal instrumento de suporte à essas políticas, o crescimento econômico e a geração de empregos.  

Por enquanto Lula e o PT não defendeu outros instrumentos fundamentais para corrigir a concentração de rendas do país (uma das maiores do mundo, senão a maior), como por exemplo a tributação. 

BOLSONARO


Bolsonaro marca presença na manifestação aqui em Copacabana. Gostem ou não, uma coisa é certa: não tem medo de povo.

Bolsonaro, como também é do conhecimento de todos, é representante das idéias militares do golpe de 1964 e da consequente ditadura.  Defende políticas mais radicais no campo político, econômico,  social, ambiental, étnico e religioso. Sua postura enérgica, inflexível e radical gerou frase famosas e impactantes, tais como: 

  • Se eu fosse eleito, eu daria um golpe de estado hoje mesmo. 
  • A Democracia não resolve nada. 
  • Sou a favor da tortura. 
  • A ditadura não matou nada, só uns 300, todos bandidos, mercenários, ladrões, vagabundos. 
  • Um erro da ditadura foi torturar e não matar. 
  • Para consertar o Brasil, seria preciso matar uns 30.000 a começar com FHC.  Vai morrer inocentes, mas tudo bem. 
  • Se eleito, vou dar carta branca para a polícia matar. 
  • Se eleito, todo brasileiro poderá ter seu fuzil. 
  • A sociedade brasileira não gosta de homossexual. 
  • Refugiados do Haiti e da Síria são a escória do mundo. 
  • Ela não merece ser estuprada, é muito ruim, muito feia.
  • Os negros dos quilombolas não servem nem para procriar. 
  • Se eleito, vou acabar com todas as reservas indígenas. 

Bolsonaro, por outro lado, defende uma política quase que antagônica à do PT.  Para ele quanto maiores as vantagens e benefícios aos empresários e as empresas, maior o benefício para a sociedade.  

Ele acredita nisso, mesmo adotando medidas que diretamente afetam prejudiquem o trabalhador e as classes sociais mais baixas, mais vulneráveis.  Medidas como, por exemplo, a retirada de direitos trabalhistas, a liberação para terceirização de forma ampla e total, o fim dos reajustes do salário mínimo e também de aposentadorias.  

Defende também, o aumento das dificuldades para a aposentadoria e diminuição do valor do beneficio com o objetivo de diminuir as despesas da Previdência, o fim do sindicalismo como instrumento de luta dos trabalhadores por gerar baderna e prejudicar as empresas e a economia.

O DILEMA


Dois segmentos da sociedade tem posições definidas por uma questão ideológica, que são as seguintes: a esquerda apoia Lula, de forma definida e sem chance de mudança.  A extrema direita, a mais conservadora apoia Bolsonaro, de forma taxativa e definitiva. 

A dúvida está justamente naquela parte da sociedade que tem um posicionamento ideológico e político entre os dois segmentos acima.   

 Para esse segmento intermediário, apoiar Lula seria motivada por uma gestão eficiente, com um histórico positivo no Brasil e no exterior, com uma política nitidamente desenvolvimentista, cuja essência é a geração de empregos e inclusão social e diminuição da concentração de rendas. 

O risco, no caso, é mais subjetivo e não menos importante: abrir espaço para o avanço de agendas progressistas, considerado um avanço da esquerda, colocando em risco a os benefícios e privilégios proporcionados pela secular hegemonia e supremacia da elite burguesa. 

No outro lado da balança, apoiar Bolsonaro significaria, ao contrario do risco de avanço da esquerda com suas consequências já descritas, mas a vantagem de, não só conter, mas reprimir e retroceder o avanço da esquerda e as bandeiras progressistas garantindo a manutenção do "status quo". 

O risco envolvido nessa opção é, num primeiro momento, o baixo conhecimento e a inexistência de experiência em gestão de Bolsonaro.  Num segundo momento, e mais grave, é sua postura extremamente radical, tanto no campo ideológico quanto no comportamento intransigente e agressivo.   

Sua eleição poderia agravar a crise institucional, aumentando o risco de uma intervenção militar com a consequente implantação de uma ditadura militar por prazo indefinido (ou definido, mas sem garantia de cumprimento).  As consequências tanto econômicas, como políticas e sociais seriam imprevisíveis.  E se tem uma coisa que empresário odeia é incerteza.

CONCLUSÃO


Portanto, a direita moderada e liberal  está numa "sinuca de bico": Lula ou Bolsonaro? 

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Marco Aurélio Mello: Que história queremos contar?

Por Marco Aurélio Mello



Se o Lula for preso, morrer no cárcere e virar mártir, sabe quem vai faturar alto com esta história?

Já já eu dou a resposta.

Antes, preciso falar da Inconfidência Mineira, da Abolição da Escravatura e da Transposição do Rio São Francisco.

No último 21 de Abril vi um texto na internet que falava de um pesquisador mineiro que sustenta que Tiradentes morreu no “exílio”, no Rio de Janeiro.

No lugar do Joaquim José, militar e dentista, outro homem teria sido esquartejado e exposto em pedaços à visitação pública, sem que sua cabeça jamais fosse apresentada à plebe.

Trata-se de mais uma boa polêmica para historiadores e estudiosos.

E confirma a tese de Honeré de Balzac (1799-1850), considerado o fundador do Realismo na literatura moderna: “há duas histórias: a Oficial, que é mentirosa e a Verdadeira, que é secreta.”

Por falar em história oficial, no próximo dia 13 de Maio os estudantes das escolas públicas e privadas do ensino fundamental vão enaltecer o gesto de uma princesa, a Isabel.

A mistificação esconde a luta de resistência dos negros, as fugas espetaculares, a formação dos quilombos, o mito da “queda na produtividade” e o chamado alto custo do escravo, que ocultou a violência e os abusos de toda sorte, sem contar os fatores geopolíticos, estes sim, que levaram ao abolicionismo.

Nossas crianças vão crescer achando que os negros foram libertos graças à pena generosa da aristocracia branca e emplumada.

Em breve, outra libertação – a transposição do Rio São Francisco – estará pronta, mas isso não quer dizer o fim da secura no sertão.

A água chegou mas, nas palavras do ex-presidente Lula, se os municípios não fizerem a captação, o tratamento e a rede de distribuição, o sertanejo vai continuar a levar a lata d’água na cabeça.

É provável que, neste caso, a história apague o feito depois de feito, o que seria de uma tristeza sem fim.

Se a gente correr a linha do tempo de Lula lá para frente vamos encontrar um homem injustiçado, perseguido e massacrado no final da vida.

O que está em disputa é a legitimação de uma narrativa histórica futura e a possível desconstrução de um personagem que – em vida – já povoa o inconsciente coletivo da nação e do mundo todo como “o cara”.

Lula seria pintado de bonzinho ou de larápio? Seria um ilusionista, que enganou a todos e por isso teria que terminar seus dias apodrecendo numa prisão?

Independentemente de qual seja o desfecho já estou pronto para responder à pergunta feita lá em cima: quem irá faturar alto com esta história narrada, seja da forma que for, será a Globo.

Lula vai virar personagem de mini série de época, provavelmente escrita, dirigida e encenada “pela turma da esquerda”.

Esquerda que eles tão bem controlam com salários e uma dose de tolerância, afinal, são seus artistas integrados e portanto, inofensivos.

Afinal, não é este o business da indústria cultural?

A propósito, não tenho nada contra “nossos artistas de esquerda”, muito ao contrário, mas não aceito mais legitimar nossos opressores!

Volto ao tema em paz e com amor.
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FONTE: Viomundo

terça-feira, 22 de março de 2016

Morogate, o Watergate às avessas.

Por Paulo Franco

No Watergate, Nixon, o autor do delito renunciou.  No Morogate, Moro, o autor do delito, se exonerará?

A volúpia para botar as mãos em Lula e enterrar o petismo é de tal tamanho, que tem cegado os Procuradores da República e o Juiz Federal Sergio Moro. 

Eles estão cometendo tantos abusos, tantos desrespeitos de direitos individuais jamais vistos em um país em que vige o estado de direito democrático.

Tudo indica que eles receberam essa missão e querem cumprí-la a qualquer custo.  E, na falta de algo mais concreto, uma evidência, por mais frágil que seja, começam a levantar hipóteses absurdas, tão criativas quanto fantasiosas que, com o reforço fabuloso da mídia, através de vazamentos ilegais, mas propositalmente, sa fantasias vão se tornando  "evidências" e depois "provas",  no imaginário popular. 

As barbaridades já cometidas, não ocorreram somente com Lula, mas com outras pessoas que tenham alguma ligação ou parentesco com ele.

Após o cometimento do abuso, do desrespeito ao promover uma condução coercitiva para que Lula prestasse depoimentos, numa ação intimidatória e truculenta, com autorização judicial (do próprio Moro), ele promove mais um ato absurdo ao grampear ilegalmente a fala da Presidente da República.

Não satisfeito com a ilegalidade do grampo, o juiz Sérgio Moro, em total destempero emocional, abre o sigilo das fitas gravadas com conversa entre a Presidenta Dilma e Lula, numa clara atitude de retaliação, de demonstração de poder, de prepotência, em momento de extrema tensão social, provocada inclusive também por suas ações autoritárias,  discricionárias

Não só os brasileiros estão estarrecidos com a conduta do judiciário no Brasil, mas o mundo todo, principalmente a imprensa internacional, os políticos, os governos e as instituições internacionais. 

Numa dessas loucuras, antes de admitir que o grampo era ilegal, ele soltou algumas "pérolas" que ficarão por séculos nos anais da justiça brasileira, como um dos casos mais esdrúxulos já ocorridos. 

Quando instado a explicar o grampo e a divulgação ilegal da conversa da Presidenta,  Moro foi categórico: 
"Chefe da República não tem privilégio absoluto no sigilo das suas comunicações", como demonstra "o precedente da Suprema Corte norte-americana, em EUA v. Nixon, em 1974, um exemplo a ser seguido"                
Será que além de truculento, autoritário ele teria também déficit cognitivo? Seria despreparado tecnicamente? Sim porque a confusão que ele faz nessa exemplificação é, simplesmente, imperdoável, para um um magistrado.

A comunicação envolvendo a Presidenta da República é uma questão de segurança nacional (Lei n. 7.170/83), e as prerrogativas de seu cargo estão protegidas pela Constituição. O sigilo só pode ser quebrado, com expressa autorização do Supremo Tribunal Federal, o STF, conforme dispõe o artigo 102, I, b da CF.

Ao desrespeitar a lei, a CF, o juiz Sérgio Moro cometeu crimes e deveria responder por eles, afinal "ninguém está acima da lei", como ele mesmo vive repetindo.

No caso do Watergate, nos EUA, quem patrocinou a espionagem, incluindo os grampos, na sede do Partido Democrata,  não foi um juiz de primeira instância, mas o próprio Presidente Richard Nixon. Ele cometeu o delito e por isso  teve que renunciar.  Seu vice, Geraldo Ford cuidou de aprovar uma anistia para livrá-lo de responsabilidades penais mais complicadas. 

No Morogate, quem cometeu o crime do grampo, não foi a Presidenta Dilma, mas o Juiz Sérgio Moro, que ainda adicionou um agravante,  a divulgação para toda a imprensa, para todo o Brasil, de uma conversa que tem o sigilo protegido pela Constituição Federal.   

Resta saber se o Juiz Sérgio Moro, que praticou o crime contra a segurança nacional, vai se exonerar, ou ser exonerado, já que ele frisou que o caso de Nixon é um exemplo a ser seguido.

Já que o juiz Sérgio Moro gosta de exemplos do exterior, o melhor exemplo para ilustrar o que deveria acontecer com o juiz Moro é o "caso Gurtel", de rede de corrupção na Espanha, quando
... o juiz Baltasar Garzón foi condenado a 11 anos de suspensão do exercício da magistratura por ordenar escutas às conversas que mantiveram na prisão entre os principais acusados e seus advogados. 

quarta-feira, 16 de março de 2016

O sonho acabou

Por Paulo Franco

"O sonho acabou, vamos encarar a realidade.":                                     (de John Lenon para Sérgio Moro)

Moro ficou sem chão. E foi exatamente Lula, a vítima que tirou o chão do algoz.  A vida de Moro, nesses últimos anos, girava somente em torno de Lula e do PT.  Seu grande sonho, seu projeto de vida seria a extirpação de Lula da política, com uma condenação e uma prisão exemplar

Com a nomeação de Lula como Ministro Chefe da Casa Civil, o foro passa automaticamente para o STF, saíndo compulsoriamente das mãos de Sérgio Moro.  Todo o processo será enviado para a Procuradoria Geral da República, responsável maior pelo MPF.



Com a retirada de Lula do cenário político o PT poderia voltar, pelo menos na visão de Sérgio Moro, a ser um partido coadjuvante da política nacional. 

Sérgio Moro vem trabalhando junto com a força tarefa do MPF para a operação Lavajato, há muito tempo com um foco totalmente concentrado em Lula. 

Corria nos bastidores da imprensa que Sérgio Moro tratava Lula, entre ironias, piadas e deboche como "Nine", em referência a falta de um dos dedos dele.  Revelava nessas conversas que seu objetivo era pegá-lo. 



Vem fazendo investigações, diligências e mais recentemente com inciativas mais arrojadas e já ignorando todo o aparato penal e constitucional do país. 

Na última aventura de Sergio Moro e sua equipe de procuradores da república, comandada por Deltan Dellagnol protagonizaram um dos mais violentos desrespeito ao estado de direito, ao devido processo penal. 


Nessa ocasião, a frase usada como mote o tempo todo por eles mesmos, de que "ninguém está acima da lei", foi colocada em cheque. Ignoraram que eles estão incluidos nesse universos, ou seja, "ninguém está acima da lei, nem juizes e procuradores.". 

Parece que o sucesso por prender corruptos, mesmo que só os desafetos políticos, subiu a cabeça e a prepotência os cegaram, fazendo-os se colocar acima da lei. 

A vida de Sérgio Moro e de Deltan Dellagnol desmoronaram. O castelo que eles construiram com a prisão do presidente mais emblemático desse país, desmoronou. Na volúpia e na ganância do sucesso, não se deram conta que o castelo era de areia.


sábado, 8 de novembro de 2014

LULA, Reconhecimento Internacional e as Elites Brasileiras

Por Newton Lima



"LULA É O MAIS IMPORTANTE POLÍTICO DA ATUALIDADE."                      (Eric Hobsbawm)


Conhecemos a saga de grandes estadistas, como Mikhail Gorbatchóv, aclamados no mundo inteiro por feitos de alcance universal, mas que acabaram rejeitados por seus próprios conterrâneos, incapazes de captar a dimensão histórica das mudanças empreendidas. Já o Brasil teve líderes políticos queridos pelo povo e vilipendiados pelas elites, como Getúlio Vargas e João Goulart, e que por isso tiveram seus governos interrompidos. Mas nunca ninguém como o ex-presidente Lula conseguiu, em seus mandatos e depois deles, ter tanto apoio e reconhecimento internacional e, ao mesmo tempo, ser objeto de tanto ódio e preconceito por parte de alguns setores da oposição.
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Há dois dias o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma matéria revelando que, com os 11 últimos títulos de Doctor Honoris Causa recebidos em menos de um mês, Lula passou a liderar a lista de homenagens a ex-presidentes, com 55 honrarias: 24 títulos de Doctor Honoris Causa (11 brasileiros); 28 prêmios e cinco títulos de cidadania. A título de comparação, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso acumulou 22 honrarias: nove títulos de Doctor Honoris Causa; 11 prêmios e dois títulos de cidadania.

Na semana passada, Lula recebeu o título de Doctor Honoris Causa da Universidad Mayor de San Marcos, em Lima (Peru), fundada em 1551 e a mais antiga das Américas. O ex-presidente se emocionou por ter recebido a honraria da mesma universidade que, no passado, homenageou os libertadores Simón Bolívar e San Martí. E, no mês passado, Lula esteve na Argentina para receber o mesmo título de nada menos que oito universidades daquele país, entre elas a Universidad Nacional de San Martín e a Flacso (Facultad Latino-americana de Ciencias Sociales).

Entre os tantos títulos internacionais já recebidos por Lula cabe aqui destacar o que foi entregue em Nova York em abril pelo International Crisis Group, um think tank americano que concedeu ao ex-presidente o prêmio Em Busca da Paz; e o que ele recebeu em outubro de 2011, o World Food Prize, criado pelo Nobel da Paz de 1970 Norman E. Bourlaug para homenagear chefes de Estado que combateram a fome. No mesmo ano, ele também recebeu o Prêmio Lech Walesa em Gdansk (Polônia), que presta homenagens a personalidades que se destacam pelo respaldo à liberdade, à democracia e à cooperação internacional.

Mas talvez a honraria mais célebre e a que causou maior polêmica tenha sido o Doctor Honoris Causa concedido ao ex-metalúrgico pelo prestigioso Instituto de Estudos Políticos de Paris, mais conhecido como Sciences Po, também em 2011. Lula foi apenas o 16º Doctor Honoris Causa dessa universidade em 140 anos de existência. Pelos bancos da Sciences Po se formaram o escritor Marcel Proust, o ex-presidente Jacques Chirac; o ex-premiê Lionel Jospin e Pascal Lamy, ex-diretor da OMC, entre outros.

À pergunta impertinente de alguns jornalistas brasileiros sobre o porquê de Lula – e não Fernando Henrique Cardoso – ter recebido semelhante distinção, o diretor do Instituto de Estudos Políticos Richard Descoings, respondeu que o ex-presidente "mudou muito o país e, radicalmente, mudou a imagem do Brasil no mundo". Nas palavras do diretor, "o Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula, e ele não tem estudo superior. O presidente Lula mostrou que é possível ser um bom presidente sem ter que passar pela universidade".

Na oportunidade, o grande jornalista argentino Martín Granovsky lavou a alma de Lula e do povo brasileiro ao escrever ironicamente que no Brasil"um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se, por alguma casualidade, chegou ao Planalto, agora deveria exercer o recato. Assim, Lula, silêncio, por favor. Os da Casa Grande estão irritados".

Além do apoio da maioria da população, esse amplo reconhecimento internacional de Lula, feita por entidades tão díspares, deveria levar a oposição mais intransigente à reflexão. Afinal, Lula liderou um governo que em oito anos inverteu as prioridades nacionais e tirou 28 milhões de pessoas da miséria, possibilitou o ingresso de outros 39 milhões na classe média e criou 16 milhões de empregos formais. Não por acaso, o historiador britânico Eric Hobsbawm, morto ano passado, disse que Lula é o mais importante político da atualidade.
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NEWTON LIMA é deputado federal pelo Partidos dos Trabalhados.  Essa materia foi publicada originalmente no site Brasil 247   em 11 de julho de 2013.





terça-feira, 5 de novembro de 2013

Africa can follow Brazil's lead in battle to eradicate hunger, says Lula


Former Brazil president Inácio Lula da Silva says subsistence agriculture must be abolished for African countries to end hunger

Liz Ford - The Guardian


Reaching out … Guaribas in north Brazil. Ending subsistence farming is key to addressing hunger, says Luiz Inácio Lula da Silva. Photograph: Dario Lopez-Mills/AP

Subsistence agriculture must be abolished if African countries want to eradicate hunger by 2025, the former president of Brazil, Luiz Inácio Lula da Silva, told a meeting in Addis Ababa on Sunday.

In a rousing speech to open a conference of African ministers and international leaders, Lula said Africa could end hunger if there was enough political will to embed the needs of poor people in national policy.

"It's necessary for us to put in the minds and hearts of people to produce … [and] have access to technology and modern machinery to increase their productivity. Brazil overcame this idea that citizens only grow for their subsistence. They have to have excess to sell," he told the conference at the African Union.

Drawing on Brazil's Fome Zero (zero hunger) programme, Lula said his country's successes could be repeated elsewhere. But to do this, he said, poor people must be included in national budget plans and their needs seen as investments rather than an extra state expense.

"It is possible and it is within our reach to eradicate hunger in Brazil and in African countries and any other place in the world," he said. "[Tackling poverty] should become government policy, it should not be ad-hoc policy or something for electoral campaigns.